domingo, 31 de dezembro de 2023

DOMINGO

GRAMÁTICA

Em "Emília no país da gramática," Monteiro Lobato ensina gramática de uma forma divertida.

Uma ideia da Senhora Emília

Dona Benta, com aquela paciência de santa, estava ensinando gramática a Pedrinho. No começo Pedrinho rezingou.

— Maçada, vovó. Basta que eu tenha de lidar com essa caceteação lá na escola. As férias que venho passar aqui são só para brinquedo. Não, não e não. . .

— Mas, meu filho, se você apenas recordar com sua avó o que anda aprendendo na escola, isso valerá muito para você mesmo, quando as aulas se reabrirem. Um bocadinho só, vamos! Meia hora por dia. Sobram ainda vinte e três horas e meia para os famosos brinquedos.

Pedrinho fez bico, mas afinal cedeu; e todos os dias vinha sentar-se diante de Dona Benta, de pernas cruzadas como um oriental, para ouvir explicações de gramática.

— Ah, assim, sim! — dizia ele. — Se meu professor ensinasse como a senhora, a tal gramática até virava brincadeira. Mas o homem obriga a gente a decorar uma porção de definições que ninguém entende. Ditongos, fonemas, gerúndios. . .

Emília habituou-se a vir assistir às lições, e ali ficava a piscar, distraída, como quem anda com uma grande idéia na cabeça.

É que realmente andava com uma grande ideia na cabeça.

— Pedrinho — disse ela um dia depois de terminada a lição —, por que, em vez de estarmos aqui a ouvir falar de gramática, não havemos de ir passear no País da Gramática?

O menino ficou tonto com a proposta.

— Que lembrança, Emília! Esse país não existe, nem nunca existiu. Gramática é um livro.

— Existe, sim. O rinoceronte, que é um sabidão, contou-me que existe. Podemos ir todos, montados nele. Topa?

Perguntar a Pedrinho se queria meter-se em nova aventura era o mesmo que perguntar a macaco se quer banana. Pedrinho aprovou a ideia com palmas e pinotes de alegria, e saiu correndo para convidar Narizinho e o Visconde de Sabugosa. Narizinho também bateu palmas — e se não deu pinotes foi porque estava na cozinha, de peneira ao colo, ajudando Tia Nastácia a escolher feijão.

— E onde fica esse país? — perguntou ela.

— Isso é lá com o rinoceronte — respondeu o menino. — Pelo que diz a Emília, esse paquiderme é um grandessíssimo gramático.

— Com aquele cascão todo?

— É exatamente o cascão gramatical — asneirou Emília, que vinha entrando com o Visconde.

Os meninos fizeram todas as combinações necessárias, e no dia marcado partiram muito cedo, a cavalo no rinoceronte, o qual trotava um trote mais duro que a sua casca. Trotou, trotou e, depois de muito trotar, deu com eles numa região onde o ar chiava de modo estranho. 

— Que zumbido será esse? — indagou a menina. —

Parece que andam voando por aqui milhões de vespas invisíveis.

— É que já entramos em terras do País da Gramática — explicou o rinoceronte. — Estes zumbidos são os Sons Orais, que voam soltos no espaço.

— Não comece a falar difícil que nós ficamos na mesma — observou Emília. — Sons Orais, que pedantismo é esse?

— Som Oral quer dizer som produzido pela boca, A, E, I, O, U são Sons Orais, como dizem os senhores gramáticos, — Pois diga logo que são letras! — gritou Emília.

— Mas não são letras! — protestou o rinoceronte. — Quando você diz A ou O, você está produzindo um som, não está escrevendo uma letra. Letras são sinaizinhos que os homens usam para representar esses sons. Primeiro há os Sons Orais; depois é que aparecem as letras, para marcar esses Sons Orais. Entendeu?

O ar continuava num zunzum cada vez maior. Os meninos pararam, muito atentos, a ouvir.

— Estou percebendo muitos sons que conheço — disse Pedrinho, com a mão em concha ao ouvido.

— Todos os sons que andam zumbindo por aqui são velhos conhecidos seus, Pedrinho.

— Querem ver que é o tal alfabeto? — lembrou Narizinho. — E é mesmo!. . . Estou distinguindo todas as letras do alfabeto. . .

— Não, menina; você está apenas distinguindo todos os sons das letras do alfabeto — corrigiu o rinoceronte com uma pachorra igual à de Dona Benta. — Se você escrever cada um desses sons, então, sim; então surgem as letras do alfabeto.

— Que engraçado! — exclamou Pedrinho, sempre de mão em concha ao ouvido. — Estou também distinguindo todas as letras do alfabeto: o A, o C, o D, o X, o M. . .

O rinoceronte deu um suspiro.

— Mas chega de sons invisíveis — gritou a menina. —-Toca para diante. Quero entrar logo no tal País da Gramática.

— Nele já estamos — disse o paquiderme. — Esse país principia justamente ali onde o ar começa a zumbir. Os sons espalhados pelo ar, e que são representados por letras, fundem-se logo adiante em Sílabas, e essas Sílabas formam Palavras — as tais palavras que constituem a população da cidade onde vamos. Reparem que entre as letras há cinco que governam todas as outras. São as Senhoras Vogais — cinco madamas emproadas e orgulhosíssimas, porque palavra nenhuma pode formar-se sem a presença delas. As demais letras ajudam; por si mesmas nada valem. Essas ajudantes são as Consoantes e, como a palavra está dizendo, só soam com uma Vogal adiante ou atrás. Pegue as dezoito Consoantes do alfabeto e procure formar com elas uma palavra. Experimente, Pedrinho.

Pedrinho experimentou de todos os jeitos, sem nada conseguir.

— Misture agora as Consoantes com uma Vogal, com o A, por exemplo, e veja quantas palavras pode formar.

Pedrinho misturou o A com as dezoito Consoantes e imediatamente viu que era possível formar um grande número de palavras.

Nisto dobraram uma curva do caminho e avistaram ao longe o casario de uma cidade. Na mesma direção, mais para além, viam-se outras cidades do mesmo tipo.

— Que tantas cidades são aquelas, Quindim? — perguntou Emília.

Todos olharam para a boneca, franzindo a testa. Quindim? Não havia ali ninguém com semelhante nome.

— Quindim — explicou Emília — é o nome que resolvi botar no rinoceronte.

— Mas que relação há entre o nome Quindim, tão mimoso, e um paquiderme cascudo destes? — perguntou o menino, ainda surpreso. — A mesma que há entre a sua pessoa, Pedrinho, e a palavra Pedro — isto é, nenhuma. Nome é nome; não precisa ter relação com o "nomado". Eu sou Emília, como podia ser Teodora, Inácia, Hilda ou Cunegundes. Quindim!. . . Como sempre fui a botadeira de nomes lá do sítio, resolvo batizar o rinoceronte assim — e pronto! Vamos, Quindim, explique-nos que cidades são aquelas.

O rinoceronte olhou, olhou e disse:

— São as cidades do País da Gramática. A que está mais perto chama-se Portugália, e é onde moram as palavras da língua portuguesa.

Aquela bem lá adiante é Anglópolis, a cidade das palavras inglesas.

— Que grande que é! — exclamou Narizinho.

— Anglópolis é a maior de todas — disse Quindim. — Moram lá mais de quinhentas mil palavras.

— E Portugália, que população de palavras tem?

— Menos de metade — aí umas duzentas e tantas mil, contando tudo.

— E aquela, à esquerda?

— Galópolis, a cidade das palavras francesas. A outra é Castelópolis, a cidade das palavras espanholas. A outra é Italópolis, onde todas as palavras são italianas.

— E aquela, bem, bem, bem lá no fundo, toda escangalhada, com jeito de cemitério?

— São os escombros duma cidade que já foi muito importante — a cidade das palavras latinas; mas o mundo foi mudando e as palavras latinas emigraram dessa cidade velha para outras cidades novas que foram surgindo. Hoje, a cidade das palavras latinas está completamente morta. Não passa dum montão de velharias. Perto dela ficam as ruínas de outra cidade célebre do tempo antigo — a cidade das velhas palavras gregas. Também não passa agora dum montão de cacos veneráveis.

Puseram-se a caminho; à medida que se aproximavam da primeira cidade viram que os sons já não zumbiam soltos no ar, como antes, mas sim ligados entre si.

— Que mudança foi essa? — perguntou a menina.

— Os sons estão começando a juntar-se em Sílabas, depois as Sílabas descem e vão ocupar um bairro da cidade.

— E que quer dizer Sílaba? — perguntou a boneca.

— Quer dizer um grupinho de sons, um grupinho ajeitado; um grupinho de amigos que gostam de andar sempre juntos; o G, o R e o A, por exemplo, gostam de formar a Sílaba Gra, que entra em muitas palavras. — Graça, Gravata, Gramática. . . — exemplificou Pedrinho.

— Isso mesmo aprovou Quindim. — Também o M e o U gostam de formar a Sílaba Mu, que entra em muitas palavras.

— Muro, Mudo, Mudança. . . — sugeriu a menina.

— Isso mesmo — repetiu Quindim. — E reparem que em cada palavra há uma Sílaba mais emproada e importante que as outras pelo fato de ser a depositária do Acento Tônico. Essa Sílaba chama-se Tônica.

— O mesmo nome da mãe de Pedrinho!... — observou Emília arregalando os olhos.

— Não, boba. Mamãe chama-se Tônica e o rinoceronte está falando em Sílaba Tônica. É muito diferente.

— Perfeitamente — confirmou Quindim. — No nome de Dona Tônica a Sílaba Tônica é Ni; e na palavra que eu disse a Sílaba Tônica é o To. E na palavra Pedrinho, qual é a Tônica?

— Dri — responderam todos a um tempo.

— Isso mesmo. Mas os senhores gramáticos são uns sujeitos amigos de nomenclaturas rebarbativas, dessas que deixam as crianças velhas antes do tempo. Por isso dividem as palavras em Oxítonas, Paroxítonas e Proparoxítonas, conforme trazem o Acento Tônico na última Sílaba, na penúltima ou na antepenúltima.

— Nossa Senhora! Que "luxo asiático"! — exclamou Emília. — Bastava dizer que o tal acento cai na última, na penúltima ou na antepenúltima. Dava na mesma e não enchia a cabeça da gente de tantos nomes feios. Proparoxítona! Só mesmo dando com um gato morto em cima até o rinoceronte miar. ..

— E há mais ainda — disse Quindim. — As pobres palavras que têm a desgraça de ter o acento na antepenúltima sílaba, quando não são xingadas de Pro-pa-ro-xí-to-nas, são xingadas de Esdrúxulas. As palavras Áspero, Espírito, Rícino, Varíola, etc, são Esdrúxulas.

— Es-drú-xu-las! — repetiu Emília. — Eu pensei que Esdrúxulas quisesse dizer esquisito.

— E pensou certo — confirmou o rinoceronte. — Como na língua portuguesa as palavras com acento na antepenúltima não são muitas, elas formam uma esquisitice, e por isso são chamadas de Esdrúxulas. E assim conversando, o bandinho chegou aos subúrbios da cidade habitada pelas palavras portuguesas e brasileiras. (Publicado pela Editora Brasiliense)


sábado, 30 de dezembro de 2023

FALTA

Em algumas casa, o mesmo dilema da falta d'água nas torneiras.

Os clamores de anos chegam aos ouvidos das autoridades, mas não fazem efeito.

QUE PALAVRA!

Carrilhão

Do latim quadrinionem, pelo francês carillon. Conjunto de sinos ou de campainhas. Conjunto de sinos para executar música. (Silveira Bueno, com etimologia).

Conjunto de sinos com que se tocam peças musicais. Relógio de parede que dá horas por música. (Soares Amora).

Conjunto de sinos, afinados com as várias notas, de modo que com eles se pode tocar qualquer música. Relógio com aparelhagem de martelos que, batendo em fios de metal, produzem várias melodias, nas horas e quartos de horas. (Antenor Nascentes).

Conjunto de sinos. O carrilhão da matriz começou a tocar. (Dicionário didático de Português, de Mari Tereza Camargo Biderman).

Conjunto de sinos, com que se tocam peças de música; relógio de parede que dá horas com quartos, de som agradável, melodioso. (Silveira Bueno).

Conjunto de sinos, primitivamente quatro, com que se tocam peças de música. Relógio de parede que dá horas por música. (Aurélio).

Série de sinos afinados, com os quais é possível executar peças musicais. Instrumento constituído de campainhas e bolas metálicas e que uma descarga elétrica aciona, fazendo-o soar. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 3).

Em 3 de julho de 1892, Machado de Assis, em um jornal da época fazia referência ao cantochão e também sobre o carrilhão

Na véspera de S. Pedro, ouvi tocar os sinos. Poucos minutos depois, passei pela Igreja do Carmo, catedral provisória, ouvi o cantochão e orquestra; entrei. Quase ninguém. Ao fundo, os ilustríssimos prebendados, em suas cadeiras e bancos, vestidos daquele roxo dos cônegos e monsenhores, tão meu conhecido. Cantavam louvores a S. Pedro. Deixei-me estar ali alguns minutos, escutando e dando graças ao príncipe dos apóstolos por não haver na Igreja do Carmo um carrilhão.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

SÊ E SER OTIMISTA

As vantagens  de ser otimista são de lavada sobre os que não são.

O otimista acredita que as coisas podem dar certo, mesmo que pareçam não dar.

GINÁSTICA: UMA NECESSIDADE

O organismo requer exercícios físicos, para que os diversos órgãos funcionem normalmente a desempenhar suas funções regularmente. 

A falta de movimento acarreta, frequentemente, entre outras coisas, prisão de vente, que é a causa de muitas enfermidades. ("A cura pelas plantas", de Minami Keizi).

Todo mundo sabe que o corpo necessita de movimento. Entretanto, durante muito tempo, as pessoas faziam isso naturalmente através do trabalho e no caminho para o trabalho. 

O tempo passa e as formas de trabalho modificaram-se. Muitas das ocupações passaram a dispensar o movimento e o percurso para tais trabalhos, em carros confortáveis. 

As pessoas esqueceram-se de movimentar-se. 

Uns, através da ginástica. Outros com uma simples caminhada. 

Sem saída, todos precisam desse "remédio" que cura grande parte dos males.

PROVÉRBIO

Quem engana a justiça, compra a injúria.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

QUESTÃO DA LÍNGUA

Califasia - Parte dos estudos da linguagem que trata da boa pronúncia, da correta entoação.

Quando dizemos "massi" para a palavra "mas".

Quando dizemos "subzídio" para "subsídio".

Quando dizemos "júniors" para "juniores".

Quando dizemos "gratuíto" para "gratuito".

BOLA

A bola parou de rolar. Por enquanto.

O que é diversão para muitos, é meio - e que meio - de vida, bom meio de vida para outros.

Enquanto a bola não rola, as pessoas procuram outras diversões.



PROVÉRBIO

Pela justiça terás a paz e o trabalho.

BEM VALIOSO

É reparador e bem imaterial muito valioso.

Uma vez perdido, não se acha mais.

Muitos já perderam muitas vezes e prosseguem perdendo todos os dias. Digo, durante as noites.

Estas tornam-se grandes demais, acima do que são. Engano. São todas iguais, mas enquanto se perde o bem valioso, as noites enlarguecem, avolumam-se a ponto de dar a impressão de que não terminarão mais.

Procuram-se e não acham. Tateiam no escuro e no claro - tanto faz - e não encontram. O jeito é esperar, esperar e esperar até que ela apareça, ainda que a altas horas.

Na verdade, na verdade vos digo, o sono é um bem tão, tão precioso que perdê-lo é perder um tesouro.

Reparem bem que é também reparador do cansaço do dia a dia.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

PREVISÃO DE CHUVAS NO RN

Do site da Emparn: www.emparn.rn.gov.br/

O mês de dezembro chuvoso a partir da segunda quinzena como previsto. Com a continuidade da condição de aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, que caracterizam o fenônomeno El Ñino, facilita a chegada de frentes frias no Nordeste. Essa condição deverá continuar nos meses de janeiro e fevereiro, devendo ser meses com chuvas acima do normal”, comentou Gilmar Bristot, chefe da unidade de Meteorologia da Emparn.

Reunião de Análise Climática

Na última quinta-feira (22), representantes de vários órgãos e instituições ligados à área de Meteorologia do Brasil se reuniram online para elaboração da Previsão Climática por consenso para o trimestre, janeiro, fevereiro e março de 2024. A reunião foi coordenada pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba.

“O resultado é que as chuvas nos meses de janeiro e fevereiro as chuvas fiquem entre normal e acima do normal. No mês de março, as chuvas ficarão abaixo, devido a influência do El Nino”, comentou Bristot.

Os volumes acumulados mínimos para o estado são 60,4mm (janeiro 2024), 92,9mm (fevereiro). Para março, o máximo esperado é de 159,7mm.

REMÉDIOS FITOTERÁPICOS

MALVA  - Contra tosse, calmante, cura males do estômago. Indicada para banhos, gargarejos, inflamações da vista, dor de dente, inalações para dor de ouvido e das pálpebras. (Dica de Jaime Brüning, um estudioso da Medicina Natural).

Nome científico: Malva silvestris L.; Malvaceae.

Características: A malva é uma erva que floresce em diversos países, inclusive o Brasil.

Pouco exigente quanto ao tipo de solo em que se desenvolve, é observada desde montanhas até zonas áridas.

Os caules dessa planta são ásperos, chegando até 60 cm de altura; folhas cobertas de pelos, reniformes, denteadas nas margens; flores azuis, amarelas ou purpúreas.

Constituintes principais: Mucilagens, resina, oxalato de cálcio e pectina.

Usos medicinais: As folhas são usadas nas tosses e bronquites, inflamações da boca, colites e contusões.

Posologia: Infuso ou decocto a 2% - dose máxima diária: 200 ml.

Extrato fluido - dose máxima diária: 4 ml.

Tintura - dose máxima diária: 20 ml. (Do livro "A saúde pelas plantas e ervas do mundo inteiro", de Ricardo Lainetti e Nei R. S. de Brito, Ediouro)

PROVÉRBIO

A justiça faz o homem justo amar e desejar.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

QUESTÃO DA LÍNGUA

Cacografia - É a grafia errada dos vocábulos. é o contrário de ortografia.

Qualquer erro de escrita é uma cacografia. (Dica de Walmírio de Macedo).

Cacografia é feita de dois pedaços: 

Caco e grafia.

Caco= mau, desagradável. 

Cacofonia (som desagradável)

Cacografia (má escrita)

Cacoete (mau hábito)

(Dica de Luiz Antônio Sacconi).



TROVÕES E RELÂMPAGOS

Em fim de tarde, muitos relâmpagos e trovões e nenhuma chuva.

A noite chega e tudo pode mudar.

DENGUE - UMA DEFINIÇÃO

Infecção produzida por arbovíros transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti, vetor também da febre amarela urbana, e Aedes albopictus.

O tratamento é paliativo e a doença é autorresolutiva. A forma mais grave é a dengue hemorrágica, que pode desencadear o choque hipovolêmico. (Dicionário de termos médicos, enfermagem e radiologia).

A dengue é mais uma doença que mete medo nas pessoas. 

É uma das doenças que não é das mais badaladas como num passado não tão, tão distante. Às vezes nos esquecemos que ainda mata muito.


TRÊS

Três milímetros a chuvinha de ontem pela noite cedo.

PROVÉRBIO

Se amas ser justo com amor, amas a justiça.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

CAI CHUVA

Cai boa chuva na cidade na entrada da noite.

Além disso, mundão de chuva para vir.

QUESTÃO GRAMATICAL

Artigo nos nomes de países

Os nomes de países podem ou não vir precedidos de artigo. 

No caso afirmativo, o nome classifica-se como substantivo ártrico; no caso negativo, ánartro.

Ártrico - Diz-se dos nomes de países precedidos de artigo. Ex.: A Alemanha. 

Ánartro - Países que não se faz necessário o uso do artigo precedido. Ex.: Pérsia.

(Dica de Luiz A. P. Victoria)

NATAL - MAIOR FESTA POPULAR DO BRASIL

Natal é a maior festa popular do Brasil, determinando um verdadeiro ciclo, com bailados, autos tradicionais, bailes, alimentos típicos, reuniões, etc. 

De meados de dezembro até Dia de Reis, 6 de janeiro, uma série de festas ocorre por todo o Brasil, especialmente pelo interior, onde a tradição é mais viva e sensível. 

O bumba-meu-boi, boi, boi-calemba, cheganças, marujadas ou fandango, pastoris como as velhas lapinhas de outrora, congadas ou congos, reisados estão nos dias prestigiosos. 

Para aguardar-se a missa do galo, à meia-noite, há todos esses divertimentos, públicos, nas festas particulares ou nas sociedades. 

A denominação portuguesa de noite de festa persiste no Brasil, onde dezembro é denominado mês de festa. Dia de festa, Noite de festa é o dia, a noite de Natal. Esse nome de Natal não tem ainda vulgarização de "festa". Diz-se mais "Natal" nas cidades e entre os letrados, total ou parceladamente. 

Para o povo é noite de festa. Não há mais representação dentro de igrejas, como em fins do século XVIII, mas algumas são exibidas em palcos armados ao ar livre, diante dos templos, por exemplo o Fandango ou Marujada. 

Sobre uma Noite de Natal na Bahia antiga, reunião dos festejos mais curiosos e queridos pelo povo, ver Melo Morais Filho (Festas e Tradições Populares no Brasil, 61-78, Rio de Janeiro, 1946). 

A Noite de Natal foi fixada em 25 de dezembro pelo Papa Júlio I no séc. IV.  Antes desta data as igrejas comemoravam diversamente como a grande alegria, clero e povo mobilizavam todos os elementos para uma comemoração ruidosa e sonora, canto, bailado, música, refeições e bebidas sem fim. 
(Câmara Cascudo, em Dicionário do Folclore Brasileiro - Ediouro).

Câmara Cascudo lembra uma expressão usada por nós que há anos não vejo ninguém dizer com relação ao Natal: "Noite de Festa".

Com relação ao dia 31, dizia-se por aqui - e pouco se diz "Noite de Ano".

O Natal, apesar de ser hoje, é comemorado na véspera.

Morrer de véspera - A origem da expressão "morrer de véspera" é por causa das mortes dos galos no dia 24, véspera do Natal:

Só quem morre de véspera é o galo.

PROVÉRBIO

Se o amigo é grande, sê um grande amigo.

domingo, 24 de dezembro de 2023

DOMINGO

A SEMANA

A semana que finda foi de pequenas chuvas. Quem planta ficou contente, mas logo soube das previsões de que as chuvas não vão continuar agora e que o ano que vem será de poucas chuvas.

Uma bola de fogo no céu apareceu na sexta, 22. Em muitas partes do país ela foi vista, inclusive aqui em Upanema. Um rapaz testemunhou, mas não filmou nem fotografou.

Outra bola - a de futebol  - rolou também na sexta-feira, 22. Os torcedores do time brasileiro ficaram com aquilo que convencionou-se chamar de "no cheirinho". 

SIGNIFICADOS DE "NATAL"

Relativo ao nascimento; lugar onde se deu o nascimento. 

Dia do nascimento ou dia do aniversário do nascimento. 

O dia 25 de dezembro, em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo. 

Discute-se o motivo pelo qual essa data foi a escolhida. Segundo a hipótese mais aceita, a Igreja de Roma, ao querer realçar a comemoração do nascimento de Cristo, adotou a data de 25 de dezembro porque nela se celebrava a grande festa pagã do Sol invictus. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 8)

A "Igreja de Roma" a que alude o texto é a Igreja Católica Apostólica Romana. O fato de o dia de Natal ser comemorado no dia de celebração da festa pagã do Sol invicus foi um ponto positivo para a igreja. Para esta, o Sol é Cristo e não se confunde com deuses dos paganismo.

DENGUE

Infecção endemoepidêmica que se manifesta por surtos de febre, mialgias, erupção morbiliforme, leucopenia e alterações da personalidade. É transmitida ao homem pelo Aedes aegypti e ocorre em países tropicais e subtropicais. A designação se deve ao fato de que o doente caminha de modo especial, em virtude das fortes lombalgias que sente. (No Brasil houve uma epidemia - Niterói 1923 - Na guerra de 1914 a doença constituiu sério problema sanitário). (Grande Enciclopédia Delta-Larousse, volume 5).

Requebro, faceirice. Suscetibilidade ou melindre feminino ou infantil.

Afetado, mulherengo.

Moléstia infecciosa causada por um agente desconhecido, mas transmitido pelo mosquito Stegomia fasciata; ocorre em geral na costa do mar Mediterrâneo. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 3 - 1977)

Até o fim do século XIX, não se sabia ao certo o que causava a doença, que era combatida por desinfecções, quarentenas e outras medidas pensadas para destruir seu suposto bacilo, principalmente nos cortiços onde a população pobre se aglomerava. Em 1881, o cubano Carlos Finlay apontara um Culex como transmissor da febre amarela. O mosquito passou a ser chamado Stegomyia fasciata em 1901 e, partir dos anos 1920, Aedes aegypti. Só após duas décadas, uma comissão científica dos EUA confirmou a teoria de Finlay e instituiu brigadas para combater os mosquitos na capital cubana. (https://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/)

A dengue  - no sentdo de doença - voltou, como em todos os anos. Os cuidados, mesmo grandes, não evitam totalmente sua difusão.

GRAMÁTICA

Uso do artigo diante de nomes próprios

Minha amiga Clara ou minha amiga a Clara?

O uso do artigo definido pode mudar até a classe gramatical. O pensar nos transporta ao passado. Pensar é verbo, mas é transformado em substantivo por causa do artigo definido o. 

Quanto ao exemplo da amiga Clara, claro que não se faz necessário usar o artigo diante de Clara, pois soa destoante para o ouvinte. Como é o nome da pessoa? Clara ou Aclara?

Em nomes como Clara, até que é fácil entender. Em outros, porém, não deixam claro: O Everton joga bem ou Weverton joga bem?








sábado, 23 de dezembro de 2023

QUE PALAVRA!

Cantochão

Canto litúrgico da Igreja Católica do Ocidente, e cujo ritmo ou ausência de ritmo se baseia apenas na acentuação e nas divisões do fraseado; canto gregoriano. (Aurélio)

Canto tradicional da Igreja, de uma só voz. Fig. Coisa enfadonha. (Soares Amora)

De canto + chão. Canto da Igreja, reza; canto gregoriano. Fig. Tudo o que é monótono e fúnebre. (Silveira Bueno, com etimologia)

Canto de Igreja, de uma só voz; canto gregoriano, por ter sido coordenado, completado e fixado por São Gregório. (Silveira Bueno)

Tipo de canto coral, simples e uniforme, sem variação de tempo musical, usado nos ofícios religiosos. O cantochão tem uma longa tradição na vida monástica. Não se usa no plural. Também chamado de canto gregoriano. (Dicionário Didático de Português, de Maria Tereza Camargo Biderman)

Canto oficialmente admitido nas funções litúrgicas da Igreja católica desde a publicação do histórico Motu proprio de Pio X (1903), o qual admite ainda a polifonia clássica, especialmente a da Escola Romana, e a música sacra mais moderna, desde que obediente às prescrições daquele documento. O mesmo que canto gregoriano.  - Deu-se-lhe aquela denominação em homenagem a S. Gregório Magno, papa de 590 a 604, o qual mandou coligir todo o repertório de antífonas e responsos necessários ao culto. O repertório consta do canto ritual dos primeiros cristãos, enriquecido com melodias que foram surgindo nos primeiros séculos do cristianismo e outras novas que S. Gregório teria composto ou mandado compor. Nos sécs. IX, XVI e XIX, principalmente, passou o cantochão por diversas revisões que em geral lhe foram sumamente nocivas, por haverem deturpado as primitivas formas legítimas. Para restabelecê-las, fizeram-se muitas tentativas, finalmente coroadas de êxito com o lançamento da Editio Vaticana, feita em 1905, sob os auspícios de Pio X. Para não lhe deturpar a pureza da forma e expressão, foi conservada a antiga ortografia de notas cheias, quadradas, , escritas sobre quatro linhas. As claves são as de e de , colocadas mais alto ou mais baixo, segundo o âmbito melódico. Música estritamente vocal, move-se o cantochão dos oito modos eclesiásticos, inspirados nos modos da música grega antiga. Edições recentes estão também adotando uma notação figurada em música moderna; outras, aliás as mais práticas, empregam a notação do cantochão sobre o pentagrama moderno com clave de sol. A maior parte dos seminários, inclusive alguns brasileiros, mantêm cadeiras especiais para ensino do cantochão aos futuros sacerdotes. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 3)

A palavra cantochão é citada por Machado de Assis em "A Semana I", livro que contém crônicas publicadas pelo grande escritor.

Em 3 de julho de 1892, escrevia:

Na véspera de S. Pedro, ouvi tocar os sinos. Poucos minutos depois, passei pela Igreja do Carmo, catedral provisória, ouvi o cantochão e orquestra; entrei. Quase ninguém. Ao fundo, os ilustríssimos prebendados, em suas cadeiras e bancos, vestidos daquele roxo dos cônegos e monsenhores, tão meu conhecido. Cantavam louvores a S. Pedro. Deixei-me estar ali alguns minutos, escutando e dando graças ao príncipe dos apóstolos por não haver na Igreja do Carmo um carrilhão.




BALANÇO DAS CHUVAS NESSES DIAS

Da sexta (15) até a quinta (21) choveu 47mm.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

CONGLOMERADO VERBAL

Um conglomerado verbal é um conjunto inseparável de palavras que forma um todo e não os elementos em separado. É uma expressão idiomática.

Um exemplo:

Consultar o travesseiro - adiar uma decisão a fim de meditar profundamente.

CANTOCHÃO - O QUE SIGNIFICA ISTO?

É o que veremos amanhã.

Até Machado de Assis fez referência à palavra cantochão.

Quem sabe o que é canto gregoriano, saberá o que significa cantochão.

MANHÃ DE ONTEM

Chuva da manhã de ontem: 4mm.

PROVÉRBIO

O bom cabrito não berra.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

QUESTIONAMENTO SOBRE CRASE

A pé

Seria erro crasso acentuar o a dessa expressão, pois que nunca se craseia o a diante de um substantivo masculino. (Dica de Luiz A. P. Victoria).

O acento grave, indicador da crase, deve ser colocado no a ou as, mas diante de palavras femininas: 

 - Vou à praia. 

RAIO, SEGUNDO A ENCICLOPÉDIA DELTA-LAROUSSE

Descarga elétrica entre uma nuvem e a Terra. 

E POR FALAR EM RAIO

Republico o que escrevi em 2008 sobre raios:

Trovões, relâmpagos, faíscas, pouca chuva... esse foi o quadro que se instalou no dia 6 de janeiro de 2000, no final da tarde e início da noite. 

Um raio caiu sobre um pé de coqueiro de um morador da Rua Augusto Pinheiro. Naquela hora, alguns jogadores que batiam uma pelada no antigo Estádio Calazans Freire sofreram choques da descarga elétrica. 

As pessoas que caminhavam nas proximidades do local sofreram também os efeitos. O pânico se instalou nas pessoas, pois os trovões prosseguiram em grande intensidade.

O local onde abrigava o antigo estádio hoje é o CEMEI - creche - e outra pequena parte o Complexo Cultural Dr. Milton Marques.

A cena descrita acima eu assisti de longe. O raio em alta velocidade caiu em cima do coqueiro e logo o deixou semimorto.

RAIO

Três pessoas foram atingidas por um raio na zona rural de Upanema na tarde de ontem.

Raios - Os raios são muito perigosos e nem com os maiores cuidados podemos evitá-los. O que precisamos fazer é evitarmos ficar debaixo de árvores ou expostos em lugares abertos.



DEZ

Dez milímetros de chuva entre a tarde de ontem até a madrugada de hoje na zona urbana de Upanema.

PROVÉRBIO

Mulher de janela, nem costura, nem panela.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

PALAVRA CERTA

Amiúde - Expressão idêntica a miúdo: feito ou dito repetidas vezes.

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas amiúde

(Trecho de "Chão de giz", de Zé Ramalho)

CONTINUA

Como pela manhã, a tarde está toda coberta por chuva leve e alguns trovões.

Até parece que estamos no período invernoso dos bons invernos.

Entretanto

Os estudiosos dizem que as chuvas vão logo cessar e entrarmos num período de seca.

A MANHÃ

Manhã com nuvens e pouca chuva.

CHUVA DE ONTEM PELA NOITE

Apenas 5mm.


CHUVA DE ONTEM

A chuva de ontem pela tarde foi de 9mm.

PROVÉRBIO

Lagartixa sabe em que pau bate a cabeça.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

PALAVRA CERTA

A fora e afora

A fora - Usa-se em oposição a dentro. De dentro a fora nada se vê, pois temos mais luz aqui na sala que lá no quintal.

Afora - Emprega-se nos demais casos: Afora meus amigos, todos aqui são meus parentes. Afora Luísa e Teresinha, ninguém me ajudou. (Dica de Luiz Antonio Sacconi).

A fora e afora são duas formas de expressão bastante complicadas, distantes da média dos escreventes. 

Nossa língua tem dessas. Seu aprendizado é exigido em alguns momentos. Por essa razão, aprendamos.

CHOVE NA MANHÃ

Chove e troveja na manhã.

Registraremos mais tarde os números da chuva.

RETOMADA DAS CHUVAS

A retomada das chuvas é a retomada dos mesmos problemas de todos os invernos.

CHUVAS

As chuvas da tarde de ontem e madrugada de hoje totalizaram 20mm.

PROVÉRBIO

Jacaré é pra quem é e não pra quem quer.

domingo, 17 de dezembro de 2023

DOMINGO

VERBETE DE ENCICLOPÉDIA

Cabeça 

A parte superior do corpo humano, e anterior do corpo dos animais. Divide-se em crânio e face. O crânio é uma caixa óssea, composta essencialmente de oito ossos, 4 ímpares: frontal, etmoide, esfenoide e occipital, e dois pares: 2 parietais e dois temporais; ocupa a parte superior e posterior da cabeça e é, exteriormente, coberta pelos cabelos, abrigando, no interior, o encéfalo. (Enciclopédia Globo).

Cantata

Cantata pra aqui, cantata pra lá. 

Tempos modernos.

Economia

A economia é um dos motores do mundo.

A que é gerida pelo Estado e a do cidadão comum são moedas diferentes e efígies semelhantes.


 

sábado, 16 de dezembro de 2023

QUE PALAVRA!

Frenologia

Estudo das diversas faculdades ou disposições inatas do indivíduo, fundado na conformação e protuberâncias do crânio. (Soares Amora)

Estudo do caráter e das funções intelectuais humanas com base na conformação do crânio. (Silveira Bueno).

Se frenologia é palavra estranha para nós, não era para Machado de Assis. Em "A Semana", livro em que estão compiladas diversas colunas do grande Machado, em 4 de novembro de 1894, tiramos a seguinte passagem:

"A semana foi toda de combatividade, para falar como os frenologistas. Tudo esteve na tela da discussão, desde a luz esteárica até a demora dos processos, desde as carnes verdes até a liberdade de cabotagem".


PEQUENA PRECIPITAÇÃO

Choveu ontem 4mm.

DEBAIXO DO GUARDA-CHUVA

Uma neblina, um sol de todos os dias.

Precisava daquele guarda-chuva a todo momento para a sua proteção, não somente da chuva e do sol, mas para outras eventualidades. 

Bastava apontar para os animais que ele logo fugiam.

Um dia cansou de andar ao léu. Resolveu fixar residência e guarda-chuva também. Mas era pequeno demais para cobrir aquele espaço público que tentava apossar-se. Um terreno baldio, bem longe do centro da cidade. Precisava de um maior ou quem sabe, mais guarda-chuvas. Uma lona seria melhor. 

Adquiriu com outros que ali por perto estavam. Uma velha, surrada. O guarda-sol servia para locomover-se. A vida continuou e ainda continua.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

CHOVE

A chuva da entrada da noite é uma pingada leve. 

Um goteirar que mal goteira e dá apenas para esfriar as estradas e apagar a poeira.

Um espanta-gente das ruas. Só isso, mas muito bom. Boníssimo. São coisas que vêm de cima e são muito boas.

Um espanta-calor, nem tanto, mas um pouco.

NOSSA LÍNGUA

Amiguíssimo - A forma latina amicíssimo deve ser preferida. (Dica de Luiz A. P. Victoria)

O MENINO

As chuvas são reguladas pela influência do el niño.

Quem já passou por períodos secos, sabe o que significa olhar para cima e não pingar um chuvisco. Olhar para os cantos e só árvores secas, gado magro, chão seco, muita poeira e calor à beça.

Uma seca traz também açudes secos, dos menores aos mais volumosos. Uma barragem sofre um abalo extraordinário. 

Seca traz miséria, e, em consequência, bolsos vazios e bolsas governamentais. 

Que isso não aconteça!


PROVÉRBIO

Filho de burro um dia dá coice.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

COISAS DA LÍNGUA

Anaptixe - O mesmo que suarabácti. 

Suarabácti: Intercalação de um som entre consoantes. 

Ex: de grupa, passamos a ter garupa.

O povão emprega suarabácti erroneamente, como "adevogado", "peneumonia", "peneu", etc.

MINICONTO

Entrou e saiu sem saber o que fazia lá.

Depois refletiu e viu que não valeu a pena ter estado lá.

PROVÉRBIO

 Daquilo que uns não gostam, outros enchem a barriga.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

QUESTÃO GRAMATICAL

QUESTÃO GRAMATICAL
Verbo abundante

Verbo que tem mais de uma forma para a mesma pessoa, ou tempo.

Quando se tratar de particípio, diremos "particípio abundante".

Vejamos alguns particípios abundantes:

Segue a sequência do verbo no infinitivo, particípio passado regular e particípio passado irregular:

Aceitar      aceitado                  aceito, aceite
Agradar     agradado                grato
Anexar       anexado                 anexo
Arrebatar   arrebatado              rapto
Assentar     assentado              assente 
Benquistar  Benquistado         benquisto
Botar           botado                  boto
Matar          matado                 morto
Livrar         livrado                  livre
Findar         findado                findo
Faltar          faltado                 falto
Cegar          cegado               cego
Cultivar      cultivado             culto
Fartar          fartado                farto
Ganhar        ganhado             ganho
Gastar          gastado             gasto
Fixar            fixado                fixo
Densar         densado           denso
Curvar         curvado            curvo
Circuncidar circuncidado    circunciso
Compaginar Compaginado  compacto.

 - Dica de Valmírio de Macedo

DE MILHARES

Milhares e milhares de informações. Grande parte, ou talvez a maior, palavras feitas de vento ou de gelo: passam e nada deixam de concreto.

Feio quadro daquilo que lemos, vemos e ouvimos nos meios internéticos. O filtro nem sempre é usado, pois custa tempo, paciência e disciplina e outras coisas mais.

Na era livresca - era em que os conhecimentos eram adquiridos principalmente através das leituras - ironicamente as pessoas que buscavam o saber tinham muita facilidade de assimilá-lo.

Os dicionários e enciclopédias eram fontes seguras para a busca do conhecimento geral.

PROVÉRBIO

Cada um com a sua certeza.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

DIA E MÊS EMPARELHADOS

O dia emparelha-se com o mês. Encontram-se, olham-se.

Apenas um registro e nada de extraordinário, pelo menos para quem não acredita na força e significado dos números.

De uma coisa tem-se certeza: o 12 nos diz que dezembro avança em direção ao último dia do ano. 


TIRA-DÚVIDAS DE PORTUGUÊS

A cavalo

Este a não deve ser craseado, pois seria isso um erro grosseiro, uma vez que constitui erro a crase diante de um substantivo masculino. (Dica de Luiz A. P. Victoria)

Os olhos do leitor devem estar cansados de ler que crase não é nome de acento gráfico, mas uma junção de uma preposição e um artigo definido feminino. O acento em cima do a chama-se grave.

MODISMO OU NECESSIDADE

Bicicleta

Um dos transportes importantes e até indispensável no passado, é hoje modismo para alguns e necessidade para outros.

A magrela ou camelo, como é chamada em outras regiões do país, as mais caras custam o valor de uma moto usada.

Passeio e corrida - Ela também é requisitada em passeios e rallies. 

O registro é válido para as próximas gerações, pois não sabemos qual sua utilidade daqui pra frente.


PROVÉRBIO

Boi sonso é que arromba curral.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

MARATONA

MARATONA - ORIGEM DA PALAVRA

Aldeia e planície grega situada na costa oriental da Ática, hoje província da Ática-Beócia.

Maratona ficou célebre na história graças à extraordinária vitória que os gregos obtiveram sobre os persas em setembro de 490 a. C. Tendo Dario, durante a 1ª guerra médica, exigido de Atenas e Esparta terra e água em sinal de submissão, seus embaixadores foram mortos pelos gregos. Dario, com uma frota de 600 navios, desembarcou poderoso exército na planície de Maratona, a cerca de 40 km de Atenas. Aterrorizados, pediram os atenienses socorro aos espartanos, que, entretanto, por motivos religiosos, não puderam ir-lhes em auxílio. Mas graças à habilidade de seu general Milcíades, os gregos conseguiram bater os persas e forçá-los a reembarcar. Segundo a tradição, Diômedon, mensageiro ateniense, correu de Maratona a Atenas, onde, dada a notícia da vitória, caiu morto de fadiga. Comemorando tal ocorrência, surgiu a prova olímpica da maratona, corrida esportiva a pé num percurso de 42,5 km. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 7)



PROVÉRBIO

Quem se mete em briga alheia, puxa o cão pelas orelhas.

domingo, 10 de dezembro de 2023

DOMINGO

UMA EXPRESSÃO DO CEARÁ E NOSSA

À força significa na marra, obrigado. É algo que se faz contra a vontade. Não tem saída. 

REMÉDIO PARA MUITAS DOENÇAS E PROBLEMAS

Todo mundo tem um pouco de médico e louco, diz o provérbio popular. Poderíamos acrescentar o ofício de advogado. Todo mundo mete o bico quando se trata de direitos e deveres.

Quanto ao ofício de médico, o pitaco seria para curar ou amenizar uma das doenças do século: a depressão. Para a amenização desse mal bastaria que as pessoas atacadas por ele deixasse ou diminuísse o uso do... Adivinhou quem pensou naquele objetozinho chamado celular. O seu uso inadequado tem deixado muita gente com a saúde abalada. Não faz outra coisa a não ser olhar dia e noite a tela. Não utiliza aquele aparelho para o crescimento profissional e pessoal. Talvez seja essa a origem de alguns problemas.

VERBETE GRAMATICAL

Ablativo - Caso da declinação latina que serve para exprimir circunstância de causa, procedência, origem, lugar, tempo, matéria, etc. (Dicionário de gramática, de Walmírio de Macedo)

Na língua portuguesa há um termo correspondente que é o adjunto adverbial. 

adjunto adverbial indica tempo, lugar, modo, causa, instrumento, quase sempre regido pelas preposições ‘em’, ‘com’, ‘por’.

UM POUCO DE LITERATURA

Conceito - Literatura é arte verbal, isto é, uma forma de expressão individual que se realiza por meio de palavras. Literatura é ficção. Ficção vem do latim, fingere: fingir. Fernando Pessoa, poeta português escreveu:

Autopsicografia 

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.



sábado, 9 de dezembro de 2023

QUE PALAVRA!

Lorde

Título dado na Inglaterra aos nobres e membros da Câmara Alta. Indivíduo rico. O que vive com ostentação. (Soares Amora)

Título honorífico inglês. Membro de uma das câmaras do parlamento inglês. (Aurélio).

Título dado na Inglaterra aos membros da Câmara alta. Indivíduo que vive no meio do luxo e da opulência. (Antenor Nascentes).

Título da Inglaterra aos pares do reino e aos membros da câmara alta. Homem que vive com ostentação. Aportuguesamento do inglês lord. (Silveira Bueno).

Do inglês lord. Do anglo-saxão hlaford, o senhor do pão. Título de nobreza dado aos pares da Inglaterra; dignidade da nobiliarquia inglesa. Desusado: Senhor, Jesus, Deus. Pessoa rica, bem vestida, que vive com ostentação. (Silveira Bueno, com etimologia).

Diz-se do sujeito que está bem vestido. Com boa roupa. Elegante. Ex.: "Em Mossoró, as roupas feitas pelo alfaiate Xico Negócio davam às pessoas um ar de lorde." Lídio Freire - Jornal O Riso - de Américo Costa. (Calepino Potiguar, de Raimundo Nonato).

Senhor; ricaço, o prócere. (Dicionário das dificuldades da língua portuguesa).



sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

ÁGUAS

As águas baixaram depois do grande dilúvio.

O tempo mudou. Até o príncipe, que há pouco era irredutível e imbatível, deu sinais de que poderia falhar.

PROVÉRBIO

O mundo está composto de tudo.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

CRÔNICA

MUITA ÁGUA PRA ESFRIAR

Cada um jogava água pra esfriar o sol.

Mas como as águas podiam chegar lá? 

Mesmo com muitos esforços, boas sacudidas, boas reboladas, as águas não chegavam nem perto do destino.

Inventaram os motores. Só assim as reboladas a jato, movidas pela força dos motores, as águas não conseguiam chegar nem perto do destino almejado.

O sol continuava quente, quentíssimo. Quente, no mais alto grau do superlativo ou quem sabe um outro a ser inventado pela ciência gramatical.

Para esfriar o sol, tentaram de outro jeito: vamos esfriá-lo fazendo grande plantações de árvores frondosas. As plantações em massa, quem sabe, aliadas à não derrubada discriminada, o sol possa diminuir a quentura insuportável.

Vamos agora molhar o chão das cidades, vilas e povoados. Gastaremos muita água no aguamento do solo nos momentos mais quentes. Quem sabe as coisas não melhorem, enquanto as chuvas não chegam.

A ideia acima foi de um assistidor da conferência do clima/tempo.


PROVÉRBIO

A maior pressa é a que se faz devagar.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

SIMPLES E PROFUNDO, MAS CUSTA MUITO

Viver retamente pode ser simples e profundo, mas custa muito, muito. Íssimo até.

Os caminhos tortuosos  - as chamadas portas largas - são mais fáceis de percorrer e impedem o viver mais digno, reto.

PROVÉRBIO

A grama que burro não comer, não presta para gado nenhum.

domingo, 3 de dezembro de 2023

DOMINGO

Os antropônimos

São os nomes de pessoas.

É uma palavra da alta cultura para dizer os nomes de pessoas.

Manuel, Antônio, Maria, José, João. Antropônimos em grande quantidade e populares.

Há outros bem desconhecidos como Obadias ou Abdias. Está na Bíblia.

Conforme a Bíblia, o nome aparece diferente. 

A tradução da CNBB, Ave Maria, Peregrino e outras trazem "Abdias". João Ferreira de Almeida, King James, "Obadias".

Era um profeta que proferiu profecias contra Edom. É considerado um profeta menor, provavelmente pelo tamanho do texto: apenas vinte um versículos.




sábado, 2 de dezembro de 2023

QUE PALAVRA!

Deblaterar

Do latim deblaterare. Gritar, imprecar. (Silveira Bueno, com etimologia)

Falar ou clamar com violência contra pessoas ou coisas. (Aurélio)

Falar inconsideradamente. (Novíssimo Dicionário Escolar Antenor Nascentes)




PÉ ESQUERDO

Nada deu certo?

Então é porque a primeira botada do pé no chão bem cedo foi com o esquerdo.

O pior: Há quem leve isso ao pé da letra. 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

QUE É ISSO, EM?

Preposição em no lugar da interjeição hein

É muito frequente, mas não correto, o uso do em no lugar de hein ou hem.

Hein ou hem: forma de interjeição interrogativa, é o que dizem os melhores dicionários. 

E nunca em. Em é preposição - palavra que serve para ligar uma palavra com outra.

Que é isso, hein?

Que é isso, hem?


PROVÉRBIO

A gente séria, nem se sorrindo.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

O FIM

É fim de mês.

Novembro despede-se. Bela prosopopeia!

Dezembro vai chegar e dará o arremate do ano, que por sua vez dará curso a mais uma etapa em rumo ao caminhar do tempo.

PROVÉRBIO

A gente olha e outro é que vê. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

DIFERENÇA ENTRE PSEUDÔNIMO E HETERÔNIMO

Pseudônimo é apenas um "nome falso", inventado por alguém para ser usado no lugar de seu nome verdadeiro. 

Heterônimo, porém, tem outro sentido. Veja como esse substantivo vem explicado no Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa:

Nome imaginário que um criador identifica como o autor de obras suas e que, à diferença do pseudônimo, designa alguém com qualidades e tendências marcadamente diferentes das desse criador. (Do volume 3 do livro Português de Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano, editora Moderna)

SERENIDADE

Sê como o sereno
Que orvalha leve
Que água a planta
Que chuvisca manso
Que refresca o tempo
Que goteja calmo.



PROVÉRBIO

A galinha tem os olhos onde tem os ovos.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

LEMBRANÇAS DO PADRE SÁTIRO

Quando cheguei na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, ela não tinha esse nome. Era a Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte (FURRN). 

Estávamos em 1996, um ano muito bom para aquela instituição, pois Radir Pereira, vice de José Agripino, assumia o governo por alguns meses. E foi nesse tempo que Padre Sátiro conseguiu cumprir sua missão frente àquela instituição: passar de paga para gratuita. Grande parte dos estudantes tinham bolsa, e outra, pagava do próprio bolso para estudar.

A luta pela estadualização foi encabeçada pelo padre Sátiro. Foi luta renhida e vencedora.

Vices

Antônio Capistrano era o vice do padre e se tornou o titular após este renunciar, pois já sentia-se realizado. A vaga de vice foi preenchida pelo conterrâneo upanemense, Josafá Inácio da Costa. Este lecionava latim e língua portuguesa. A cadeira de Português Histórico foi assumida pelo juiz Cícero Alves de Sousa.

DEZ

A chuva de ontem e madrugada de hoje rendeu dez milímetros.

PROVÉRBIO

A fumaça é coisa fina: vara parede dobrada (Gaúcho).

domingo, 26 de novembro de 2023

DOMINGO

CANAL

Não são poucos os leitores que preferem a leitura em papéis à tela.

O mal que o brilho faz aos olhos é somente um detalhe. O prazer de folhear as páginas de um livro, revista ou jornal já foi escrito em prosa e verso por muitos leitores-analistas. 

O folhear constitui-se também como uma forma mais prática de leitura. 

Já se falou também no cheiro do papel.

Ler uma crônica de Serejo na tela é muito bom. No papel é bem melhor.

Pelo menos esta é minha opinião, diria Emery Costa.

O jornal em papel é canal quase em extinção, mas espero que isso não se concretize.

FALEMOS DE CÂMARA CASCUDO

Eis o que narra Câmara Cascudo sobre o seu pai, Francisco Justino de Oliveira Cascudo:

Uma das aptidões de meu pai quando rapaz era desencantar alma do outro mundo. Aparecendo uma visagem, amortalhada em branco, vagando pelos arredores das últimas ruas, espavorindo os notívagos, fatalmente meu pai ocultava-se em pontos estratégicos, horas mortas da noite, para a perseguição assombrosa. Carreiras olímpicas, esgotando a resistência do espectro, alcançado, derrubado, subjugado, identificado. Normalmente se tratava de viúva inconsolável procurando compensação fisiológica ou moça impaciente e ambulatória no encalço do amante, sedentário e covarde, que a esperava. Hoje essas técnicas foram superadas pela moto-mecanização discreta e prestante em serviço do erotismo secreto e noturno. Jamais meu pai revelou os nomes desses fantasmas, sedentos de amor carnal.

A façanha mais famosa foi terminar com a lenda de "Poltros Mortos", fazenda então abandonada nos arredores de Barriguda, hoje cidade de Alexandria, no Rio Grande do Norte, entre 1883 e 1885. Os comboeiros que procuravam arrancho durante a noite ao redor da velha casa-grande eram alvejados com repetidas pedradas sem que jamais conseguissem encontrar um só projétil. Ouviam insistente rumor confuso no interior das ruínas, um persistente e dilacerante gemido aterrador e a contagem incessante de dinheiro metálico, perturbando a paz do acampamento, obrigando-os a mudar de pouso. (O tempo e Eu - páginas 219-220)

SALVAR O MUNDO

Vejo muita gente querendo salvar o mundo. Em uma outra versão, seria carregar o mundo nas costas. Um bom exemplo é a luta diária para salvar...