quarta-feira, 30 de agosto de 2023

LUA AZUL

O céu apresentará hoje à noite uma lua azul. 

Olharemos para o céu por um instante para limparmos a vista, pois aqui embaixo a coisa não está boa.

VINTE E OITO

Vinte e oito graus por aqui nesta manhã.

Bom que essa quentura passa. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA II

Questões resolvidas

Leia o trecho que segue: 

Nenhum dos atuais craques da seleção encantou ao debutar com a camisa amarela no continente que é berço do futebol. Pelé, que entreou aos 17 contra a então União Soviética na Copa de 58, só marcaria no segundo jogo do Mundial, diante do País de Gales. (Folha de São Paulo, 17/06/2005)

Transcreva do texto a expressão que foi empregada como metonímia com referência à seleção brasileira de futebol:

Resposta: Camisa amarela.

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil.

No trecho acima de “Cidade maravilhosa” há uma perífrase. Justifique sua resposta: 

Resposta: A cidade do Rio de Janeiro é conhecida por "Cidade maravilhosa". Perífrase é um termo que identifica um lugar, uma pessoa, etc. É como se fosse um apelido.

QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA

Questões resolvidas

Alô, liberdade

Alô, liberdade
Levanta, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade!
Ah, dona liberdade...
Vou ter que requentar o teu café (Chico Buarque)

Quais as prosopopeias encontradas no texto atribuídas à liberdade? 

Resposta: Ações cotidianas como levantar, lavar o rosto, ficar em pé e tomar café.

A conotação de uma palavra pode variar de indivíduo para indivíduo numa mesma comunidade, de acordo com as experiências pessoais de cada um:
(  x ) certo                         (   ) errado
Em textos jornalísticos e científicos predomina a:
(   ) conotação              (  x ) denotação
Em textos literários predomina a:
(  x ) conotação             (    ) denotação
Conotação permite mais de uma interpretação
(  x ) certo                      (    ) errado


PROVÉRBIO

Quem ama a gulodice não chega à velhice.

domingo, 27 de agosto de 2023

DOMINGO

VISTA

Vivemos uma temporada de operações das vistas das pessoas. Vista aqui refere-se, obviamente, aos olhos.

Sou do tempo em que só falávamos vista, e não olho.

Minha vista está embaçada, dizíamos.

É por causa dessa vista embaçada que muitos estão indo e vindo para Alexandria, em sua maioria, dia mais dia. Que bela rima!

Aos montes. Não às pampas. Somente o necessário.

MÚSICA CLÁSSICA

Convencionou-se chamar "música clássica" àquela tocada por Chopin, Strauss, Tchaikovski, Mozart, Bizet, Wagner, Grieg, Bach. 

E é um disco desses que ouço agora pela manhã, à moda antiga, num som dois em um.

Sei que na grande e maravilhosa rede encontrarei aos montes com apenas um click. Mas prefiro ouvi-las assim.

sábado, 26 de agosto de 2023

QUE PALAVRA!

Sineiro

De sino+eiro - Pessoa que cuida dos sinos, que toca os sinos. Fabricante de sinos. O lugar da torre onde se encontram os sinos. (Minidiconário da língua portuguesa Silveira Bueno com etimologia).

Em A Semana, compilação de crônicas de Machado de Assis publicadas em jornais da época, leio a história da morte do sineiro da Glória:

Entre tais e tão tristes casos da semana, como o terremoto de Venezuela, a queda do Banco Rural e a morte do sineiro da Glória, o que mais me comoveu  foi o do sineiro.

Conheci dous sineiros na minha infância, aliás três, - o Sineiro de S. Paulo, drama que se representava no teatro S. Pedro, - o sineiro da Notre Dame de Paris, aquele que fazia um só corpo, ele e o sino, e voavam juntos, em plena Idade Média, e um terceiro, que não digo, por ser caso particular. A este, quando tornei a vê-lo, era caduco. Ora, o da Glória, parece ter lançado a barra adiante de todos. [...]

O sineiro da Glória é que não era moço. Era um escravo, doado em 1853 àquela igreja, com a condição de a servir dous anos. Os dous anos acabaram em 1855, e o escravo ficou livre, mas continuou o ofício. Contem bem os anos, quarenta e cinco, quase meio século, durante os quais este homem governou uma torre. A torre era ele, dali regia a paróquia e contemplava o mundo. 

Em vão passava as gerações, ele não passava. Chamava-se João. Noivos casavam, ele replicava às bodas; crianças nasciam, ele repicava ao batizado; pais e mães morriam, ele dobrava aos funerais. Acompanhou a história da cidade. Veio a febre amarela, o cólera-mórbus, e João dobrando. Os partidos subiam ou caíam, João dobrava ou repicava, sem saber deles. Um dia começou a Guerra do Paraguai, e durou cinco anos; João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre das escravas, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a República, João repicou por ela, e repicaria pelo império, se o império tornasse. (Publicado em 4 de novembro de 1900)

A bela crônica de Machado de Assis prossegue. Pararei por aqui visto que há quase quatro páginas. O leitor poderá encontrar o texto completo na maravilhosa rede.

Nos tempos de Machado - Na época em que Machado de Assis escreveu a crônica algumas palavras da nossa língua era diferente, seja na forma como era escrita ou num acento gráfico. A palavra dois era dous; ele tinha acento e assim por diante.





sexta-feira, 25 de agosto de 2023

O MUNDO DE SOFIA

O Mundo de Sofia é o antídoto para quem não gosta de Filosofia.

O autor conta uma história que surpreende o leitor página a página.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

ORAÇÃO

Todas as orações, a depender do sentido da palavra, são importantes. Elas embelezam e/ou fortificam as vidas.

Se for uma frase, embeleza a escrita pela organização das palavras.

Se for um discurso, oh, como é prazeroso ouvir uma boa oração.

Se for uma prece, fortifica o orante e o faz feliz e leve, leve.


TENHO SAUDADE DAQUELE TEMPO

Ao penetrar os muitos anos, somos atacados de todos lados pela saudade.

A primeira que vem é do tempo de criança. Aquela mesma da poesia de Casimiro de Abreu:

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Em "Meus oito anos", o poeta sente saudade de muita coisa. Entre elas está a liberdade, as coisas naturais e a simplicidade:

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!







PROVÉRBIO

Quem abusa, mal usa.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

UMA NOVELA

Minha vida daria um romance. É o que dizem as pessoas quando começam a contar sua vida de sofrimento e aventuras. 

Minha vida já é uma novela. Dizem outros quando são convidadas a assistirem a uma novela ou contam trechos de uma novela. Novela aqui, no sentido que dão à telenovela.

Na verdade, há mais pessoas assistindo à novelas do que lendo.

Definir novela é tarefa complexa. Se considerarmos sua definição no presente, ela ficaria entre o conto e o romance em número de páginas. No passado, porém, Dom Quixote foge à regra, tendo em vista ser considerado uma novela, mas possuir mais de seiscentas páginas. 

PROVÉRBIO

Pão quente, muito na mão, pouco no ventre.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

FOLCLORE

No entorno da palavra folclore há provérbios, quadrinhas, versos os mais diversos, charadas e adivinhações.

Há também as figuras folclóricas, que são as que se destacam na sociedade com alguma exibição, como contação de piadas, trajes e enes exibições.

VAI TER SOL AMANHÃ

É a previsão para amanhã: muito sol e calor.

Muitos até se admiram e até não querem aceitar que nesses dias há tempos quentes e calorentos.

Os mesmos não atentam para o fato que não vai demorar a chegar os dias frios e chuvosos.

PROVÉRBIO

Quem quer viver muito, coma pouco; quem o contrário faz, é louco.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

TRÂNSITO

No trânsito quando envolve muitas pessoas e veículos é inevitavelmente perigoso.

Basta observarmos a origem da palavra trans, originada do latim: além de, através de.

Há atitudes no trânsito que leva as pessoas e veículos a irem além, mas sob medida e debaixo de regras rígidas e perfeitas.

Se alguém sair da linha, acontecerá algo desastroso.

PROVÉRBIO

Cuspir no fogo seca a saliva.

domingo, 20 de agosto de 2023

sábado, 19 de agosto de 2023

QUE PALAVRA!

Afurá

Bolo de arroz fermentado e moído na pedra. Serve-se com água açucarada, na qual se dissolve, formando uma bebida refrigerante, apreciada na África entre os nagôs e igualmente pela população da capital baiana, informa Jacques Raimundo (O Negro Brasileiro, 99). É uma espécie de acaçá. (Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo).

Nunca tomei um afurá. É muito provável que o leitor também não tenha tomado, e como eu, nunca tinha ouvido falar em tal bebida antes de hoje.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

RIMAS

Leitura, literatura, cultura.

Palavras que têm tudo a ver.

A cultura - quando estamos falando de intelectualidade - é alimentada pela leitura de bons livros.

Bons livros - ainda que haja subjetividade no sentido - refiro-me a livros com conteúdos sustentáveis, volumosos e com um bom vocabulário. Se for narrativo, que seja uma narração com suspense e uma mensagem positiva.

A boa literatura, a meu ver, é aquela que enriquece o leitor com um bom vocabulário e enche-lhe a mente de boas narrativas ou ideias.

PROVÉRBIO

 Boca sem dentes, só a da noite, fortes e parelhos sejam os da gente.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

INTERRUPÇÃO

Pela manhã de ontem, de oito e trinta às onze e trinta, o fornecimento de energia elétrica foi interrompida aqui em Upanema.

No país, em quase todos os Estados ocorreu o mesmo problema da falta de energia.

Agonia - A falta de energia proporcionou uma tremenda agonia em todo mundo, principalmente àqueles que dependem diretamente dessa grande força., ou seja, quase todo mundo.

Aparelhos - Os aparelhos telefônicos perderam quase totalmente o valor naquelas três horas, com exceção dos joguinhos offline. Muitos ficaram sem chão, quer por falta do acesso à internet, quer fazer um único telefonema.

Comércio - O comércio foi prejudicado, desde o vendedor de um picolé a um grande supermercado.

Nem o primeiro nem o último - O apagão de ontem não foi o primeiro nem será o último. Outrora já ocorreram apagões e apaguinhos. É só dar um google que veremos.

PROVÉRBIO

 Paciência é bom para a vista.

domingo, 13 de agosto de 2023

DOMINGO

UM ANTEPASSADO

O velhinho apeou, entregou o cavalo a um moleque, subiu os degraus do copiar, avizinhou-se do banco onde me distraía olhando, na preguiça e no calor, as cercas do curral, a serra distante, as árvores torradas, os xique-xiques e os mandacarus que manchavam de salpicos verdes a campina amarela.

– É você o meu bisneto?

Ergui-me, atentei no corpo musculoso e aprumado, na boca enérgica, no rosto liso e vermelho, rosto de criança.

– Talvez seja. Cheguei ontem e não conheço ninguém por estes arredores. Tenho um bisavô no outro lado do rio. Talvez seja o senhor. Não sei.

– Sou eu mesmo. Vim fazer-lhe uma visita.

– Ora essa! Não devia ter vindo.

Homem tão idoso, pegando noventa anos, deixar o travesseiro e os cochilos para visitar um descendente quase ignorado, que já ia perdendo o parentesco. Manifestei-lhe a surpresa com modos de gente da cidade:

– Sinto muito. Um incômodo. Ia apresentar-me ao senhor, hoje ou amanhã. Cheguei ontem.

Interrompeu-me, examinou sério, estirando o beiço, os meus reduzidos muques, o peito cavado, os ombros que se encolhiam:

– Doente?

Balancei a cabeça, esmorecido, bambo. E, num gesto vago, mostrando o organismo chinfrim:

– Um bando de cacos.

– É o que se ganha na rua.

Bateu à porta, chamou, entrou pisando com força, as rosetas das esporas tinindo, foi abençoar a filha e os netos – minha avó e meus tios. Cumprida a obrigação, voltou ao copiar. E, enquanto lhe preparavam o café, levei-o ao quarto que me haviam dado, o melhor de todos, com reboco, junto ao quintalzinho onde recendiam craveiros e panelas de losna. Ofereci-lhe a cadeira única, sentei-me na rede, procurei nas teias de aranha, no pátio branco varrido pelos redemoinhos, no chiqueiro das cabras, nos xique-xiques e nos mandacarus objeto que pudesse interessá-lo. As aranhas, as cabras, os espinhos, o calor e a poeira nada me sugeriam. Contrafeito, remexi o interior, em vão. Nenhum assunto por dentro, nenhum assunto por fora.

Mas o constrangimento durou pouco. O ancião dirigiu a conversa, loquaz, amaciando a palavra rude, Era um vivente alegre, simpático, sem tremura e sem calvície. As mãos calejadas agitavam-se firmes, tencionavam amparar-me a fraqueza e a doença; uma admirável cabeleira de teatro enfeitava aquela estranha velhice, pura, limpa, isenta de pigarro, de bronquite; o riso franco exibia dentes claros, perfeitos, capazes de trincar os ossos.

Começou esquadrinhando os livros que se arrumavam em cima dum caixão. Abriu um volume.

– O senhor lê sem óculos?

– Naturalmente, nunca precisei disso.

Encostou a página de letra miúda aos olhos muito azuis, afastou-a, aproximou-a:

– Quelques? Que diabo é quelques?

Pronunciava cuelques. Soltou a brochura:

– Bem. Deve ser língua de gringo. Não entendo.

– Melhor. Se entendesse, não tinha tão boa vista. A leitura arrasa uma pessoa.

– Talvez arrase. Para que tanto papel? Enfim. Não sei não, os tempos estão mudados.

Não aprovou nem desaprovou a literatura exposta no caixão e na mesinha, estreita e coxa, prosa mais abundante que a que havia absorvido em quase um século.

Pôs-se a falar sobre D. Pedro II e a família imperial, como se se referisse a criaturas embarcadas para o estrangeiro na véspera. Conhecia poucos fatos, obtidos por via oral, mas estavam bem guardados.

– Que memória!

– Não é vantagem. Queria que eu andasse com besteiras, tresvariando? Sua bisavó morreu na caduquice. Miolo fraco. E ainda estava bem moça, a pobre. E calete. Pois, como ia explicando, a princesa Isabel agarrou o conselheiro e disse assim…

– Parece que o senhor foi testemunha.

– Foi o que se deu. Todo mundo sabe.

Com certeza o homem se lembrava de casos antigos e esquecia os acontecimentos novos. Engano. Experimentei-o e notei que o espírito de antepassado funcionava direito, sem falhas. Realmente o vocabulário dele tinha algumas centenas de palavras. O meu ia muito além, mas a significação dum desses instrumentos fugia às vezes e era-me indispensável consultar o dicionário. Se eu possuísse cabeça igual àquela, o meu trabalho seria fácil. Lamentava-me em silêncio – e o velho discorria sobre os negócios da fazenda. Interrompeu-se, observou as barrocas do chão e as paredes negras:

– Você aqui está mal acomodado. Vá lá para casa.

– Impossível. Não faço uma desconsideração a minha avó. Estou bem.

– Vá passar alguns dias comigo.

– Perfeitamente.

Desejava apresentar-me a mulher e o filho.

– Que idade tem ela?

– Vinte e cinco anos, coitada. Vive cheia de macacoas e não há remédio que sirva. O pequeno tem seis incompletos.

– Ora vejam que fim de mundo! Exclamei. Fiz dezoito anos e tenho um tio-avô com menos de seis. Incrível.

– É o último, afirmou o patriarca. A mulher, achacada, entregou os pontos, e daqui em diante não produz.

Graciliano Ramos

(Do livro "Viventes das Alagoas", Livraria Martins Editora, São Paulo, 1962, p. 77-81, )

COPIAR E ALPENDRE

No texto de Graciliano Ramos aparece bem no começo a palavra copiar. Ela faz parte das palavras esquecidas da língua. A geração dos vinte anos não tem a menor ideia do que significa. O que pode vir à cabeça se for indagado sobre seu significado, o máximo que pode responder é que é um verbo. Copiar e colar virá logo à mente.

O velhinho subiu os degraus do alpendre.

PAIS HERÓIS

Carregam para sempre o peso - às vezes leve, às vezes pesado.

Pesa porque judou a botar no mundo seres dotados de inteligência. São heróis sem fazer muito esforço.


sábado, 12 de agosto de 2023

QUE PALAVRA!

Capsilone

Pequeno objeto colocado em camas de bicicleta, moto ou carro com o objetivo de proteger e ajudar a impedir que o ar saia.

É uma palavra que não aparece nos dicionários tradicionais.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

ESTUDANTES

Ontem a Escola Estadual José Calazans Freire comemorou o dia do estudante. A programação foi pela manhã e tarde no teatro municipal.

A Escola Alfredo Simonetti promoveu hoje um passeio ciclístico pela manhã pelas ruas da cidade.

A Maria Gorete teve uma programação durante a semana com desafios de tabuadas e et cetera.

PROVÉRBIO

Loucura é mal sem cura.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

TARDES

As tardes quentes arrancam suspiros e gemidos de muitas pessoas que não se acostumam com os calores do Nordeste:

Ah, se chovesse hoje! Não aguento mais esse calor!

PROVÉRBIO

Já dizia minha avó: os erros do médico a terra os cobre.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

PRÉ-CANDIDUS

Ou ditos candidus

São poucos os que se apresentaram até agora como os ditos pré-candidus.

LEITURAS

Um dos maiores clichês é dizer que ler é importante para a formação intelectual.

Há aquele também: ler é uma viagem.

Certo.

O errado é a maneira como muita gente procede.

O que leem?

Como viajam?

Que leituras leem?

PROVÉRBIO

O bom alimento dá entendimento.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

TABUADA

Até hoje, para fazer uma soma mental, preciso desbaratar os números em seus componentes mais fáceis, em especial o sete e o nove, cujas tabuadas jamais consegui decorar. 

O depoimento de Gabriel Garcia Márquez em "Viver para contar" é semelhante ao de muitas pessoas que têm dificuldades de aprender a tabuada, imagina outras complexidades.

Isso não é motivo para o uso da tabuada ser condenada pela pedagogia moderna. 

Como todo estudo deve ser feito de modo racional, a tabuada não é exceção. Decora-se e depois aprende- se. Sete vezes nove é sessenta e três. Logo, nove vezes sete também é sessenta e três. Se dividirmos sessenta e três por nove, dará sete. Se dividirmos sessenta e três por sete, dará nove.

PROVÉRBIO

Se me der carão, como com feijão.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

TUDO BEM

Tudo bem quando termina bem, diz a canção, um hit dos anos 80.

PROVÉRBIO

Jumento só dá coice nos próximos (Citado por Câmara Cascudo em "O tempo e eu". Provérbio dito pelo pai do autor norte-rio-grandense).

domingo, 6 de agosto de 2023

DOMINGO

CAMINHOS DA LEITURA

Como e em quê ler não tem segredo algum. A melhor forma é aquela que conhecemos desde a mais tenra idade.

Se for um livro, deverá ser em papel. Inventaram, é certo, até a sublinhagem de texto, mas fica meio insosso. não fica?

FRIO DE AGOSTO

Já não se fala tanto em desgosto em agosto, numa rima perfeita, mas sem sentido algum no que se refere ao binômio agosto/desgosto. Fala-se muito em frios de agosto. Junho, julho e agosto são meses que oferecem um friozinho bom de doer pela manhã, mesmos que esquente pra valer quando o sol se levanta no horizonte.

ESCORPIÕES, COBRAS E CACHORRO LOUCO

Em agosto também também aparecem mais escorpiões, cobras e cachorros loucos. Digo o que vejo e ouço.

O cachorro louco é mencionado por Antônio Marcos em sua música "Vai, meu irmão". 

Passa julho, vem agosto
Cheio de cachorro louco.

O QUE ESCREVEU CÂMARA CASCUDO SOBRE AGOSTO

Nos países latinos é o mês das desgraças e das infelicidades. Agosto, desgosto. Pereira da Costa (Folclore Pernambucano, 116): "Agosto é um mês aziago, é um mês de desgostos; e é de mau agouro para casamentos, mudanças de casas e empreendimento de qualquer negócio de importância". Rafael Jijena Sánchez anota, nas tradições orais argentinas: "No lavarse la cabeza en el mes de agosto porque se llama a la muerte".

sábado, 5 de agosto de 2023

QUE PALAVRA!

Baticum

Ruído de sapateados e palmas, como nos batuques.. Por extensão, sucessão de marteladas. Pulsação forte do coração e das artérias. Barulho provocado pela queda de um corpo pesado na água. discussão acalorada; altercação. Falatório, falario. (Aurélio).

A pulsação do coração ocorre quando somos tomados por forte emoções. 

Em "Bate coração", música interpretada por Elba Ramalho, fala desse momento do baticum do coração. Há um diálogo do eu lírico com o coração maltratado e sem direitos. É um belo exemplo de prosopopeia:

Bate, bate, bate coração
Dentro desse velho peito
Você já está acostumado
A ser maltratado, a não ter direitos.

Bate, bate, bate coração
Não ligue, deixe quem quiser falar
Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar.

Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar.

Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate coração
Que eu morro de amor com muito prazer.

As águas só desaguam para o mar
Meus olhos vivem cheios d'água
Chorando, molhando meu rosto
De tanto desgosto me causando mágoas

Mas meu coração só tem amor
Amor de vera mesmo, pra valer
Por isso a gente pena sofre e chora coração
E morre todo dia sem saber.

Por isso a gente pena sofre e chora coração
E morre todo dia sem saber.

Na literatura o baticum também é citado. O cenário narrado e descrito  abaixo  por Josué Montelo em seu "Os tambores de São Luís" faz referência à vida do personagem Damião.

Embora só houvesse no céu uma fatia de lua nova, por cima da igreja de São Pantaleão, uma tênue claridade violácea descia sobre a cidade adormecida, com a multidão de estrelas que faiscavam na noite de estio. Em cada esquina, a sentinela de um lampião, com seu bico de gás chiante. todas as casas fechadas. Perto, para os lados da Rua da Inveja, o apressado rolar de um carro, com o ruído do cavalo a galope nas pedras do calçamento. E sempre o baticum dos tambores, ora fugindo, ora voltando, sem perder a cadência frenética, muito mais ligeira que o retinir das ferraduras.




terça-feira, 1 de agosto de 2023

MACHADO

A linguagem figurada é extraordinária e maravilhosa. 

Em Machado de Assis, nem se fala. Ele consegue deslizar bem com as palavras.

A prosopopeia é o forte desse fluminense. Vemos isso em "Crônicas de Lélio":

Era a Reforma do Senado. Gorda, ombros largos, grandes bochechas, mal podia transpor a soleira fatal. Espremeu-se muito, e afinal entrou. Tão depressa entrou, como viera recebê-la os hóspedes. Um requerimentinho esgalgado, relativo a não sei que conta da câmara municipal, fez-lhe um discurso análogo ao ato. 

O texto fala sobre a reforma do Senado, passando de meados do século XIX. O grande escritor consegue utilizar as palavras de uma maneira brilhante que não permite que todos consigam entender. 

A linguagem figurada, além de bem elaborada, consegue elevar pessoas e também derrubar poderosos de seus tronos. Uma fina ironia é exemplo disso.

QUE PALAVRA!

Cafarnaum Lugar de tumulto e desordem. Confusão. (Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras)