sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Passarinho que se debruça, o voo já está pronto.

O BOBO E O MALA

Conto

Largou sua carreira brilhante de uma bela profissão que lhe rendia prazer e dinheiro ao mesmo tempo. aos poucos, foi instigando pelos mais próximos para que ele mudasse a rota e se filiasse àquela empreitada.

Foi saindo sem que percebesse o que estava ocorrendo de verdade. Estava enredado numa grande rede de fios grossos. Quando deu por si, já não podia sair.

O que faria ele, então, na sua nova missão? Estar à frente, mas não efetivamente? Isso mesmo. Faria papel de bobo, enquanto o mala, maleava-lhe e o colocava na mais fervente fogueira.

Agora, que fará? Desistir, não pode nem deve! Esperará pelo milagreiro, que é o tempo. Este colocará todas as coisas no seu devido lugar.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

LINGUAGEM

Contra o internetiquês - Depois de ouvir os dois lados - os que defendem o uso das abreviações das palavras e os que são contra - fico com a segunda alternativa.

Reparem bem - Aqueles que defendem o uso das abreviações das palavras para facilitar o bate-papo, observem se escrever aki naum vai ajudar em alguma coisa. A variedade do uso do porque é substituído por pq. Quando será que o usuário da língua vai aprender a usá-lo, já que seu uso não é fácil assimilá-lo?

Não é mais barato escrever aqui não e porque nas suas múltiplas formas?




TARDE

 A tarde de hoje está marcada por neblinas. Tempo bom.

PROVÉRBIO

Passarinho cai de voar,  mas bate suas asinhas no chão.

UMA MALA

Não havia presentes lá. Não havia joias, dinheiro, roupas, papeis, remédios. 

Havia muito tempo que os herdeiros tencionavam abrir aquela mala misteriosa para ver o que tinha dentro. Depois do corre-corre da despedida definitiva, chegou o tempo de vencerem a curiosidade.

Sua mala era objeto de segredo para todos. Todos mesmo. A cidade inteira sabia de sua existência por causa de um vazamento de alguém de dentro de casa ou de alguma pessoa que andava por lá com frequência. Era um fato-furado e bem furado.

O que tinha dentro daquela pesada mala? A curiosidade era aguçada por quem quer que soubesse do mistério.

Um dia viriam a saber. Ah! Isso viriam!

Chegou o dia da abertura. Todos de casa e os mais íntimos da família ficaram de olho. Abriram.

Havia uma bela coleção de pedras não preciosas. Isso. Pedras comuns, adquiridas nos riachos e à beira das estradas. O fato de não serem preciosas não significa que eram feias e sem valor. Não havia preciosidade no sentido em que entendemos. Não tinha valor pecuniário, mas o de um alguém que cultiva um hobby. Havia uma preciosidade de colecionador. A variedade de pedras em tamanho, formas e cores era imensa. Para ele isso bastava.


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O QUE TODO MUNDO SABE

Chavão

Aquilo que todo mundo sabe e repete automaticamente denominamos chavão. Outros preferem dizer clichê. Ainda outros dizem lugar-comum.

Embalado nos chavões, aí vai o de hoje:

O computador mais importante e eficiente é o cérebro humano.

Peninha que nem sempre sabemos usá-lo adequadamente.


PROVÉRBIO

Parentes são os dentes, que mastigam para a gente.

REGRESSO

Ele virá. Em dia não marcado nem  programado, virá. Virá para que reconheçamos que sua presença é muito bom e importante entre nós.

Por todo o tempo que esteve ausente, muito se falava sobre seu valor. Ele é motor de progresso. Muda o cenário e os ares da cidade. Esfria o tempo. Ele já está se achegando aos poucos. Acolhamos já.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

PREVISÃO

A previsão é de chuvas  na região Nordeste durante o dia de hoje.

Aqui não parece ser diferente.

CHUVAS

De ontem, desde a entrada da noite até a manhã de hoje, tivemos uma chuva de 19mm.

RENOVAÇÃO

Hoje é dia de renovação de matrículas na rede estadual no colégio Calazans Freire.

Já no Alfredo, somente no dia 5 de janeiro.

PROVÉRBIO

 Parentes são os dentes.

UMA VIDA MAIS BELA

Como nem todo mundo pensa igual nem é igual em nada, o período chuvoso que vulgarmente chamamos de inverno é muito bom para uma esmagadora quantidade de pessoas.

Poderíamos fazer uma lista dos prós e contras. Mas é perfeitamente dispensável. Todo mundo sabe que no período de chuvas economizamos muita coisa - água e energia, por exemplo, mas gastaremos com remédios.

O bom mesmo do período é o tempo. Para quem gosta, claro. Para quem não aprecia frios - mesmo que reclame do aquecimento em épocas quentes - as chuvas só perturbam.

A vida fica mais bela, agradável e fria. Quanto aos mosquitos, inseticidas e xô para eles!

domingo, 26 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

CHUVA  - Chuva boa e rápida há pouco.

MATRÍCULAS NO ALFREDO SIMONETTI

Renovação: de 5 a 7 de janeiro. 
De 7:30h às 11h. - turmas do 1° ao 5° ano.
De 13h às 17h - turmas de 6° ao 9° ano.
Novatos: A partir de 31 de janeiro
Através da internet: sigeduc.rn.gov.br
Matrículas de alunos novatos somente pela internet
(Informações da direção da Escola Estadual Prof. Alfredo Simonetti)

NUBLADO - O dia amanhece nublado e permanece durante toda a manhã.

HUMOR 

-Pai, todos os contos de fadas começam com "era uma vez"?
- Não. Muitos começam com as palavras: "Se eleito, eu prometo."

sábado, 25 de dezembro de 2021

MATRÍCULAS DE 2022

Colégio Calazans Freire

Renovação de matrículas: 27/12/a 14/01

Matrícula para novatos: 31/01 a 02/02

Horário de atendimento: 7:30 a 11:30.

POESIA

Jul sempre ia na mesma direção
Pouco a pouco na luta
Em busca de seu futuro
Vivia constantemente em ação.

Do trabalho vivia
Do estudo não se apartava
No lar, devoção
Como outras Marias.

Neta e filha de Maria
Não desgarrava do saber
Esperava como quem planta
A hora certa de chover.

E o dia veio
E choveu em sua roça
Duas chuvas de uma vez
É verdade, não é troça.





PROVÉRBIO

 Para um trabalho que se quer, sempre a ferramenta se tem.

QUE PALAVRA!

Cediço - Sabido de todos (Aurélio).

O que aconteceu aos nossos compatriotas é cediço.

Na gramática, cediço funciona como adjetivo. Soa como estranho o uso desse adjetivo. É estranho, mas é legítimo. Estranho é por que é pouco usado pelos falantes do vernáculo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

BILHETE DE PAPAI NOEL

Se Papai Noel existisse, ele não chegaria a escrever uma carta. Bastaria um bilhete nos seguintes termos:

Parem de usar meu nome, principalmente para fins comerciais.

PROVÉRBIO

Para se encontrar o diabo não carece pressa (São Paulo).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

DESAPARECIDOS

Quase desaparecidos os que fazem para os outros algo de bom, sem que haja um interesse, seja ele qual for. Um interesse escondido no mais escondido dos esconderijos da alma.

Extintos, não, mas em extinção os que fazem com uma mão sem que a outra veja.

GRAFIA ORTO

A grafia certa - orto - embeleza o texto. 

Imaginem aí uma meza farta, com cafe, pao, assuca, quego, ovoz, fruitas, verdurras. Tudo isso num café da manhã. 

Às vezes é num cafe dá manha.

Tem como a gente comer isso?

PROVÉRBIO

 Para quem não sabe ler, um pingo é letra.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Para quem está perdido, todo mato é caminho.

GRITO DE DOR

Geme e não pode gritar
Suas palavras entaladas
São aos pouco moderadas
E não podem se espalhar.

Vive soturno a um canto
De vida tem vida pouca
Mexe muito, anda muito
Mas pouco há um encanto.

Sentado num caminho
Pede carona pra longe
Espera a todo instante
Um agasalho em bom ninho.



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

LEITURA

Ler o mundo não é fácil. Muito mais difícil do que a leitura das palavras, frases, textos, livros. Aqui, há vários sotaques, mas a decodificação é a mesma para todos os leitores. 

Na leitura do mundo, cada um quer ler de um jeito e com razões e objetivos diferentes. O mundo é um livro vasto, complexo e intrigante. 

Para ler o mundo não necessita de ir à escola. 

PROVÉRBIO

Para ódio e amor que dói, amanhã não é consolo.

SODORA

Há gente assim

Há gente que é como sodora: não dá sombra nem escora.

TENHE

Apesar de não existir no léxico da língua portuguesa, a palavra tenhe é escrita, trocada pela terceira pessoa do singular do verbo ter, no presente do indicativo.

Tenhe é escrita por muitas pessoas que frequentam a escola. E o mais complicado é sabermos a raiz do problema, ou seja: sabermos quem primeiro ensinou aos alunos isso.

Eu tenho
Tu tens
Ele tenhe

domingo, 19 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

VOLTA DO LATIM

Persona tragica - A máscara de teatro

Do latim ao português - Diz-se "casos" em latim para definir a função sintática do nosso português. São seis os casos:
Nominativo: sujeito ou predicado
Genitivo: adjunto ou complemento, geralmente regido de preposição
Dativo: objeto indireto de um verbo
Acusativo: objeto direto de um verbo
Vocativo: chamamento. Há o vocativo também em português
Ablativo: adjunto adverbial.

Nominativo - Persona tragica - a máscara do teatro
Genitivo - Personae tragicae  - da máscara de teatro
Dativo - Personae tragicae - à máscara de teatro
Acusativo - Personam tragicam - a máscara de teatro
Vocativo - Persona tragica - ó máscara de teatro
Ablativo - Persona tragica - com a máscara de teatro.

Juiz de Paz  (Carlos Drummond de Andrade)

O juiz de paz chegou cedo ao cartório. Era dia de muito casamento - o santo da folhinha ajudava. Aquele cartório! Feio, desarrumado como todos os cartórios. E por que se casam tantas pessoas no Brasil? Por que estão sempre fazendo a mesma besteira? Não aprendem?
O oficial-maior apareceu vinte minutos depois, para desagrado do juiz de paz. Quando o magistrado chega - mesmo sendo juiz de paz, a majestade é uma só - o cartório deve estar preparado como um templo, os acólitos em seus lugares. Mas o oficial-maior é mulher, e mulher não tem jeito não.
- Quantos, hoje?
- Dezessete.
Barbaridade. Trinta e quatro noivos, suas famílias e testemunhas espremendo-se na salinha e nos corredores, fazendo barulho de motor. O juiz de paz não pensou na renda, pensou na amolação.
- Silêncio!
A energia da voz e da campainha fez estremecer os nubentes. Moças nervosas ficaram com medo - de quê? É tudo tão inseguro hoje em dia, nunca se sabe se haverá mesmo casamento ou se, à última hora...
Chamado o primeiro par, rapaz e moça aproximam-se um tanto estúpidos, como acontece nessas ocasiões, e sentam-se. O oficial-maior anota nomes e endereços das testemunhas. O juiz manda que todos se levantem e é obedecido, menos pelo oficial-maior.
- A senhora não vai se levantar?
- Não.
- Como juiz, ordeno ao Sr. oficial-maior que se levante e proceda à leitura do termo.
- Vou ler sentada.
- Não ouviu minha ordem?
- Não recebo ordens do senhor.
- De quem recebe, então?
- Do Dr. corregedor da justiça. 
- Pois então não há casamento.
Os noivos entreolharam-se, estupefatos. a noiva, lacrimejante.
- Não faz assim com a gente, seu juiz!
- Sinto muito, mas todos os casamentos estão suspensos.
Um rumor de onda batendo na praia acolhe a declaração. O oficial-maior continua sentado(a). Interessados apelam. 
- Por que a senhora não se levanta? Que que custa!
- Já fiquei sentada muitas vezes, hoje é que ele implicou. Não pode fazer isso. 
- Não impliquei nada. É da lei. 
- Implicou. Vive implicando comigo. Sou uma pobre moça solteira, mas não admito ser humilhada.
O corregedor, procurado pelo telefone, não foi encontrado. O juiz de direito da vara de família atendeu depois de muito número discado, e respondeu que só resolvia consulta por escrito.
O juiz de paz estava sem cabeça para redigir. O oficial-maior, passado o instante de bravura, chorava baixinho. Três partidos se haviam formado. Não se humilha uma mulher. A um juiz não se desacata. Ela devia ceder. Ele é que devia. Que é que a gente tem com isso?
- Se quiser, eu mesmo redijo para o senhor. 
Era o oficial-maior, oferecendo colaboração ao juiz de paz. 
Ele pensou que fosse ironia, mas o tom era sincero. Começaram a elaborar a consulta. Ela achava as palavras por ele. E foi escrevendo por conta própria: a serventuária rebelde tinha 20 anos de serviço, estava cansada, reumática. Enquanto podia levantar-se, não deixou de fazê-lo. Agora, era um sacrifício. Ele olhava-a escrever e tinha uma ruga na testa.
Pode parar. Não vou fazer consulta nenhuma.
Ela encarou-o. 
- Reconheço que tenho andado nervoso, essa dor de cabeça constante. Vou ao médico. Tenho sido um juiz de paz ranheta. Me perdoe. Também essa vida que eu levo, tão sozinho...
O oficial-maior retirou o papel da máquina. Os dois voltaram a seus postos, e os noivos foram chegando e casando. Só um havia desistido - Deus sabe por quê. Durante o quinto casamento, o oficial-maior fez menção de levantar-se, como quem diz: agora chega; mas o juiz, com um gesto, aconselhou-a a ficar como estava. Três meses depois, o juiz de paz estava casado com o oficial-maior. (Reinaldo Mathias Ferreira)

HUMOR

Um rapaz de poucas posses se apaixona por uma garota cuja família é muito rica. Ao saber que o pai dela só aceitaria um genro rico, pede a um amigo que vá com ele à casa da garota e aumente tudo o que ele disser. 
Quando o velho pergunta ao rapaz o que ele tem para oferecer à sua filha, ele humildemente responde: 
- Bem, eu tenho uma casinha.
O amigo tenta ajudar:
- Casinha?! Uma fazenda! É preciso um dia inteiro para percorrê-la de carro.
Nesse ínterim, o rapaz começa a tossir e o velho então comenta:
- É, você não parece nada bem. 
- Que nada! Isso é apenas uma tossezinha.
E o amigo:
- Tossezinha?! Que nada! Tuberculose! (Seleção de Seleções)

COSTUME ANTIGO - Professor chega na sala, alunos se levantam.

GERAÇÃO MODERNA  - Assistir e ler

A geração atual é mais habilitada no ato de assistir e não de ler. Tem a seu dispor e favor uma infinidade de opções que as gerações passadas não dispunham. Havia televisão, mas não chegava em todas as casas. O que restava como bom passatempo era a leitura. Leitura era de jornal e revista. Depois, o livro - didático ou paradidático. Na verdade, eram os romances que davam suporte à uma boa leitura, principalmente os clássicos. Estes, como sempre, trazem uma boa prosa e uma linguagem escorreita.
O quadro que se vê hoje é uma geração que vê filmes e séries em abundância e lê pouco os clássicos.

sábado, 18 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Para o trabalho se chama duas ou três vezes; para comer, uma só.

QUE PALAVRA!

Cebola - Erva bulbosa liliácea, condimentosa, de cheiro e sabor acres. O bulbo dessa planta. Bulbo qualquer. (Aurélio)

Planta tuberosa, hortícula, cultivada para fins culinários. (Silveira Bueno, com etimologia).

Cebola! É uma expressão interjetiva quando alguém está revoltado com alguma coisa. Pode significar qualquer desabafo na hora da raiva. 

Isso é uma cebola!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

SABIÁ ALEGRE

Encontrei um Sabiá alegre e festivo. Cantava. E nem era por muita coisa, segundo o entendimento de alguns.

Por que cantava, então, o Sabiá?

Percebemos de cara que tinha caído uma rápida neblina. Uma daquelas que molha pouco o chão, mas deixa o cheiro suspenso no ar, depois de se enfiar nas nossas narinas. Uns tapam com as mãos. Já outros, com um dos braços ou - com está em voga - com máscara.

Os chuviscos deixaram poucas marcas, mas fizeram com que o Sabiá ficasse alegre e com os olhos fitos no céu, na expectativa de outras pancadas. 

Virão, com certeza certa, não tão, tão distante, no tempo e espaço. E, com certeza, o Sabiá voltará a cantar mais com força.

PROVÉRBIO

Para o filho, bom conselho, é o pai servir-lhe de espelho (Pernambuco).

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

BOA CHUVA

Se é verdade o que o vulgo diz acerca de calor e chuva, teremos uma das boas daqui para o início da noite.

SERENIDADE

Ao olharmos como cai o sereno na sua leveza, maneireza, aprendemos pelos menos duas lições fundamentais para a vida: a calma e falta de pressa, velha inimiga da perfeição.

PROVÉRBIO

 Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Para encontrar o diabo, não precisa madrugar.

UM VELHO CONHECIDO

O meu maior conhecido faz coisas inimagináveis todos os dias. Surpreende no que faz no falar e no agir.

A cada dia quer inventar coisas novas. Rebolar-se. afinal, diz ele, tem que ser inventado algo para que a rotina não consuma de vez a vida.

Manter-se bem informado sobre aquilo que é essencial, pensa ele, é importante. Livrar-se das fofocas do dia a dia e investir naquelas que leva as pessoas pra frente é outra lição que ele diz constantemente. Livrar-se dos venenos lançados nas águas da vida é outra tarefa que ele tem ocupado grande parte do tempo.

A vida é osso, mas pode ser modelada com jeitinho.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

PRÓCLISE

É o nome que se dá à posição que o pronome oblíquo toma antes do verbo. Ex.: Tu te interessas.

O uso da próclise embeleza a língua. Até os menos letrados admiram-se quando alguém fala ou escreve nos trilhos da linguagem.

Eu me interesso
Tu te interessas
Ele se interessa
Nós nos interessamos
Vós vos interessais
Eles se interessam por esses assuntos.


NÃO!

Não! Não precisa estar assim, desse jeito, se pode estar e ser de outra maneira.

Sermão, dos grandes, é o que grita bem alto, em altos sons, a consciência dentro dos ouvidos da humanidade que corre rumo ao precipício, ao despenhadeiro da ignorância e do mal viver.

Em altos sons, não em deserto, mas dentro de cada um ser que habita o universo. É a lei que funciona em todos os quadrantes, em todas as nações, cantos e recantos da humanidade. Não escolhe pátria nem continente. Está escondida em cada um. Nem mesmo cada ser a vê. Mas ela grita em todos os momentos em que perdemos o rumo do bem fazer, do bem viver.

Sai daí e vem para o esconderijo, onde ninguém pode lançar suas setas envenenadas. Escuta e obedece à voz que clama e quer vê a todos no rumo certo.

PROVÉRBIO

Para burro velho, capim novo.

COM AS DUAS MÃOS

O café deve ser bebido com as duas mãos.

Foi o que disse um senhor acolá quando me viu com uma xícara de café na mão. Por que? Perguntei.

Depois de contar uma breve história, finalizou dizer:

Fulano de tal disse que café só presta se for acompanhado de algum alimento. Uma batata, ou qualquer alimento. Tem que ser com as duas mãos ocupadas Depois fechou a conversa.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

VENTOS

Ventos passaram por aqui fortes.

Em outros lugares, como nos Estados Unidos, temos notícias de tornados, uns ventos arrasadores que arrastam casas e tudo que vem pela frente.


PROVÉRBIO

Para amigo urso, abraço de tamanduá.

domingo, 12 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

CONTO DE DRUMMOND

Nascer

O filho já tinha nome, enxoval, brinquedo e destino traçado. Era João como o pai, e como aconselhavam a devoção e a pobreza. Enxoval e brinquedo de pobre, comprados com a antecedência que caracteriza, não os previdentes, mas os sonhadores. E destino, para não dizer profissão, ou melhor ofício, era o de pedreiro, curial ambição do pai, que, embora na casa dos 30, trabalhava ainda de servente.

Tudo isso o menino tinha, mas não havia nascido. Eles nascem antes, nascem no momento em que se anunciam, quando há realmente desejo de que venham ao mundo. O parto apenas dá forma a uma realidade que já funcionava. Para João mais velho, João mais moço era companhia tão patente quanto os colegas da obra, e muito mais ainda, pois quando se separavam ao toque da sineta, os colegas deixavam por assim dizer de existir, cada um se afundava em sua insignificância, ao passo que o menino ia escondido naquele trem do Realengo, e eram longas conversas entre João e João, e João miúdo adquiria ainda maior consistência ao chegarem em casa, quando a mãe, trazendo-o no ventre, contudo o esperava e recebia das mãos do pai, que de madrugada o levara para a obra.

Estas imaginações, ditas assim, parecem sutis; mas não havia sutileza alguma em João e sua mulher. Nem o casal percebia bem que o garoto rodava entre eles como ser vivo; pensavam simplesmente nele, muito, e confiados, e de tanto ser pensado, João existiu, sorriu, brincou na sensibilidade de ambos. Como alguém que, na esperança de um grande negócio, vai pedindo emprestado e gastando tranquilamente, João e a mulher sacavam as alegrias futuras. João sentia-se forte, responsável. Escolhera o sexo e a profissão do filho; a mulher escolhera a cor, um moreno claro, cabelo belo liso, olhos sinceros. Não havia nada de extraordinário no menino,  era apenas a soma dos dois passada a limpo, com capricho. (Transcrito por Maria Antonieta Antunes Cunha em Ler e redigir)

DO CALEPINO POTIGUAR 

Abacaxi - Tarefa difícil de resolver. Embrulhada. Dançador desajustado que pisa nos pés da dama. Coisa. ruim. 

HUMOR

O médico dá uma bronca no paciente:

- Não estou entendendo qual é a sua... Você vive pedindo remédio para dormir, mas não sai daquela boate perto da sua casa!

- O senhor não entendeu mesmo... Os remédios são para a minha mulher! (Seleções de Seleções - dezembro de 2004)


sábado, 11 de dezembro de 2021

QUE PALAVRA!

Enfraquecido - Aquele que perdeu a força. Fraco, debilitado. 

Já no bom upanemês, um enfraquecido é aquele que tem tuberculose, também chamada tísica ou peste branca. É uma doença infecciosa que pode atacar o homem e muitos animais, caracterizando-se pela formação de pequenos tubérculos nos tecidos, habitualmente nos pulmões, como consequência da reação do organismo a um micróbio (bacilo de Koch).

A literatura antiga pouca luz nos traz para o problema, não havendo qualquer referência bíblica segura à doença. Os papiros da antiga Grécia revelam, contudo, que a tuberculose era bastante conhecida ao tempo de Hipócrates (460-370 a. C.). Já naquela época recomendava-se aos doentes o recolhimento aos templos das montanhas, onde deviam permanecer em repouso e oração. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 11)

PROVÉRBIO

 Para agarrar um coxo, o melhor é vê-lo andar.

PENSO EM TI

Não há um dia sequer que eu não pense em ti.

Foi o que disse um aluno em fim de ano escolar. Pensar todos os dias no fim de um período, para descansar dos dias trabalhados ou estudados parece ser um exagero, mas dos jeito que as coisas estão, a escola tem sido um lugar, a cada dia, mais difícil de se aguentar.

Balela, acho. Constitui-se numa ilusão acreditar que a escola seja um lugar tão ruim. Ela é quase tudo na vida de um aluno. É passatempo, é lugar de socialização, de interação, de adquirir cultura. Principalmente a última coisa mencionada. Se o principal objetivo de se frequentar uma escola não for o saber, ela será chata em todos os segundos de permanência. E maior será a falta que fará quando ela não mais tiver grau a ser galgado. Então será uma mãe morta e só restarão as lamentações.

Pensar nas férias não faz mal, mas não pode ser objeto de fixação diária.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

NO TRÂNSITO

Ele sai logo de manhã, apressado. a maioria das vezes não dorme em casa. Onde será que ele passa as noites?

Sua rotina é mais ou menos assim: De manhã cedo chega e vai logo direto comer alguma coisa. Bebe água, raras vezes. Passa alguns instantes e volta de novo para comer. Seu novo colega que encontrou está ao seu calcanhar atrás de comida também. Passa alguns instantes ao redor da casa e volta para dormir um sono pesado, prolongado. O dia passa e ele dormindo. Algumas vezes vai embora e só volta de tardezinha. 

O que o difere dos outros é sua habilidade no trajeto da rua para casa. É hábil no andar e no atravessar as ruas. Atravessa em ziguezague num andar ou pular rápido. Quando presencia o perigo para, e espera que os automóveis passem para atravessar. Não anda na pista como as pessoas normalmente fazem. Não compreende que as calçadas foram feitas para andar pessoas, mas entende, lá do alto de seu instinto, que há perigo na pista. O barulho das motos e carros é ameaçador. Age rápido, afastando-se das pessoas e qualquer coisa que possa parecer perigo.

Assim vive ele. Corre para chegar em casa, pois é lá que encontrar refúgio. E não se esquece da atenção na rua. Entende que os perigos estão mais lá do que no refúgio da casa. Só sai de casa porque precisa ver gente, coisas e o outra maravilhas do mundo. Sabe de lições, como a do trânsito, que muita gente ainda não aprendeu.

PROVÉRBIO

Para a ciência da vida./Há dois compêndios soberanos,/Um trata de ilusões,/E outro de desenganos (Mogi das Cruzes).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS

Verbos ter e vir

Ele tem - Eles têm
Ele vem - Eles vêm

Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e seus compostos: reter, intervir, etc.

Já os verbos dar, ler, crer e ver e seus compostos perderam o acento no mais recente acordo ortográfico. 
O que era:

Eles crêem, passou para eles creem. O mesmo com os verbos dar, ler e ver.



ADIVINHADORAS DA CHUVA

As formigas são as melhores adivinhadoras de chuvas que conheço. 

Por mais que não acreditemos nisso, flagramos todos os anos formigas fazendo casas e num espalhar de areia no quintal ou mesmo dentro de casa

PROVÉRBIO

Papagaio velho não aprende a falar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

UMA PÁGINA DE SAUDADE

Há exatamente quarenta e oito anos chegávamos na cidade, vindos do campo ou sítio - como chamávamos a zona rural.

Muito pequeno ainda, nem me lembro do transporte que nos trouxe. Alguém me disse que era o jeep de Galdino Carlos, vice-prefeito na época.

Era uma Upanema duas vezes menor, acho. Em 1973 nossa cidade ia até onde hoje é o cemitério. Dali pra lá era só árvores. 

Tínhamos o Alfredo Simonetti, escola estadual, como a escola que iria nos receber no ano seguinte. 

Um centro da cidade com uma praça já envelhecida, mas muito conservada. Lâmpadas com globos e muitos bancos, não somente para as pessoas sentarem, mas para a meninada brincar de pula-pula e tica, com direito a um refúgio num lugar determinado. Não havia um sequer que não tivesse um catombo na canela, devido as quedas sobre as quinas dos bancos.

A TV na praça virada para os lados do mercado era o lazer das noites, fosse novela ou futebol. Não me recorda quem cuidava do ligar e desligar do aparelho. Sei que havia pequenas desavenças na escolha do canal, apesar de ter dois ou três.

Era um mundo de muitas dificuldades, como hoje têm, mas o enfoque para elas era bem diferente. Vivíamos em guerra para superar os problemas. O trabalho braçal, o acordar cedo, eram motes paralelos com o estudo, se era isso que a criança ou jovem almejava.

Hoje temos um mundo de cabeça para baixo e difícil de se desvirar. Fala-se pouco em trabalho e muito em políticas públicas. O motor não está funcionando bem e nem tem perspectivas de mudança.

A saudade é somente do tempo bom, mas de luta pela sobrevivência. Saudade das coisas bonitas, como a velha paisagem e das pessoas que encontrei e já se foram, como os vizinhos que vi crescer junto e de outros que já eram adultos e não mais estão aqui entre nós.

PROVÉRBIO

 Papagaio come milho, periquito leva fama.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

domingo, 5 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

CAUSO 2 

E dizem por aí que ali havia um tesouro, escondido na casa de um velhinho todo mequetrefe.
Uma vez por mês, o velhinho que estava nas últimas, se levantava na cama e ia receber a pensão.
Aproveitando a ausência, alguns ladrões, vindos de Montevidéu, invadiram a casa.
Os ladrões buscaram e buscaram o tesouro em cada canto. A única coisa que encontraram foi um baú de madeira, coberto de trapos, num canto do porão. O tremendo cadeado que o defendia, resistiu, invicto, ao ataque das gazuas.
E assim, levaram o baú. Quando finalmente conseguiram abri-lo, já longe dali, descobriram que o baú estava cheio de cartas. Eram as cartas de amor que o velhinho tinha recebido ao longo de sua longa vida.
Os ladrões iam queimar as cartas. Discutiram. Finalmente, decidiram devolvê-las. Uma por uma. Uma por semana.
Desde então, ao meio-dia de cada segunda-feira, o velhinho se sentava no alto da colina. E lá esperava que aparecesse o carteiro no caminho. 
Mal via o cavalo, gordo de alforges, entre as árvores, o velhinho desandava a correr. O carteiro, que já sabia, trazia sua carta nas mãos. 
E até São Pedro escutava as batidas daquele coração enlouquecido de alegria por receber palavras de mulher.  (O livro dos abraços, Eduardo Galeano)

QUEM SE LEMBRA?

Histórias de assombração

As histórias de assombração fazem parte do imaginário das pessoas mais antigas. Elas constituíam parte do divertimento das pessoas.

CHUVA - Foi de 5mm a precipitação pluviométrica de ontem pela tarde.

HUMOR - Eu arrumava minha filha de 5 anos para ir ao jardim de infância. Aquele seria o dia de tirarem fotos na escola, então sugeri que ela levasse a escova de cabelo. Como eu estava preocupada com uma infestação de piolhos, recomendei diversas vezes que não emprestasse a escova a ninguém. Expliquei a ela o motivo e todo o trabalho que teríamos. Ela entendeu e, no fim do dia voltou para casa radiante.
- Mamãe - disse, toda orgulhosa. - Não emprestei a escova. Eu mesma escovei os cabelos de todos! (Seleção de Seleções - maio de 2011)


sábado, 4 de dezembro de 2021

CHUVA

Como no período invernoso, bateu forte há pouco uma boa rápida chuva. Teremos registro amanhã.

QUE PALAVRA!

Celso
Excelso, sublime (Aurélio)

Elevado, alto, sublime, sublimado, excelso. Celso - personativo. (Diconário Escolar das dificuldades da Língua Portuguesa - Cândido Jucá Filho)

Filósofo grego de afinidades platônicas (séc. II). Combateu o cristianismo, principalmente através do argumento de que o Deus dos cristãos não é imutável, pois que toma iniciativas e decisões novas de acordo com as circunstâncias. Sua única obra Verdadeira Palavra, é mais conhecida por Discurso de Celso, tendo merecido a crítica de Orígenes no seu Contra Celsum, e a moderna restauração do original, feita pelo teólogo suíço Keim (1873)

Áulio Cornélio Celso - Autor romano (séc. I), célebre pela valiosa compilação de uma enciclopédia sobre agricultura, medicina, ciência militar, direito e filosofia, da qual restam apenas 8 livros sobre medicina.

Afonso Celso de Assis Figueiredo - Conde de Afonso Celso - Romancista e poeta brasileiro(1860-1038) Nasceu em Minas Gerais. Dotado de delicada e fina inspiração, estilo vibrante, foi uma das figuras mais simpáticas de nossas letras. Foi agraciado com o título de conde pelo sumo pontífice; era oficial da Legião de Honra da França e membro da Academia de Ciências de Lisboa. Sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupava ali a cadeira nº 36. Escreveu Prelúdios (1875); Poemetos (1880); Minha filha (1893); O imperador no exílio (1893); Por que me ufano do meu país (1901); Trovas de Espanha (1904); O Visconde de Ouro Preto (1935) etc. (Enciclopédia Brasileira globo, volume 5)

Públio Juvêncio Celso - Um dos eminentes juristas romanos (67-130), cujas obras estão totalmente perdidas. Conhece-se seu pensamento através da frequente citação de outros jurisconsultos. (Enciclopédia Brasileira globo, volume 3)

PROVÉRBIO

 Pão comprado não enche barriga (Gaúcho).

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

CHEIRO

Cheiro de chuva. Uma das coisas boas e grátis que temos em cada período invernoso.

PROVÉRBIO

Pangaré, pangarote, não tem marcha, é só trote.

FERIADO DA BANDEIRA MUNICIPAL

Consoante lei aprovada pela Câmara Municipal de Upanema, hoje é feriado da bandeira do município.

A BATALHA

Como se esquivam os mais necessitados! São esquivações das mais variadas.

As árvores, os pássaros, as pessoas principalmente. Principalmente as mais vulneráveis é que mais precisam de se esquivarem de seus algozes. 

Em cada esquina, palmo a palmo, estão seres na labuta em busca de devorar os menores, fazendo papeis de aproveitadores. São como gato e rato, presa e devorador. É batalha diária que só terá fim no último suspiro. 

A vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar
 (Gonçalves Dias)


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função fática 

É aquela que tem por objetivo iniciar, prolongar ou encerrar o contato com o receptor ou testá-lo.

Nos diálogos ocorrem a função fática, já que os dialogantes não param de indagar o outro para saber se ele está prestando atenção ou entendendo o que está sendo dito.

ÚLTIMA PÁGINA

Estamos na última página. Viramos há pouco tempo e não poderemos retornar à primeira. Impossível retornarmos à primeira. O máximo que poderemos fazer é relembrarmos o que foi visto. É fato que faremos isso quando chegamos à última. Todos os anos é costume passarmos revista de tudo que foi transcorrido ao longo da caminhada de um ano.

Concluída a última, inicia-se nova leitura até completar o ciclo. E assim transcorrem os anos e máquina do tempo não para. Não para não, não para!

PROVÉRBIO

 Panela sem feijão é como porteiro sem mourão (São Paulo).

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

A POERIA

A poeira nem baixou direito e já se comenta que ela vai subir de novo nas alturas e atingir muitas pessoas nas outras ondas.

Fiquemos atentos aos acontecimentos. Tudo será história daqui a alguns anos que será contada em livros ou por quem sobreviveu. 

De uma coisa temos certeza; não será contada ipsis litteris como ocorreu. Ou pelo menos aparecerão leitores ou ouvintes que discordarão do enredo da prosa.

PROVÉRBIO

 Panelas que muitos mexem ou ficam insossa ou salgada.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

ELEIÇÃO NO CALAZANS

É hoje a eleição para diretor e vice na Escola Estadual Calazans Freire. Servirá para completar o mandato da atual diretoria ocupada pelas professoras Luciene Mendonça e Marta Alves. Elas completarão três anos no cargo a terminar no próximo ano.

A eleição terá chapa única, já que ninguém se dispôs ao cargo. Será durante os três turnos. Podem votar todos os alunos e pais ou responsáveis.

PROVÉRBIO

Panela que muitos mexem foi sempre mal temperada.

ARRETADO

Nasce há dias um sol arretado, com sinônimo de lindo. 

Ao rasgar o horizonte nas manhãs, ele é colírio e limpador de vistas turvas pelo engano e equívocos da vida. 

Perde quem não o vê. É um espetáculo matinal que passa em exibição durante poucos minutos. Quando cuidamos, ele já muda de cor e aspecto como a dizer: Não posso, por natureza, ficar assim desse jeito o tempo todo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

COISAS DA LÍNGUA

O sentido das palavras na oralidade

Consoante a maneira como nos expressamos, uma palavra pode mudar de sentido, como no exemplo abaixo.

Armaria
Armaria!

No primeiro sentido, é um conjunto de armas. Arte heráldica.

No segundo sentido, é uma expressão popular, interjetiva, dita em momentos de espanto ou aperreio. Seria, na língua culta, o Ave Maria!

ELEIÇÃO

Haverá eleição na Escola Estadual José Calazans Freire na próxima terça-feira, 30.

O pleito é de chapa única e será para um mandato de um ano.

PROVÉRBIO

Pancada grande é que mata cobra.

domingo, 28 de novembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

QUEM SE LEMBRA?

Cartas em papel

"Escrevi em papel de seda e depois queimei", diz a canção.
Cartas em papel, chego a pensar que podemos contar nos dedos das mãos e pés o número dos que ainda escrevem à moda antiga.

A carta, nos tempos antigos - ainda nos anos 90, era um dos mais fortes e eficientes meios de se comunicação entre as pessoas. Substituída primeiramente pelo e-mail, foi escanteada pelos demais formatos quando a internet chegou pra valer na maioria das residências.

Se falamos para um jovem de quinzes anos sobre carta em papel, ele não sabe do que estamos falando.

FOLHAS - As folhas das árvores mexem-se levemente, num sinal claro do tempo quente, onde o sol impera e não há quem amenize o calor.

HUMOR

Um jovem na entrevista de emprego:
- Quais os seus pontos fortes e fracos? - pergunta o entrevistador.
- Bom, minha maior fraqueza, definitivamente, seria a minha relação com a realidade, o que é real e o que não é - respondeu o jovem.
- Ok - disse o entrevistador. - E os seus pontos fortes?
- Eu sou o Batman! (Seleção da revista Seleções, em maio de 2011)

sábado, 27 de novembro de 2021

QUE PALAVRA!

Cabide

Móvel com pequenos braços, ou móvel, ou objeto apropriado, onde se penduram roupas, chapéus, toalhas, etc. (Aurélio)

Silveira Bueno acrescenta: estaca, estaqueira, , mancebo. Este era uma coluna de madeira presa a uma base e com vários ganchos.

Cabide de emprego

Em política, a entidade cabide de emprego é definida como os empregos sem concurso e sem necessidade. A palavra cabide serve como figura de algo que estático, que abriga pessoas que ficam ali sem fazer nada.

Raimundo Nonato, do Calepino Potiguar definiu o cabide de emprego assim: "Muitos empregos ocupados por uma pessoa. Gancho. Sinecura. Cambito".

COMO ELES QUEREM VIVER

Os pássaros querem viver assim, num quintal, em ninhos aconchegantes e tecidos por eles mesmos.

E num pequeno movimento de câmera, eles fogem, pois pensam que serão capturados ou mesmo assassinados.

Há também os filhotes que lutam para sobreviverem no humilde ninho.

PROVÉRBIO

 Palavras sem obras, cítara sem cordas.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

MANTENHA DISTÂNCIA

Mantenha distância
De quem distancia
Do razoável
De quem não aprecia
O saudável
De quem não é maleável
No fazer e no querer
No ser e no fazer.

Mantenha distância de mim
Quando a ti não convieres
Que manterei distância de ti
Quando meu querer
Não bater com o teu
E quando o teu querer
Se chocar com o meu.






PROVÉRBIO

Palavras sem obras, plumas ao vento.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

INCÊNDIO

Começou devagarinho. Por causa de uma brasinha pretensamente inofensiva, foi crescendo debaixo de pequenos focos de fumaça. O período invernoso estava longe de chegar. O aquecimento global entrou em cena com força.

E o tempo passou, despercebido para os olhantes. Ninguém pensava que aquilo fosse crescer a ponto de chegar a um incêndio daquele quilate. Ninguém pensava, mas bem que poderia alguém ter percebido que aquilo que é natural não aceita mudança de curso assim de graça. 

E o fogo pegou forte e incendiou tudo, e tomou conta do canavial. As cinzas e o cheiro de fumaça são a vitrine do acampamento.

PROVÉRBIO

Palavras não temperam sopa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

CAMINHAMOS, CAMINHEMOS

A estrada é longa, sinuosa e cheia de espinhos e espinheiros pontudos. Rasgam, muitas vezes, de várias maneiras, nossos pés. Sangreiam.

Contudo, apesar de tudo, deixar de caminhar não é bom negócio. Entrevam tudo, de nervos a músculos, seja simples ou composto, se abandonarmos o caminhar em linha reta.

Caminhar no sentido literal da palavra ou no figurado é uma das muitas palavras em voga, das mais badaladas e recomendadas. 

PROVÉRBIO

Pai com frio, filho com cobertor.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

PROVÉRBIO

Para o mau entendedor nem uma grande carrada de palavras bastam.

CHAMEM O VAR

Em alguns momentos da existência, fazemos o papel do var (video assistant referee). Fazemos revisão dos atos que realizamos o longo da caminhada. É aquele ajuste aqui, outro ajuste ali. Como o var, nem sempre acertamos, mesmo que estejamos com as câmeras ligadas em todos os ângulos. Conclusão: não somos deuses.

domingo, 21 de novembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

TEXTO DE RUI BARBOSA (Excursão)

Vai o gado na estrada mansamente, rota segura e limpa, chã e larga, batida e tranquila, ao tom monótono dos 'eias!' dos vaqueiros. Caem as patas no chão em bulha compassada. Na vaga doçura dos olhos dilatados transluz a inconsciente resignação das alimárias, oscilantes as cabeças, pendente a margem dos perigalhos, as aspas no ar em silva rasteira por sobre o dorso da manada. Dir-se-ia a paciência em marcha, abstrata de si mesma, ao tintinar dos chocalhos, em pachorrenta andadura, espertada automaticamente pela vara dos boiadeiros. eis senão quando, não se atina por quê, a um acidente mínimo, um bicho inofensivo que passa a fugir, um grito de um pássaro na capoeira, o estalido de uma rama no arvoredo, se sobressalta uma das reses, abala, a correr, e após ela se arremessa, em douda arrancada, atropeladamente, o gado todo. Nada mais o reprime. Nem brados, nem aguilhadas, o detêm, nem tropeços, voltas ou barrancos por d'avante. E lá vai incessantemente, o pânico em desfilada, como se os demônios o tangessem, léguas e léguas, até que, exausto o alento, esmorece e cessa, afinal, a carreira, como começou, pela cessação do seu impulso. Eis o estouro da boiada.

ERUDIÇÃO - A linguagem formal está perdendo força na escola. Se continuarmos nessa pisadinha, daqui a alguns anos não notaremos a diferença entre um estudante e um alguém que nunca pisou na escola.

Cultivemos a linguagem formal, gramatical. Isso não significa o desprezo da informalidade.

QUEM SE LEMBRA?

Como eram as fotografias no passado? Lembremos do filme "Guerra de Canudos". Um dos personagens diz que quando viu a fotografia, nem acreditou e pensou que era "armada do cão".

Até onde nossa lembrança alcança, as fotografias eram chamadas de retrato e em preto e branco. Curiosa era a forma de revelar. Utilizavam um processo eficiente, muito diferente de hoje.

Havia vários formatos. O binóculo era muito comum, assim o cliente quisesse.

HUMOR

Um rapaz vai a uma autoescola para fazer aulas práticas de direção. Ele entra no carro com o instrutor e começa a dirigir. Percebendo que ele não mudou de marcha, o instrutor resolve alertá-lo e diz:
- Você está de primeira.
O aluno agradece todo orgulhoso.
Então o instrutor esclarece:
- Isso não foi um elogio. Estou apenas avisando que você deveria trocar a marcha. (Seleção da revista Seleções)


sábado, 20 de novembro de 2021

REDAÇÃO NO ENEM

Proposta de redação

Depois de ler os dois fragmentos de poemas, veja em qual você se enquadra com relação à infância. Depois de escolher o texto, justifique sua escolha.

Lamento e saudade de uma infância que não volta mais ou um pensamento no presente e futuro, deixando a saudade para trás?


Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! 

(Casimiro de Abreu)

Vamos, não chores...

A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

(Carlos Drummond de Andrade)

UMA QUESTÃO DO ENEM

O texto abaixo é a estrofe inicial do poema "Meus oito anos", de Casimiro de Abreu:

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Sobre o poema, NÃO se pode afirmar que:

a) se trata de um dos poemas mais populares da Literatura Brasileira.
b) o poeta se vale do texto para manifestar a sua saudade da infância.
c) a linguagem não é erudita, pois se aproxima da simplicidade da fala popular, o que é uma marca da poesia romântica.
d) a memória da infância do poeta está intimamente ligada à natureza brasileira.
e) o poeta é racional e contido ao mostrar a sua emoção no poema. (Do livro didático "Estações linguagens, Editora Ática)

A questão correta a ser marcada é a letra e. A questão acima é daquelas que pode pegar o candidato de surpresa, por causa do não no enunciado.


QUESTÃO DO ENEM

Em bom português

No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa tanto do singular como do plural: tud é "a gente"). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso.

Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os que falam assim:

- Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem. 

Os que acham natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher. (Sabino, F. Folha de São Paulo, 13 abr. 1984 (adaptado)

A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que:

a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações. 
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade geográfica.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante. 
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em todas as regiões. (Do livro didático Ser protagonista, Linguagem e suas tecnologias, Sm)

A questão marcada acima é a correta.



QUE PALAVRA!

Você se considera um capiau?

Capiau - Matuto. Fem.: capioa, com acento tônico fechado (ô) no (ó).

Aurélio o define como caipira.

Matuto refere-se a alguém que mora no mato, geralmente zona rural do município. Chamamos também de brenhas o lugar onde mora o matuto.

PROVÉRBIO

Paciência e sebo de grilo é bom pra aquilo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

BANDEIRA

Não se dá mais bandeira ao seu dia como antigamente. Seu hasteamento era sagrado em repartições públicas, principalmente nas escolas.

As matas, as riquezas, o céu e a paz são tesouros representados nas cores da nossa bandeira.

VOZES

Ouves? Vozes de todas as partes, em volumes baixos, altos e mais ou menos.

Todas elas dizem alguma coisa, mas ao mesmo tempo, não fluem satisfatoriamente, compreensivelmente, objetivamente. 

Difícil é sermos objetivos absolutos. A subjetividade não deixa. Vozes gritam de muitas maneiras e não são interessantes aos ouvidos. Destoam e desafinam a ponto de agredirem nossa sensibilidade.

PROVÉRBIO

Paca, quando foge, vai a nado rio acima, na lua minguante, mas avança é rio abaixo, na crescente.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

ATO

O primeiro ato foi longo e muito confuso. Apesar de estarmos assistindo e ao mesmo tempo fazendo parte do grande elenco, ficamos o tempo todo sem compreendermos direito o enredo. 

Grande, enfadonho e aparentemente sem fim, a história vista por muitos, não poderá ser contada como um fato jornalístico, dito objetivo, com um lado somente, com uma versão, enfim. 

Ora, se nem nos acontecimentos mais triviais a objetividade absoluta ocorram com facilidade, imagina um enredo daquela envergadura e presença forte na história da humanidade.

Assim, depois de aproximadamente oito meses - se é possível dividirmos os atos como numa peça teatral - fecharam as cortinas para logo serem abertas e o segundo ato ser iniciado. 

A história prosseguiu e construiu um novo enredo, com relato de mais vítimas, mesmo em quantidades menores, num ritmo desacelerado, sem deixar que o motor pare nem silencie o barulho.

Registre-se o fato, acreditado, não por todos, que o ritmo tornou-se  em menor intensidade por causa de atos preventivos que serviram como freios, tipo meia pedalada, que não param o veículo de uma vez, mas não o deixa correr demais. 

Registre-se também que o segundo ato ainda está em curso, mas a torcida é que as cortinas sejam fechadas e não tenhamos um terceiro.

PROVÉRBIO

Ouvir cantar o galo e não saber onde.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

RUDIMENTOS DA GAMÁTICA

Substantivo - O que é?

É a palavra que designa, dá nome aso seres. Se é ser (coisa), então é um substantivo. Pode ser visível, invisível, animado e inanimado. Tem nome? É substantivo.

PRODUTO

Aquele produto deixou de ser um dos principais artigos na praça. Por que?

O porquê daquilo era a chave que abria a porta do entendimento de quem quer que tentasse entender o fenômeno.

Outrora, ele ocupava as principais prateleiras e o pico dos anunciantes. Era falado em todos os cantos. Badalado demais, para usarmos um linguajar mais atual.

Toda pessoa o carregava para todas as partes. Uns o possuíam mais e outros menos. Era só querer, que o tinha à mão.

Bom saber que era obtido sem nenhum custo pecuniário. Era natural e exigia dedicação para sua obtenção. Não faltava em qualquer parte onde estivéssemos. 

Rareou e quase desapareceu. Mas ainda há. Procuremos e acharemos sem lupa nem óculos de alcance.


PROVÉRBIO

Ouvir a galinha cacarejar e o poleiro não achar.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

MÚSICA

Um zunido no mundo, como música boa, espalha no ar os elementos da natureza e ajudam a fazer e suportar o nosso sofrido quotidiano.

PROVÉRBIO

Ouro não quer soberba nem ambição (Paulista, do tempo dos Bandeirantes).

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

LÍNGUA LATINA

Persona - Significa máscara na língua latina. Os atores, no palco, usavam uma máscara de teatro, para ampliar a voz. Daí, o nome personagem, que significa alguém que representa uma pessoa.

Imprescindível - Imprescindível o estudo do latim nas escolas. A língua-mãe explica muita coisa de uma de suas filhas, a língua portuguesa.

15 DE NOVEMBRO

Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, a tal marcha para derrubar o ministério se inicia no Campo de Santana. Deodoro encontrava-se muito doente e só se apresenta na última hora. Sem ele, a marcha simplesmente não se realizaria. Quando chega no quartel-general, onde todo o ministério estava reunido, a marcha era recebida como se fosse um desfile cívico. Não houve qualquer resistência. Pudera! À frente vinha um mito, um veterano da Guerra do Paraguai, o homem mais importante das Forças Armadas do Brasil depois da morte do Duque de Caxias. "A História do Brasil para quem tem pressa, p. 94-96)

JOGO DE FUTEBOL

Em se tratando de jogo de futebol, a maior torcida do Brasil sofre quando a segunda ganha. 

A maior - a contra
A segunda - Flamengo.

QUE SUFOCO!

Grande sufoco sofre a população upanemense na semana que passou com a falta d'água.

Nada de anormal, se levarmos em conta o histórico das faltas da preciosa.

Planeta água - Cidade água

Upanema, a exemplo da Terra, planeta água, é uma cidade água. Com rio perene, tem o luxo de ter água à beça para explorar no subsolo. Pelo outro lado da moeda, sofremos com a falta d'água nas torneiras, não necessariamente com frequência, mas num intervalo de tempo que não nos deixa esquecer dos tempos ruins do fornecimento do precioso em que a falta não era por causa da quebradeira dos canos como hoje é.

Solução

Nem sequer sombras da solução do problema.


PROVÉRBIO

 Ou vai ou racha, ou tudo se escacha ou arrebenta a borracha.

domingo, 14 de novembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

A torrente - Antônio Mariano de Oliveira

Da serra azul onde a palmeira medra,
Onde paira a neblina, se deriva,
Entre abertos lisins de esconsa pedra,
um fio d'água viva.

Exíguo e frouxo, palmo a palmo avança
Pela escarpada; a folha de passagem,
Leva, rodeia os troncos, não descansa,
Não para na viagem.

Ora entre os líquens verdes serpenteia,
Corre entre os fetos, geme na fragura,
Ora caminho aberto em livre areia
Acha, avança, murmura.

Desce depois mais volumoso, arreda
Quanto encontra, e aumentando em cada frágua,
Recua e salts, erguendo em cada queda
O seu penacho d'água.

Com a chuva engrossa, rui no chão da gruta,
Cascata agora; a penedia bronca,
Mina-a em redor. desloca-a, imensa e bruta,
Leve-a, espumeja e ronca.

A tudo investe, abala, desimplanta, 
Destrói, derriba, na evulsão crescente,
E ruge das quebradas na garganta
A impetuosa torrente.

Negra, socava, tétrica, soturna, 
Treme e retumba; as águas passam; tudo
Geme; o ninho, a flor, o antro, a furna,
Aquele embate rudo.

No vale, enfim, torcendo a cristalina
Juba, se atira, e em ecos se propaga
A torrente caudal, e ora a campina
E as florestas alaga.

Em rio audaz que as fertiliza e banha,
Calma agora, volvendo as ondas fundas:
Pois, como a ideia, as águas da montanha
Querem ser livres para ser fecundas.

HUMOR

O velho acaba de morrer. O padre encomenda o corpo e se rasga em elogios:
- O finado era um ótimo marido, um excelente cristão, um pai exemplar!
A viúva, então, vira para um dos filhos e lhe diz ao ouvido;
- Vai até o caixão e veja se é mesmo o seu pai que está lá dentro!



sábado, 13 de novembro de 2021

QUE PALAVRA!

Caxias - Diz-se de, ou pessoa muito escrupulosa no cumprimento dos deveres. (Aurélio)

O caxias é visto com olhares negativos. Entretanto, pode ser um alguém que luta para botar as coisas em ordem.

Luís Alves de Lima, o duque de Caxias ficou conhecido pela sua bravura e cumpridor dos deveres com a pátria Brasil.


PROVÉRBIO

Os ricos se fecham. Quem abre casa é pobre.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

AQUECIMENTO

Pelo comportamento do tempo nos últimos dias, desconfio que os dias de aquecimento estejam contadíssimos, para voltarem depois do período invernoso. 

FRASE

A felicidade anda a galope em busca dos que a buscam.

PROVÉRBIO

Os palmos onde cabe a sombra da gente, a gente para todo o lugar leva consigo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

LINGUAGEM DIFÍCIL

Preciosismo - É a linguagem rebuscada, inçada de palavras cultistas e de adjetivos extravagantes. (Dica de Luiz A. P. Vitória)

O preciosismo não tem nada de precioso. A função primeira da linguagem é comunicar. Se as palavras difíceis são em grande quantidade, elas atrapalham mais que ajudam ao texto ser compreendido. Portanto, não aconselhado.

Falar difícil é fácil; difícil é falar fácil.

FLORESCIMENTO

Com os primeiros pingos de chuva, até a esperança floresce.

QUATRO

O período invernoso não chegou ainda pra nós, mas algumas neblinas já contabilizam algum registro pluviométrico. 

Ontem pela tarde tivemos 4mm.

PROVÉRBIO

Os juros são o perfume do capital. (Barão de Itararé)

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

CONJUGAÇÃO VERBAL

Verbo poupar

É errado pronunciar pópo, pópas, pópa, etc.

Eu poupo
Tu poupas
Ele, ela, poupa
Nós poupamos
Vós poupais
Eles, elas, poupam.

Melhor assim: Não se deve poupar letras usando pópo, pópas, etc.

BAFO

Uma leve chuva cai nesta tarde por aqui.

Muito bafo e pouca chuva, mas é bom, pois tudo o que é natural é bom.

PROVÉRBIO

Os gabirus é que mais se enroscam.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

USO DA VÍRGULA

Para separar orações intercaladas:

Contei-lhe, disse eu, a sua história.

Para separar orações coordenadas assindéticas:

Vi misérias, ouvi lamúrias, senti tristezas.

Orações coordenadas assindéticas são as que não possuem conectivos: e, mas, porém, pois, todavia, nem, portanto, porque, porquanto, etc. Estes são usados em orações coordenadas sindéticas.

UM ATROPELO

Caminhantes matutinos pisam firmes o asfalto das ruas. Uns, lentos, enquanto outros puxam uns passos mais longos e outros ainda arriscam uma corrida. Todos entretidos com o seu caminhar, não reparam para os lados, mas seguem no giro até completarem o tempo e o trajeto da caminhada.

Há ainda outros que têm um companheiro ao lado, comum para os nossos dias, que virou moda braba: cão melindroso, tratado como gente. Caminha para evitar o estresse. Estes seguem ao lado do dono, companheiro da casa.

No lote, como diria minha avó, está uma matilha, ou várias, disputando alguma comida ou mesmo cortejos animais. Afinal, os bichos também não são feitos de ferro.

Os que andam em magote, correm soltos, em grande "algazarra", em estados perigosos, visto que, a andança ou corrida em ziguezague é incerta e fica vulnerável a acidentes.

E foi em um desses momentos em que alguns desses animais corriam juntos, embolados, num agarra-agarra, beija-beija, empurra-empurra, passava em velocidade média um transporte motorizado. Por infelicidade, um deles saía em disparada, ficando exposto a acidente. E foi o que ocorreu. Sangue na pista, gemidos da vítima, corpo no chão, olhos curiosos dos transeuntes que perguntam sobre o dono. Curioso é registrar que seus companheiros o cercam como que a tentar fazer alguma coisa e indagar a razão daquilo tudo.

Os gemidos cessam. O animal fica estático e já se pensa que ele tivesse morrido.

O final não termina tão feliz, mas não infeliz, pois ele encontra seu dono que o trata e o conduz a casa. Notícias dão conta de que o paciente passa bem.



PROVÉRBIO

Os costumes de casa um dia vão à praça.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

TÓRRIDO

Calor intenso, abrasador, causticante. Castigante. Dia aquecido, inflamado, ardido, térmico, asfixiante, vulcânico, sufocante, fumegante, ígneo, ardente, fervente, tropical. 
Nada-se em suor.

O quadro dantesco acima é provocado pelas altas temperaturas - perfeitamente naturais que a nossa região conhece.

Nada estranho é pintado aí em cima que seja digno de manchete de jornal ou assombro. Tudo nos trinques, nos conformes, como diríamos antigamente na gíria antiga.

Um vento que sopra do Norte traz um alívio, mas ainda não chegou o tempo da melhora. Esperemos que logo, logo, tudo vai mudar. Que venha a mudança!

PROVÉRBIO

Os amigos são para a ocasião. 

domingo, 7 de novembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

A rua diferente (Carlos Drummond de Andrade)

Na minha rua estão cortando árvores,
botando trilhos,
construindo casas.

Minha rua acordou mudada.
Os vizinhos não se conformam.
Eles não sabem que a vida
Tem dessas exigências brutas.

Só minha filha goza o espetáculo
e se diverte com os andaimes,
a luz da solda autógena
e o cimento escorrendo nas formas.

GRAMÁTICA - A linguagem conotativa

A conotação nos provérbios  

Nunca diga: desta água não beberei
Quem semeia vento, colhe tempestade
Quem sai na chuva é pra se molhar
Quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado do vizinho.
Onde há fumaça há fogo.

Os provérbios acima são ditos diariamente pelas pessoa mais simples da sociedade. Qualquer mente, digamos, mediana, compreenderá o significado de cada um deles. O que diferencia o estudante do não estudante é saber que são expressões conotativas.

HUMOR - A professora, numa aula de religião:
- O que precisamos fazer para obter o perdão?
Um aluno esperto respondeu:
- Pecar!


sábado, 6 de novembro de 2021

PROVÉRBIO

Onde vai a corda, vai a caçamba.

QUE PALAVRA!

Cavilação 

Astúcia, manha. Ironia maliciosa. Aurélio)

Razão falsa e enganosa, maquinação fraudulenta, astúcia pa induzir em erro. (Antenor Nascentes)

Cavilar é adular uma pessoa e torná-la manhosa. Mães cavilam filhos e os tornam manhosos e despreparados para os desafios da vida.

ZAGUEIRO

É assim que vivemos, nesse bate, rebate, defende, afasta e contra-ataca. É disso que vivem os defensores no campo e na labuta diária.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

EXPRESSÃO CERTA

O pai perdoou o filho ou ao filho?

O verbo perdoar é usado para pessoa e exige sempre a ou lhe. Portanto: O pai perdoou ao filho. Ele já lhe perdoou. 
Para coisa, porém, usamos o ou a: O padre perdoa os pecados. Você perdoa a minha dívida? (Dicas de Antônio Sacconi)

DA ÁRVORE

Da árvore, avista-se muita coisa, mesmo que seja um lugar tão, tão distante. 

De lá, foi visto, muito mais ações condenáveis, pois as lisas, quase não se podia enxergar.

Foi quando viu, ao postar-se, com eficiente binóculo, malassombros humanos dos mais comuns da nossa época: desonestidade, desvio de finalidade, faz-de-conta e camuflagem de dados.

Foi isso o que ele viu, sem pestanejamento.

PROVÉRBIO

Onde irás, Brás, que não te arrependerás? (Alagoas)

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

PROMESSA

Temos tido dias quentes nesses últimos dias.

E a promessa dos estudiosos é que teremos mais quentura daqui pra frente. O tempo quente pede água e mais água.

PROVÉRBIO

Onde cabe o pirão, cabe muita gente.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

PALAVRA CERTA

À beça - A palavra certa de hoje seria beça, na expressão "à beça". Mas não será. É que fui pesquisar aqui neste veículo de entretenimento e vi que a expressão à beça já tinha à beça. Então mudei para outra.

Abóbada - Alguns dizem abóboda, mas não é. 

RESSURREIÇÃO

"É preciso haver ressurreição", gritou o sujeito, que já o chamavam de louco, por ter ideias nada originais, mas que soavam como loucas, num mundo em que "o que era, não é mais".

"Se não houver ressurreição, estaremos perdidos muito antes do que se imagina. Não. Não será uma antecipação do apocalipse, mas será algo similar."

Com esses fragmentos de conversas, o dito cujo divulgava aquilo que achava ser o mais ou menos ideal para a sobrevivência do mundo por mais tempo. Se o que está em moda é o avesso de tudo que dava certo - e o avesso não dá, como não haver ressurreição do que dava certo? Hein?

"Em todos os quadrantes da sociedade", propalava ele, "percebemos esse avesso das coisas. É o avesso do avesso, do avesso que está em alta voga e funciona por cima da carne seca. É um trator de esteira daqueles mais trator que faz esse trabalho de desconstrução do mundo. É um trabalho tão bem feito - coisa botada - que impede o processo de ressurreição. É algo que trabalha para que haja uma derresurreição: processo de afundamento do mundo."

"Mas é preciso que haja ressurreição", conclui o sujeito, entre triste e otimista.

DEBAIXO DO SOL

Sol forte. Debaixo das nuvens, mas castigante. Continua alegre. Mais alegre que o dia.

PROVÉRBIO

Onde a galinha tem ovos, lá lhe vão os olhos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

LINGUAGEM

Função referencial ou denotativa 
Sua finalidade é apenas informar o receptor sobre um fato ocorrido. A linguagem é objetiva e não admite mais de um entendimento. 

As notícias, em tese, é um exemplo. Depois de ouvir, ler ou ver uma notícia, todo mundo deve entendê-la da mesma forma.

ESCURIDÃO

Antes de tudo, nevou fininho, depois grosso, pesadão. E durou dias e mais dias assim. Havia a esperança daquele alívio. Que pudesse maneirar logo, era a esperança. Mas veio a escuridão depois de meses. Muitos meses. Talvez trinta, quarenta, cinquenta. 

Ainda quando somente a neve caía, havia um barulho surdo ou mais nítido. Um zunzunzun indecifrável. O barulho existia e era perfeitamente possível saber de onde procedia. Mas o que era dito? Só uns privilegiados podiam entender. Boca de cumbuca. Foi quando a escuridão veio e se associou à neve para formar um par perfeito de destruição. 

Os provocadores de ambos as ações, ficavam em lugares privilegiados que não eram alcançados por elas. Pontos estratégicos, lugares privilegiados. Lá as luzes irradiavam e o ar era blindado por finas redes. 

E tudo continuou por um período indeterminado.

PROVÉRBIO

Onça não come lobo. 

ANEDOTA QUE NÃO CONTAREI HOJE

Não contarei a anedota sobre o dia de Todos os santos, que é hoje. Finda com o interlocutor dizendo que o dia de São Nunca está no meio. Basta pesquisar ao lado esquerdo do blog "São Nunca" que terá a historinha em duas versões.

A ESCOLA QUE DÁ CERTO

O ensino, a instrução, o conteúdo das disciplinas. Tudo isso é função da escola. É na escola que a aprendizagem se dá de forma oficial. Está cada vez mais fácil de se aprender fora da escola. O autodidata sempre existiu e sempre existirá. Mas, com a presença de um professor tudo fica mais fácil.

domingo, 31 de outubro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

Ruas da Infância - Elias José

A professora dizia que a rua tinha aquele nome em homenagem a um grande homem, digno de ser imitado. nós a ouvíamos meio duvidosos. Para nós, a rua era do pipoqueiro, do sorveteiro, do vendedor de algodão doce, do velho contador de estórias. De alguém que nos significasse muito, era o nome da rua. A praça não tinha nome, era da molecada toda. No futebol a coisa mudava: Rua de Baixo x Rua de Cima. As peladas eram na praça, atrás da igreja velha. Quando uma das turmas perdia na bola, tinha que ganhar no braço.

Minha rua era a de baixo. Casas velhas, sem pintura, algumas sem reboco. Cidadezinha que não coube no mapa, mas que transborda no meu coração. 

Depois da rua de baixo, a cidade se acabava e o rio nascia. No rio nadávamos, pescávamos. Para aprender a nadar bem, comíamos peixinhos vivos, Quando matavam porco, púnhamos restos da barrigada no balaio e os peixes vinham comer. Um dia, um cágado entrou no balaio e foi o nosso maior dia. Desfilamos com ele por todas as ruas. Depois passou a novidade e ele passou a morar só em nossa rua, uma semana em cada casa, até morrer. 

Depois a gente cresceu e ficava feio a gente brincar de esconder, jogar bolinha de vidro na toca, fazer açudinho com água da chuva, nadar pelado. Já se falava em namoradas. 

O tempo passou, a turma se dissolveu. Caminho por movimentadas ruas de uma cidade grande, mas levo comigo as ruas da infância. Me disseram que estão cheia de buracos, viraram pastos, as casas estão caindo de velhas. Mentiras! Feias são minhas ruas de hoje, tristes ruas de adultos, sem mistério ou esperança.

HUMOR  - Foi Deus

Um diretor de hospício resolveu acabar com a mania que vários malucos tinham de se apresentarem como Napoleão Bonaparte. Pôs toda a turma no pátio e berrou:
- Vamos ver agora: quem é Napoleão Bonaparte aí?
Muitos braços se ergueram.
- Você aí, vem cá! Quem foi que lhe disse que você é Napoleão?
- Ora, foi Deus.
Aí alguém gritou lá do fundo:
- É mentira dele! Não fui eu, não!
(Do livro "Português Dinâmico", 6ª série)


sábado, 30 de outubro de 2021

QUE PALAVRA!

Cavalo-de-pau - Manobra em que see faz o veículo inverter o rumo mediante a aplicação súbita de freios, e em geral para fazê-lo parar. (Aurélio).

- Brinquedo de menino pobre. Um talo de carnaúba, um cabo de vassoura. (Calepino Potiguar, de Raimundo Nonato)

Ainda falta o nome de um pequeno inseto que tem a aparência de um pau. Geralmente é desbotado, mais para marrom.

PROVÉRBIO

A parvos, aborrecem-lhes discretos.