Divulga a cultura e a linguagem da cidade, além de produção textual como contos, crônicas, poesias. Comento os fatos, conto histórias. Vez por outra posto notícias.
quinta-feira, 31 de agosto de 2023
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
LUA AZUL
terça-feira, 29 de agosto de 2023
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA II
Questões resolvidas
Leia o trecho que segue:
Nenhum dos atuais craques da seleção encantou ao debutar com a camisa amarela no continente que é berço do futebol. Pelé, que entreou aos 17 contra a então União Soviética na Copa de 58, só marcaria no segundo jogo do Mundial, diante do País de Gales. (Folha de São Paulo, 17/06/2005)
Transcreva do texto a expressão que foi empregada como metonímia com referência à seleção brasileira de futebol:
Resposta: Camisa amarela.
No trecho acima de “Cidade maravilhosa” há uma perífrase. Justifique sua resposta:
Resposta: A cidade do Rio de Janeiro é conhecida por "Cidade maravilhosa". Perífrase é um termo que identifica um lugar, uma pessoa, etc. É como se fosse um apelido.
QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA
domingo, 27 de agosto de 2023
DOMINGO
VISTA
Vivemos uma temporada de operações das vistas das pessoas. Vista aqui refere-se, obviamente, aos olhos.
Sou do tempo em que só falávamos vista, e não olho.
Minha vista está embaçada, dizíamos.
É por causa dessa vista embaçada que muitos estão indo e vindo para Alexandria, em sua maioria, dia mais dia. Que bela rima!
Aos montes. Não às pampas. Somente o necessário.
MÚSICA CLÁSSICA
Convencionou-se chamar "música clássica" àquela tocada por Chopin, Strauss, Tchaikovski, Mozart, Bizet, Wagner, Grieg, Bach.
E é um disco desses que ouço agora pela manhã, à moda antiga, num som dois em um.
Sei que na grande e maravilhosa rede encontrarei aos montes com apenas um click. Mas prefiro ouvi-las assim.
sábado, 26 de agosto de 2023
QUE PALAVRA!
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
O MUNDO DE SOFIA
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
ORAÇÃO
TENHO SAUDADE DAQUELE TEMPO
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
UMA NOVELA
Minha vida daria um romance. É o que dizem as pessoas quando começam a contar sua vida de sofrimento e aventuras.
Minha vida já é uma novela. Dizem outros quando são convidadas a assistirem a uma novela ou contam trechos de uma novela. Novela aqui, no sentido que dão à telenovela.
Na verdade, há mais pessoas assistindo à novelas do que lendo.
Definir novela é tarefa complexa. Se considerarmos sua definição no presente, ela ficaria entre o conto e o romance em número de páginas. No passado, porém, Dom Quixote foge à regra, tendo em vista ser considerado uma novela, mas possuir mais de seiscentas páginas.
terça-feira, 22 de agosto de 2023
FOLCLORE
VAI TER SOL AMANHÃ
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
TRÂNSITO
domingo, 20 de agosto de 2023
sábado, 19 de agosto de 2023
QUE PALAVRA!
Afurá
Bolo de arroz fermentado e moído na pedra. Serve-se com água açucarada, na qual se dissolve, formando uma bebida refrigerante, apreciada na África entre os nagôs e igualmente pela população da capital baiana, informa Jacques Raimundo (O Negro Brasileiro, 99). É uma espécie de acaçá. (Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo).
Nunca tomei um afurá. É muito provável que o leitor também não tenha tomado, e como eu, nunca tinha ouvido falar em tal bebida antes de hoje.
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
RIMAS
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
INTERRUPÇÃO
terça-feira, 15 de agosto de 2023
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
domingo, 13 de agosto de 2023
DOMINGO
UM ANTEPASSADO
O velhinho apeou, entregou o cavalo a um moleque, subiu os degraus do copiar, avizinhou-se do banco onde me distraía olhando, na preguiça e no calor, as cercas do curral, a serra distante, as árvores torradas, os xique-xiques e os mandacarus que manchavam de salpicos verdes a campina amarela.
– É você o meu bisneto?
Ergui-me, atentei no corpo musculoso e aprumado, na boca enérgica, no rosto liso e vermelho, rosto de criança.
– Talvez seja. Cheguei ontem e não conheço ninguém por estes arredores. Tenho um bisavô no outro lado do rio. Talvez seja o senhor. Não sei.
– Sou eu mesmo. Vim fazer-lhe uma visita.
– Ora essa! Não devia ter vindo.
Homem tão idoso, pegando noventa anos, deixar o travesseiro e os cochilos para visitar um descendente quase ignorado, que já ia perdendo o parentesco. Manifestei-lhe a surpresa com modos de gente da cidade:
– Sinto muito. Um incômodo. Ia apresentar-me ao senhor, hoje ou amanhã. Cheguei ontem.
Interrompeu-me, examinou sério, estirando o beiço, os meus reduzidos muques, o peito cavado, os ombros que se encolhiam:
– Doente?
Balancei a cabeça, esmorecido, bambo. E, num gesto vago, mostrando o organismo chinfrim:
– Um bando de cacos.
– É o que se ganha na rua.
Bateu à porta, chamou, entrou pisando com força, as rosetas das esporas tinindo, foi abençoar a filha e os netos – minha avó e meus tios. Cumprida a obrigação, voltou ao copiar. E, enquanto lhe preparavam o café, levei-o ao quarto que me haviam dado, o melhor de todos, com reboco, junto ao quintalzinho onde recendiam craveiros e panelas de losna. Ofereci-lhe a cadeira única, sentei-me na rede, procurei nas teias de aranha, no pátio branco varrido pelos redemoinhos, no chiqueiro das cabras, nos xique-xiques e nos mandacarus objeto que pudesse interessá-lo. As aranhas, as cabras, os espinhos, o calor e a poeira nada me sugeriam. Contrafeito, remexi o interior, em vão. Nenhum assunto por dentro, nenhum assunto por fora.
Mas o constrangimento durou pouco. O ancião dirigiu a conversa, loquaz, amaciando a palavra rude, Era um vivente alegre, simpático, sem tremura e sem calvície. As mãos calejadas agitavam-se firmes, tencionavam amparar-me a fraqueza e a doença; uma admirável cabeleira de teatro enfeitava aquela estranha velhice, pura, limpa, isenta de pigarro, de bronquite; o riso franco exibia dentes claros, perfeitos, capazes de trincar os ossos.
Começou esquadrinhando os livros que se arrumavam em cima dum caixão. Abriu um volume.
– O senhor lê sem óculos?
– Naturalmente, nunca precisei disso.
Encostou a página de letra miúda aos olhos muito azuis, afastou-a, aproximou-a:
– Quelques? Que diabo é quelques?
Pronunciava cuelques. Soltou a brochura:
– Bem. Deve ser língua de gringo. Não entendo.
– Melhor. Se entendesse, não tinha tão boa vista. A leitura arrasa uma pessoa.
– Talvez arrase. Para que tanto papel? Enfim. Não sei não, os tempos estão mudados.
Não aprovou nem desaprovou a literatura exposta no caixão e na mesinha, estreita e coxa, prosa mais abundante que a que havia absorvido em quase um século.
Pôs-se a falar sobre D. Pedro II e a família imperial, como se se referisse a criaturas embarcadas para o estrangeiro na véspera. Conhecia poucos fatos, obtidos por via oral, mas estavam bem guardados.
– Que memória!
– Não é vantagem. Queria que eu andasse com besteiras, tresvariando? Sua bisavó morreu na caduquice. Miolo fraco. E ainda estava bem moça, a pobre. E calete. Pois, como ia explicando, a princesa Isabel agarrou o conselheiro e disse assim…
– Parece que o senhor foi testemunha.
– Foi o que se deu. Todo mundo sabe.
Com certeza o homem se lembrava de casos antigos e esquecia os acontecimentos novos. Engano. Experimentei-o e notei que o espírito de antepassado funcionava direito, sem falhas. Realmente o vocabulário dele tinha algumas centenas de palavras. O meu ia muito além, mas a significação dum desses instrumentos fugia às vezes e era-me indispensável consultar o dicionário. Se eu possuísse cabeça igual àquela, o meu trabalho seria fácil. Lamentava-me em silêncio – e o velho discorria sobre os negócios da fazenda. Interrompeu-se, observou as barrocas do chão e as paredes negras:
– Você aqui está mal acomodado. Vá lá para casa.
– Impossível. Não faço uma desconsideração a minha avó. Estou bem.
– Vá passar alguns dias comigo.
– Perfeitamente.
Desejava apresentar-me a mulher e o filho.
– Que idade tem ela?
– Vinte e cinco anos, coitada. Vive cheia de macacoas e não há remédio que sirva. O pequeno tem seis incompletos.
– Ora vejam que fim de mundo! Exclamei. Fiz dezoito anos e tenho um tio-avô com menos de seis. Incrível.
– É o último, afirmou o patriarca. A mulher, achacada, entregou os pontos, e daqui em diante não produz.
Graciliano Ramos
(Do livro "Viventes das Alagoas", Livraria Martins Editora, São Paulo, 1962, p. 77-81, )
COPIAR E ALPENDRE
No texto de Graciliano Ramos aparece bem no começo a palavra copiar. Ela faz parte das palavras esquecidas da língua. A geração dos vinte anos não tem a menor ideia do que significa. O que pode vir à cabeça se for indagado sobre seu significado, o máximo que pode responder é que é um verbo. Copiar e colar virá logo à mente.
O velhinho subiu os degraus do alpendre.
PAIS HERÓIS
Carregam para sempre o peso - às vezes leve, às vezes pesado.
Pesa porque judou a botar no mundo seres dotados de inteligência. São heróis sem fazer muito esforço.
sábado, 12 de agosto de 2023
QUE PALAVRA!
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
ESTUDANTES
quinta-feira, 10 de agosto de 2023
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
PRÉ-CANDIDUS
LEITURAS
terça-feira, 8 de agosto de 2023
TABUADA
Até hoje, para fazer uma soma mental, preciso desbaratar os números em seus componentes mais fáceis, em especial o sete e o nove, cujas tabuadas jamais consegui decorar.
O depoimento de Gabriel Garcia Márquez em "Viver para contar" é semelhante ao de muitas pessoas que têm dificuldades de aprender a tabuada, imagina outras complexidades.
Isso não é motivo para o uso da tabuada ser condenada pela pedagogia moderna.
Como todo estudo deve ser feito de modo racional, a tabuada não é exceção. Decora-se e depois aprende- se. Sete vezes nove é sessenta e três. Logo, nove vezes sete também é sessenta e três. Se dividirmos sessenta e três por nove, dará sete. Se dividirmos sessenta e três por sete, dará nove.
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
domingo, 6 de agosto de 2023
DOMINGO
sábado, 5 de agosto de 2023
QUE PALAVRA!
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
quinta-feira, 3 de agosto de 2023
quarta-feira, 2 de agosto de 2023
terça-feira, 1 de agosto de 2023
MACHADO
A linguagem figurada é extraordinária e maravilhosa.
Em Machado de Assis, nem se fala. Ele consegue deslizar bem com as palavras.
A prosopopeia é o forte desse fluminense. Vemos isso em "Crônicas de Lélio":
Era a Reforma do Senado. Gorda, ombros largos, grandes bochechas, mal podia transpor a soleira fatal. Espremeu-se muito, e afinal entrou. Tão depressa entrou, como viera recebê-la os hóspedes. Um requerimentinho esgalgado, relativo a não sei que conta da câmara municipal, fez-lhe um discurso análogo ao ato.
O texto fala sobre a reforma do Senado, passando de meados do século XIX. O grande escritor consegue utilizar as palavras de uma maneira brilhante que não permite que todos consigam entender.
A linguagem figurada, além de bem elaborada, consegue elevar pessoas e também derrubar poderosos de seus tronos. Uma fina ironia é exemplo disso.
QUE PALAVRA!
Cafarnaum Lugar de tumulto e desordem. Confusão. (Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras)
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A expressão acima serve para ilustrar momentos em que as coisas vão arrochar, complicar-se, chegou a hora da onça beber água e outras expre...
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A história de Camonge que segue foi enviado pela leitora Alaine Vidal: Meu pai me contava, e conta até hoje, as histórias de Camonge que são...
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As aulas da restauração Aprendemos dos nossos pais desde crianças que o nosso mundo algum dia, de alguma maneira terá fim. Eles nos ensinara...