quinta-feira, 30 de setembro de 2021

ALÉM DO MORMAÇO E CALOR

Além, muito além do bafo e calor, tivemos uma pequena chuva há pouco. É algo como uma nova temporada de chuvas. Como, mas não é. Por enquanto, é para recordar a temporada de 2021.

PROVÉRBIO

 O que o tempo dá, o tempo tira.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

UM MONSTRO

Um monstro aparece
Solto das cadeias
E se agiganta
E passeia pelo mundo
Viaja continentes
Pausadamente, imundo.

Não tem vida própria
É vegetativo convicto
Suga e destrói vidas 
Desassossega onde passa
Um perturbar constante
Deixando a todos sem saída.

Há tempos que fica fraco
De tantas bordoadas
Segue firme em seu furor
Por todos combatido
Mas apesar de tudo
Ainda não foi vencido.

A luta é constante
Contra esse ser cruel
De cabeça erguida
Transpõe céu e mar
Percorre sorrateiro
Mas seu fim vai chegar.



PROVÉRBIO

O que não é casório, é falatório.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

AÉREOS

No ar. Suspensos. Sambas estranhos tocam, e não compreendemos. Quando chegamos a compreender, somente pela metade ou menos que isso.

As informações zunem entrecruzadas nos nossos ouvidos. Elas nos chegam tortas, estranhas, sem sequer entendermos sua autenticidade. Aéreos vivemos. Os zumbidos são maiores do que as certezas. Destas nada podemos garantir. É o mundo em que vivemos.

PROVÉRBIO

O que há de mais neste mundo é pau torto e gente besta.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

CONCEITO DE PRONOME

Em gramática, pronome é uma palavra que substitui um substantivo, acompanha ou substitui parte de uma frase ou frase inteira.

O uso do pronome enriquece o texto e o torna conciso também.

AMENIDADES

Amena e leve está a manhã para quem gosta de tempo maneiro, leve, arágico, sombrio, sem necessariamente ser triste. Sombrio de sombra, antônimo de solar. É nesse lugar em que muitos desejam morar ou que tivesse nascido lá.

AFOGAMENTO

Mar de informações. Garimpagem. Afogamento. Autocontrole. Palavras-chave que tentam resumir o mundo de informações em que vivemos. 

São informações em excesso que não precisamos nem um quarto do montante que aparece na nossa frente.

Afogados estamos no mar de informações, mas poderemos dar braçadas e sairmos fora se tivermos autocontrole e fizermos a garimpagem do que queremos ler, ouvir e ver.


EM RETIRADA

Quando todo mundo pensava que o coiso estava em retirada, aparece outro parecido, modificado, sei lá, para nos atormentar.

Ele está por aí, ainda não entre nós, mas doido barrido para chegar em todos os cantos. Cuidemos, se queremos distância dele.

PROVÉRBIO

O que foi, foi, amanhã será outro dia (Gaúcho).

FIGURA DE LINGUAGEM

Polissíndeto - é o emprego repetitivo de conectivo coordenativo. 
E zumbia, e voava, e voava, e zumbia. (Machado de Assis)
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! (Olavo Bilac)

Daí, a riqueza da nossa língua e não a compliqueza, como querem fazer pensar muitos. 
Falar e escrever diferente pode ser sinônimo de falar e escrever bonito e criativo. É por isso que as redações dos exames escolares e de concurso condenam o repetir palavras ou expressões. A boa redação prima pela criação.

domingo, 26 de setembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

Crepúsculo no pampa (J. Simões Lopes Neto)

A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da noite; à direita, o sol, muito baixo, vermelho-dourado, entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas.

Nos atoleiros, secos, nem um quero-quero; uma que outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os pastos maduros; e longe, entre o resto da luz que fugia de um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava a brancura de um joão-grande, voando sereno, quase sem mover as asas, como numa despedida triste, em que a gente também não sacode os braços...

Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande, em tudo.

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E entrou o sol; ficou nas alturas um clarão afogueado, como de incêndio num paiol; depois o luso-fusco; depois, cerrou a noite escura; depois, no céu, só estrelas... só estrelas... (Do livro Contos Gauchescos)

ANIVERSÁRIO DE PATU - Mais de um século depois de seu povoamento, Patu tornou-se município do Rio Grande do Norte, desmembrando-se de Martins através da Lei número 53, de 25 de setembro de 1890. (Marcus Cesar Cavalcanti de Morais, do livro Terras Potiguares)

HUMOR

Na feira de arte, o turista escolhe um quadro:
- Gostei! Vou levar este!
- O senhor fez uma ótima escolha! Essa tela me custou dez anos de vida! - diz o pintor.
- Caramba! Dez anos! Deve ter dado um trabalhão! - diz o comprador.
- Ô se deu!... foram dois dias para pintar e o resto para conseguir vender! (Folhinha)

sábado, 25 de setembro de 2021

QUE PALAVRA!

Castanholas - Instrumento de percussão: duas peças de madeira ou de marfim que, ligadas entre si,  e aos dedos ou pulsos do tocador, por um cordel, se entrechocam. (Aurélio)

Há, também, o verbo castanholar: Fazer soar à maneira de castanholas. Tocar castanholas. (Soares Amora)

Sofrível é encontrarmos uma definição para a palavra castanhola como árvore. Pelo menos em dicionários convencionais não está disponível nada a respeito. Encontramos o que segue na grande e maravilhosa rede: 

"Ela dá um fruto onde é carnoso ao redor de sua semente que é grande, mais ou menos 3-5 cm e muito dura, que quando quebrada tem uma amêndoa, como se fosse uma parte branca do coco do coqueiro, com o gosto que lembra o do palmito. A parte carnosa tem um gosto azedo e o coquinho não é muito saboroso. Dão às praças do Rio de Janeiro a aparência de Paris, principalmente no outono. É ornamental. É conhecida como amendoeira tropical, pois sua amêndoa, que tem dentro da semente é bem parecida com a da amendoeira." Leia mais em www.queplantaeessa.com.br/castanhola-terminalia-catappa.

O fruto da castanhola era comido por meninos famintos ou não. Uns comiam apenas pela diversão de derrubarem os frutos nos pés de castanhola alheia. Outros, não duvido, que saciavam a fome, pois o fruto tem uma parte carnosa e vermelha, além de um coquinho dentro da parte dura, depois da carnosa. Umas boas pedradas era bastante para chegar até o coco. 

Suas sombras são maravilhosas. E mais: são plantas de vida longa.



PROVÉRBIO

O que existe na gente existe nos outros.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

ESPETÁCULO

Apontadas para o  céu
As bandeiras tremulam
Num gesto chamativo
Enquanto as estacas fincadas
Sustentam firmes
A estrutura montada.

Modesta armação ao ar livre
Postada em terreno alheio
Erguido altivo
Convida a todos
Que apreciam o show
Enquanto está vivo.

PROVÉRBIO

O que é um boi para quem tem sete fazendas? (São Paulo)

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A PRIMA

Peço que brotes
E exales seu cheiro
Mundo afora
Que perfumes
Onde estiveres
Fincados no chão
Seja em lugar plano
Ou elevação.

Nesses dias
Em que passas a ser
Centro e atenção
Dos olhares
Ouvidos e coração
Brota a bela flor
Exala o cheiro
E o seu esplendor.

Vives todos os dias do ano
Mas verazmente és mais intensa
Em época estabelecida
Alegras os seres
Estimulas o riso
Perfumas o ar
Transformas cada ambiente
Em paraíso.






PROVÉRBIO

O que é moda, não incomoda.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A VOLTA

A volta está custosa. Muitas voltas temos dado para a volta chegar. Tivemos voltas nas notícias. Voltas contorcidas, torcidas por torcedores de várias puxadas. 

Não voltamos. Apenas chegamos a um ponto em que já se vê a volta mais perto do que longe. É uma lonjura que dá mais esperança do que desespero. O ponto em que chegamos deixa que os que almejam a chegada sonhem em voltar a andar de serenamente, em passos livres, sem  amarras e impedimentos até de respirar sem acessórios que atrapalhem.

Quando chegar a volta não mais será preciso o banho diário em líquidos não convencionais. Nossas mãos não mais precisarão deles constantemente, mas numa vez perdidazinha em situações inevitáveis, em que a tal higiene transpõe as soleiras do normal.

PROVÉRBIO

O que é de paz, cresce por si.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

FIGURA DE PALAVRAS

Palilogia - é a repetição integral de frase ou segmento:
...Caminho pela cidade
sofrendo de mal-de-amor
sofrendo de mal-de-amor
sofrendo de mal-de-amor (Mário de Andrade)
(Introdução ao curso de redação)

COMO ÁRVORES

Como árvores somos
Fincados no chão
Presos pelas raízes
Frágeis ou não.

Resistentes aos ventos somos
Altivos nos desafios
Difíceis da derrubada
Ou frágeis como os mais frágeis fios.

Nossas folhas são mudadas
De acordo com o tempo
Se expostas em constância
Desbotará em um momento.

Os frutos ofertados
Depende da produção
Se é boa ou má
Procedente do coração.


PROVÉRBIO

O que é demais enjoa.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

FIGURA DE PALAVRAS

Anadiplose - É a repetição da última palavra ou expressão de uma frase no início da frase seguinte. Ex.:
Coroai-me em verdade
         De rosas -
Rosas que se apagam (Fernando Pessoa)
(Comunicação e Expressão - Introdução ao curso de redação)

DE OLHO NOS LANCES

De olho em cada lance
Em casa lanceada
Em cada vai e vem
Em cada gesto
Em cada parada
Em cada partida
Em cada chegada.

Olho vivo deve ser
O mote a ser motado
Tentar ver o escondido
O que não pode ser notado
Com olho natural e seco
Olhar simples mal olhado
E não pode ver o outro lado.


PROVÉRBIO

O que é da onça, gambá não come.

QUESTÃO DO ENEM

O mundo revivido

Sobre esta casa e as árvores que o tempo
esqueceu de levar. Sobre o curral
de pedra e paz e de outras vacas tristes
chorando a lua e a noite sem bezerros.

Sobre a parede larga deste açude
onde outras cobras verdes se arrastavam,
e pondo o sol nos seus olhos parados
Iam colhendo sua safra de sapos.

Sob as constelações do sul que a noite
armava e desarmava: as Três Marias,
o Cruzeiro distante e o Sete-Estrelo.

Sobre este mundo revivido em vão,
a lembrança de primos, de cavalos,
de silêncio perdido para sempre.
(DOBAL, H. A província deserta. Rio de Janeiro: Artenova, 1974)

No processo de reconstituição do tempo vivido, o eu lírico projeta um conjunto de imagens cujo lirismo se fundamenta no:
A- inventário das memórias evocadas afetivamente.
B- reflexo da saudade no desejo de voltar à infância.
C- sentimento de inadequação com o presente vivido.
D- ressentimento com as perdas materiais e humanas.
E- lapso no fluxo temporal dos eventos trazidos à cena.
(Modena Plus - Linguagens e sua tecnologias)

domingo, 19 de setembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

O massapê (Gilberto Freyre)

O massapê é acomodatício. É uma terra doce ainda hoje. Não tem aquele ranger da areia dos sertões que parece repelir a bota do europeu e o pé do africano, a pata do boi e o casco do cavalo, a raiz da mangueira-da-índia e o broto da cana, com o mesmo enjoo de quem repelisse uma afronta ou uma intrusão. A doçura das terras de massapê contrasta com o ranger da raiva terrível das areias secas dos sertões.

O massapê não vai ao extremo da terra de mangue, que quase não é terra, de tão melada, de tão mole e indecisa, deixando que nela a água apodreça os matos e as raízes. Nem ao excesso do barro tauá, nos dias de chuva capaz de engolir balduínas, de sorver comboios inteiros.

O massapê tem outra resistência e outra nobreza. Tem profundidade. É terra doce sem deixar de ser terra firme: o bastante para que nela se construa com solidez engenho, casa e capela.

Nessas manchas de terra pegajenta foi possível fundar a civilização moderna mais cheia de qualidades, de permanência e ao mesmo tempo de plasticidade que já se fundou nos trópicos. A riqueza do solo era profunda: as gerações de senhores de engenho podiam suceder-se no mesmo engenho; fortalecer-se; criar raízes em casas de pedra-e-cal; não era preciso o nomadismo agrário que se praticou noutras terras, onde o solo menos fértil, esgotado logo pela monocultura, fez do agricultor quase um cigano, sempre à procura de terra virgem. (Manual de Português - Celso Cunha)

HUMOR - E tem o coroa que vai ao médico e se queixa de fortes dores no pé direito. O médico examina e diagnostica:
- É um tipo de sintoma de velhice.
- Engraçado! O pé esquerdo tem a mesma idade e não dói.

sábado, 18 de setembro de 2021

QUE PALAVRA!

Castanheta - Estalido produzido pela ponta do dedo médio ao roçar rápido a do polegar (Aurélio).

Aposto que muita gente, como eu, não sabia, o que significa castanheta, apesar de ter feito muito isso aí.

PROVÉRBIO

 O que é achado não é roubado.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

FIGURA DE LINGUAGEM

Aliteração - Repetição de um som ou de sons acusticamente semelhantes numa frase para se tirar algum efeito estilístico.
Ex.: Quem com ferro fere com ferro será ferido.
        Zunindo as asas azuis. (Walmírio de Macedo)

É TETRA!

No Interclasse deste ano, evento em que participam escolas municipais e estaduais, o grande vencedor foi a Escola Estadual José Professor Alfredo Simonetti.

O Alfredo venceu no futebol de campo, futsal, no concurso literário (carta), na competição de saberes e na peça teatral.

Perdeu apenas na queimada. Tornou-se Tetracampeão.

(Informações de Francisco José, vice-diretor do Alfredo).

Neste ano não teve a participação da Escola Estadual José Calazans Freire nem da Escola Evangélica José Inácio da Costa.

EM PASSEATA

Inter-classe - O Alfredo Simonetti saiu-se bem no interclasse entre os colégios de Ensino Fundamental.

Depois do resultado, como é de praxe, os integrantes daquela escola, principalmente alunos e torcedores saíram do local da divulgação até algumas ruas da cidade, saíram em passeata e em coro com o nome da escola.

PROVÉRBIO

O que desabusa angu é quiabo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

EMANCIPAÇÃO II

Não há muito a se publicar sobre a emancipação política de Upanema. Quem é daqui, sabe quem foi o autor do projeto, et cetera coisa e tal.

"No dia 16 de setembro de 1953, pela Lei número 874, Upanema desmembrou-se de Campo Grande, tornando-se município do Rio Grande do norte" (Terras Potiguares, de Marcus Cesar Cavalcanti de Morais).

EMANCIPAÇÃO

A partir do ano de 1953, Upanema passou a ser cidade, desmembrada de Campo Grande. Foi através da lei estadual 874, de autoria do upanemense Antônio Rodrigues de Carvalho que isso se tornou possível.

PROVÉRBIO

O que dá fama, dá desdém.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

COISA DA LÍNGUA - ACENTO TÔNICO

Paroxítono - Sinônimo de grave. Diz-se dos vocábulos cujo acento tônico vem na penúltima sílaba. Exs.: fato, forte, acento, joia. (Luiz A. P. Vitória)

A chave que abre o entendimento do que seja um paroxítono está na palavra tônico. Tônico significa forte. Então, a sílaba mais forte se for a penúltima, dizemos que é uma palavra paroxítona. Compreender isso pode não ser lá grande coisa, mas poderá ajudar a alguém num dever de casa.

Aqui pra nós -  Muita gente passou pela escola, mas esse assunto não ficou na cabeça.


CRÔNICA DE GUERRA

Sobre seu cavalo possante, empunhava a palavra e o chicote. Desceu de um pulo e foi em direção de uma cabana pequena, de onde saía um senhor de pele tostada. Aproximou-se e saudou-o com um sonoro bons dias. O estranho apenas grunhiu e foi embora.

Ali por perto não havia no momento uma vivalma que pudesse acolher o novato habitante. Até o piado dos pássaros era pouco. Uma fumaça ao longe, a alguns quilômetros era permitido enxergar. Curioso, o homem do cavalo resolveu dá uma espiada no que havia dentro da humilde casa. Antes disso dirigiu-se a uma árvore próxima e amarrou o animal e depositou seus pertences ao lado.

A chegada do nosso personagem é somente o começo da nossa história.

PROVÉRBIO

 O pouco basta ao sábio, muito menos ao santo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

EXPRESSÃO CERTA

Paredes-meias - Muita gente boa diz "parede e meia. Diga-se acertadamente: paredes-meias. Ex.: Eles residem paredes-meias. (Dica do livro Tira-dúvidas de Português)

Na verdade, paredes-meias é mais lógico, se considerarmos que cada vizinho tem uma parede dividida ao meio.


OLHANDO A BANDA

Olhar a banda tocar é o que, por enquanto, fazemos diariamente. 

A banda passa e a acompanhamos com os olhos e a percebemos com os ouvidos. 

Se nada podemos fazer, acompanhemos a banda ou bandas.

A banda - A banda toca coisas da vida, inclusive as coisas do amor, como dizia o poeta.

PROVÉRBIO

O peixe maior é o que se perde.

domingo, 12 de setembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

A nova Terra (Viriato Correa)

Mar e céu. Céu e mar. Céu distante, ora azul, ora negro. Mar, ali aos nossos pés, ora manso, ora zangado, ora murmurando, ora rugindo.

E isso durante mais de um mês. 

Os navios cada vez mais longe da terra. Os navios cada vez mais se internado no mar. Tinha-se a impressão de que se estava caminhando para o fim do mundo. 

Um dia, estava eu na amurada do navio, quando vi ervas boiando sobre as águas. 

Eu tinha ouvido contar que um dos meios dos gigantes e dos monstros do oceano liquidarem os navegadores eram as ervas. Espalhavam tal porção delas pelas águas que os navios encalhavam e ali apodreciam.

Eu queria ver países novos, povos esquisitos, mas não queria ficar encalhado no meio do mar, até morrer de fome ou ser comido por um gigante.

Você não imagina a alegria que naquele momento se espalhou no pessoal de bordo. E que os botelhos e os rabos d'asno (assim se chamavam as ervas), ao aparecerem sobre as águas, anunciavam sempre terra próxima. Devíamos estar próximos de terra. 

Não tiramos mais os olhos do horizonte.

Mas a tarde caiu, caiu a noite e terra nenhuma surgiu diante de nós.

No outro dia (uma quarta-feira e a 22 de abril de 1500, tome nota!), mal veio raiando o sol, a marinheirada já andava pelos mastros, a ver se distinguia ao longe alguma ilha ou algum monte.

Sopravam ventos frescos. Eram mais ou menos 10 horas da manhã, quando as aves chamadas fura-buxos apareceram voando por cima dos navios. 

Eu nem quis comer. Volta e meia, lá estava de olhos arregalados no horizonte, a ver se descobria algim sinal. 

E já ia começando a entardecer quando o marinheiro da gávea gritou vivamente:

- Terra! Terra!

Uma explosão de alegria em todos os corações. Era o cabeço de um monte que se mostrava ao longe.

Os navios agitavam bandeiras uns para os outros, dando alvíssaras. 

O sol poente dourava o céu e dourava o mar. E o monte, alto, redondo, verdejante, ia pouco a pouco se mostrando aos nossos olhos: a longa linha da costa, pedaço a pedaço, se foi estendendo azulada e longínqua. (História do Brasil para crianças, Editora Nacional - Livro Português Dinâmico, sétima série)

SECURA - O tempo quente e seco reflete nas nossas gargantas e narizes de forma contundente. Para aliviar os efeitos, há alguns paliativos enquanto o tempo melhora: irrigação do corpo com água, molhar o ambiente e manter-se distante do sol em momentos de pico.

HUMOR - Um homem jantava com a família num restaurante muito chique. Quando pediu a conta, perguntou ao garçom:

- Garçom, você se importa de empacotar as sobras para eu levar pro cachorro lá de casa?

- O filho mais novo do homem exclama:

- Oba! Papai vai comprar um cachorrinho! (Da Folhinha do Coração de Jesus)

sábado, 11 de setembro de 2021

PROVÉRBIO

O pássaro que se separa de outro, vai voando adeus o tempo todo. 

QUE PALAVRA!

Cassete - Estojo, para filme ou fita, com dois carreteis, um para bobinar e outro para rebobinar (Aurélio).

As fitas cassete apareceram no tempo em que o disco vinil estava em seus dias finais do auge. Ter aquelas fitas era fazer sucesso em casa ou no carro. 

No toca-fita do meu carro
Uma canção me faz lembrar você

Os carros já vinham com espaço para um toca-fita, pois as fitas eram sucesso.

QUE DIA!

Quem era nascido e já tinha um pouco de compreensão das coisas no num dia hoje de setembro de 2001 soube pelos meios de comunicação do ocorrido nos Estados Unidos. 

Quem viu pela TV aquilo teve uma visão sombria de pessoas morrendo sem nenhuma possibilidade de defesa. O ocorrido ficou cravado na história universal e na mentes de seus contemporâneos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

PROVÉRBIO

O papel tudo aceita.

PARA ONDE FORAM ELES?

Eles se foram, aos poucos. Nem avisaram por que é de sua natureza não avisar da partida. Primeiro vai um. Depois dois, dez, quinze, vinte, cinquenta e aos magotes. E o dono fica olhando e reclamando, visto que o reclamar é a única coisa que ele pode fazer. 

No outro dia, outra olhada. "Será que mais alguns se foram?" 

Sim. Os amigos avisam que mais se foram. "Comigo também foi assim", relembra um.

"Sabe que eu tinha muitos, mas quando cuidei, estava só com a metade? Pois com você vai ser do mesmo jeito. Não adianta espernear, porque não vai dar jeito nadinha."

Depois de ouvir isso, a vítima começa a se conformar e já nem repara o que dizem os amigos. Eles também passaram por isso e nada puderam fazer, por que vou me preocupar?

Mais uma vez, diante do espelho, ele contempla ainda o que resta. Exclama, enfim, e diz: "Eles se foram." E remata: "Coisas da natureza não se explicam. Em outros, eles permanecem a vida inteira, juntinhos. Em outros, se vão e nos deixam na mão, assim desnudos. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

SEMÂNTICA

Palavra - É um som oral ou combinação de sons que serve para exprimir a ideia de alguma coisa. Ex.: livro, caderno, belo, justiça. (Dica de Luiz A. P. Vitória)

A palavra não se restringe à fala, mas também pode ser escrita. Ambas são poderosos instrumentos de comunicação que podem ajudar ou atrapalhar a vida das pessoas. Um palavra dita ou escrita fora do contexto ou até mal entendida fará um efeito negativo na vida das pessoas. Bem dita ou escrita dentro dos conformes poderá ajudar e edificar de forma extraordinária.

NÃO DEMORES

Não demores aqui
Pede todos
Que não fiques aqui
Por muito tempo
Pois o tempo que passaste
Já foi tempo demais.

Os males que causaste
Já foram bastante
Tão maledicentes
Que a todos prejudicaram
E colocaram em maior ou menor grau
Desde a morte a doentes.

Não ficarás aqui
Por mais que um verão
Não és e nunca fostes
Bem-vindos de nenhum povo
De nenhuma terra
Cidade ou nação.



PROVÉRBIO

O olho do dono não engorda o boi (Gaúcho).

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

TEMPO AQUI

Tempo bom e acima da nossa média. Tempo que não deixa  a gente reclamar. Um nublado puxado para o menos quente.

Eis o resumo do tempo hoje por aqui.

PROVÉRBIO

O olho do dono é que engorda o capado (ou o cavalo).

terça-feira, 7 de setembro de 2021

O SETE DE SETEMBRO DESCONHECIDO

O Sete de Setembro é muito desconhecido de muitas pessoas, inclusive de alunos. Alguns alunos perguntavam a razão da parada de hoje. Percebi que o motivo desse desconhecimento é porque a divulgação nas escolas deixou de ser tradição.

O certo é que é muito bom falar do passado, principalmente de um passado bom como aquele dos desfiles do dia 7. Os hinos, o desfile, as pessoas nas ruas. Tudo isso faz parte da nossa cultura e tradição.

QUESTÃO DO ENEM

Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta  de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação. (Coutinho, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. Adaptado)

Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que:

a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno  de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agragadas posteriormente à cena teatral. (Do livro Estações linguagens, da Editora Ática)

PÁTRIA É A PALAVRA

Pátria é a palavra. O amor à pátria é um dos amores que temos e cultivamos ao longo da vida. Sem este amor, tendemos ao desprezo daquilo que faz parte do nosso ser.

UMA PALAVRA QUE SE APRENDE NA MENINICE

Ou melhor. Uma palavra que se ouvia muito no tempo da meninice dos meus contemporâneos. Agora nem posso dizer que a geração dos quinze anos saibam o motivo de hoje não haver aula. 

Para começar, havia comemorações a semana toda, com hasteamento da bandeira do Brasil em todas as escolas e repartições públicas. O hino era cantado nas aulas para que fosse cantado novamente no desfile do dia Sete. O S de Sete era maiúsculo. E ainda o é. 

PROVÉRBIO

O mofino tem o seu dia.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

QUESTÃO DA LÍNGUA

Paciente - Aquele que sofre. Assim se designa o sujeito na voz passiva, por sofrer o mesmo a ação expressa pelo verbo. Ex.: Esta carta foi escrita por Antônio (Esta carta é o sujeito da voz passiva, pois que sofreu a ação que o verbo exprime). (Dica de Luiz A. P. Vitória)

O termo paciente é semelhante na vida real e na gramática. Assim, fica mais fácil a compreensão do que significa um verbo na voz passiva. Como estudante da língua, o sujeito deixa de ser paciente e torna-se um sujeito que aprende fácil.




AGENTE JUNTO

Agente junto difere muito do a gente separado.

Aquele é o que age com todo vigor. É o que, ao agir, produz, conduz, faz alguma coisa.

A gente separado também faz, mas não tem o mesmo peso semântico do junto. Pode ser que aja, mas não tem a mesma carga de significado. Não é questão gramatical somente. É questão que exige do usuário o discernimento e que pode até elevá-lo e derrubá-lo numa disputa.

A gente não devemos saber disso, mas a gente deve saber, sim, disso.

PROVÉRBIO

O milho plantado tarde, dá pendão, não dá espiga.

TU

Tu que vives de enganos
Até quando viverás
Desta não-nobre ocupação?

Até quando viverás
- Se é que isso é vida -
Do não-fazer
Do não-acertar
Do não-marcar
Na meta certa
Na via direta
No rumo certo
Do bom projeto
Do bem-viver
Do bem-acertar
Do bem-fazer?

domingo, 5 de setembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

Para ser um homem (Sérgio D. T. Macedo)

A gente quando é criança acha bonito uma porção de coisas feias. O menino acha bonito fumar, por exemplo. Mas é porque os meninos não sabem como o fumo prejudica o organismo. O hábito de fumar prejudica a circulação do sangue e pode causar sérias feridas, chamadas úlceras, nos lábios e no estômago.

O uso do cigarro, do charuto ou do cachimbo, diminui o apetite e perturba a digestão. Nas crianças, prejudica o crescimento. Se você quer ser um homem forte, não fume. Da mesma forma, quem quiser ter êxito na vida não deve beber. O álcool leva sempre ao hospício. O uso de bebidas com álcool estraga o homem e faz o moço parecer velho. Causa a tuberculose e uma porção de moléstias tristes. 

A saúde é o bem maior deste mundo. E só poderemos conservar nossa saúde não tendo vícios e praticando esportes. 

Os exercícios esportivos impedem as moléstias, fortalecendo o corpo, e garantem a saúde. 

O Brasil precisa de filhos fortes e sadios, de corpo e alma. 

Só se poderá ser sadio de alma, sendo sadio de corpo porque a alma está ligada ao corpo. 

Devemos todos, pois, fazer exercícios. O exercício melhor, porque é o mais completo, é a natação. Nadar dá "muque", é verdade. Nem sempre, porém, "muque" é sinal de fortaleza.

A natação mexe com todos os músculos e órgãos e desenvolve todos eles ao mesmo tempo. , harmoniosamente. 

A natação dá, com certeza, saúde e força. Se você quer ser um brasileiro útil à sua pátria em qualquer profissão - porque em todas as profissões pode-se servir à pátria - se você que ser brasileiro de verdade, ame a pátria acima de tudo, não consinta que se fale de seu povo, tema a Deus e cumpra os seus deveres, custe o que custar!

MANUAL - O texto acima é um pequeno manual de conselhos práticos dirigidos especialmente a pessoas na tenra idade. Foi extraído do livro "Infância brasileira", terceira série primária, da Companhia Editora Nacional, em São Paulo, no ano de 1960. 

MUQUE - Na gíria. significa força muscular, 

HUMOR - Duas amigas se encontram:
- Puxa, que linda pulseira de ouro você está usando! - comenta a primeira.
- Obrigada, foi presente de aniversário do meu marido, mas não é de ouro!
- Você conhece metais?
- Não, conheço bem o meu marido! (Da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus)


sábado, 4 de setembro de 2021

QUE PALAVRA!

Caspento - Cheio de caspa (Aurélio)
O mesmo significado dá Antenor Nascentes.

Entretanto, entre nós, há um significado diferente, que segue a linha conotativa. Chamar alguém de caspento é uma maneira de diminuí-lo e dizer que ele é sem valor: Bicho caspento!

Está claro que a pessoa xingada necessariamente não é preciso ter caspa.

FIQUEM RICOS

Há uma riqueza ao alcance de todos. De todos, vírgula, diriam os meus colegas dos tempos de ginásio. Não é possível aquela riqueza ao alcance de todos porque faz-se necessário a alfabetização.

Sem mais delongas, digo que a riqueza a que me refiro é a do vocabulário da língua vernácula. Todo alfabetizado tem a chance de ficar rico de palavras novas. O segredo não é nenhum segredo: é leitura em abundância. A cântaros.


PROVÉRBIO

O mesmo risco que corre o pau, corre o machado.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

NUNCA NA HISTÓRIA DO MUNDO

Nunca na história da minha geração presenciamos tanto problemas ao mesmo tempo. Havia a fome, a doença, a violência. A doença é o carro-chefe do momento. É a arrasadora no mau sentido. Recua em alguns momentos e avança em outros. Por aqui deu uma trégua na grande guerra de um minúsculo e poderoso ser invisível a olho nu.

PROVÉRBIO

O mal tem asas e o bem anda com passos de tartaruga. 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

QUESTÃO DA LÍNGUA

Ovo estrelado - Isto é, que, depois de frito, toma a forma de uma estrela. Constitui, então, uma impropriedade dizer-se: ovo estalado. (Opinião de Luiz A. P. Vitória, em sue livro Tira-dúvidas de Português)

O estalo é um barulho emitido quando algo é quebrado. Se seguirmos esse raciocínio, não é errado dizermos ovo estalado. Podemos considerar também que raramente o ovo passa a ter uma forma de estrela quando é frito. Nada científico. É tão-somente uma opinião.

A PARTIDA

Ela partiu mais uma vez. Mas felizmente voltou. Sem H2O a gente não vive.

PROVÉRBIO

O mal ganhado o diabo leva.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

LEMBRANÇAS DOS PARQUES

A chegada de um parque na cidade sempre nos remente ao passado. O presente não escapa do passado nem vice-versa.

Não podemos escapar das comparações entre os parques do presente com os do passado. Não é que aqueles fossem melhores e com mais atrações. Era talvez porque naquele tempo nada tínhamos de diversões. Houve tempo que nem a televisão era acessível. Nada restava além de um parque de tempos em tempos como forma de diversão.

As diferenças - Hoje há diversas atrações. Podemos contar pelo menos dez. Antigamente somente duas ou três, mas que satisfaziam os desejos dos consumidores. Era raro haver um jogo, seja de qualquer natureza.

A música tocada é bem diferente. Os hits de hoje são léguas e léguas de diferença. Havia os pedidos musicais através de um locutor que falava de um modesto estúdio ao ar livre. O ouvinte podia pedir e oferecer uma música para alguém que estava presente. Bastava pagar uma modesta quantia que o locutor escrevia num papel as características de uma certa pessoa que estava presente e um fulano mandava tal música para ela.

São estas as principais lembranças de um parque na cidade.

PROVÉRBIO

O mal de nossos avós, fizeram-no eles e pagamo-lo nós (Pernambuco).

DEZESSEIS

Faltam apenas dezesseis centímetros para a barragem "Jessé Pinto Freire" - barragem de Umari - sangrar.