O galo sozinho de João Cabral
Canta só
E não tece a manhã
Como todos os nossos galos daqui.
Ouço-os nos fins de madrugada
Quando parte da população busca a saúde
Nos movimentos dos pés.
Ouço sempre um galo que puxa
Um canto rouco e afinado
Para os ouvidos dos cantores-galos.
Um canto que nunca é solitário, como diz Cabral de Melo Neto.
Sempre outros o acompanham
Num mesmo tom
Ou em outros acordes
Pois nada sei sobre acordes de galos.
Sei que aquela sinfonia musical das manhãs
Bem que podem nos ensinar
Que fazer uma tarefa sozinho
Não tece bem uma vida.
Não tece bem uma vida.
2 comentários:
É admirável teu talento com as palavras. Parabéns pelo ótimo poema!!
É admirável teu talento com as palavras. Parabéns pelo ótimo poema.
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