sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Passarinho que se debruça, o voo já está pronto.

O BOBO E O MALA

Conto

Largou sua carreira brilhante de uma bela profissão que lhe rendia prazer e dinheiro ao mesmo tempo. aos poucos, foi instigando pelos mais próximos para que ele mudasse a rota e se filiasse àquela empreitada.

Foi saindo sem que percebesse o que estava ocorrendo de verdade. Estava enredado numa grande rede de fios grossos. Quando deu por si, já não podia sair.

O que faria ele, então, na sua nova missão? Estar à frente, mas não efetivamente? Isso mesmo. Faria papel de bobo, enquanto o mala, maleava-lhe e o colocava na mais fervente fogueira.

Agora, que fará? Desistir, não pode nem deve! Esperará pelo milagreiro, que é o tempo. Este colocará todas as coisas no seu devido lugar.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

LINGUAGEM

Contra o internetiquês - Depois de ouvir os dois lados - os que defendem o uso das abreviações das palavras e os que são contra - fico com a segunda alternativa.

Reparem bem - Aqueles que defendem o uso das abreviações das palavras para facilitar o bate-papo, observem se escrever aki naum vai ajudar em alguma coisa. A variedade do uso do porque é substituído por pq. Quando será que o usuário da língua vai aprender a usá-lo, já que seu uso não é fácil assimilá-lo?

Não é mais barato escrever aqui não e porque nas suas múltiplas formas?




TARDE

 A tarde de hoje está marcada por neblinas. Tempo bom.

PROVÉRBIO

Passarinho cai de voar,  mas bate suas asinhas no chão.

UMA MALA

Não havia presentes lá. Não havia joias, dinheiro, roupas, papeis, remédios. 

Havia muito tempo que os herdeiros tencionavam abrir aquela mala misteriosa para ver o que tinha dentro. Depois do corre-corre da despedida definitiva, chegou o tempo de vencerem a curiosidade.

Sua mala era objeto de segredo para todos. Todos mesmo. A cidade inteira sabia de sua existência por causa de um vazamento de alguém de dentro de casa ou de alguma pessoa que andava por lá com frequência. Era um fato-furado e bem furado.

O que tinha dentro daquela pesada mala? A curiosidade era aguçada por quem quer que soubesse do mistério.

Um dia viriam a saber. Ah! Isso viriam!

Chegou o dia da abertura. Todos de casa e os mais íntimos da família ficaram de olho. Abriram.

Havia uma bela coleção de pedras não preciosas. Isso. Pedras comuns, adquiridas nos riachos e à beira das estradas. O fato de não serem preciosas não significa que eram feias e sem valor. Não havia preciosidade no sentido em que entendemos. Não tinha valor pecuniário, mas o de um alguém que cultiva um hobby. Havia uma preciosidade de colecionador. A variedade de pedras em tamanho, formas e cores era imensa. Para ele isso bastava.


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O QUE TODO MUNDO SABE

Chavão

Aquilo que todo mundo sabe e repete automaticamente denominamos chavão. Outros preferem dizer clichê. Ainda outros dizem lugar-comum.

Embalado nos chavões, aí vai o de hoje:

O computador mais importante e eficiente é o cérebro humano.

Peninha que nem sempre sabemos usá-lo adequadamente.


PROVÉRBIO

Parentes são os dentes, que mastigam para a gente.

REGRESSO

Ele virá. Em dia não marcado nem  programado, virá. Virá para que reconheçamos que sua presença é muito bom e importante entre nós.

Por todo o tempo que esteve ausente, muito se falava sobre seu valor. Ele é motor de progresso. Muda o cenário e os ares da cidade. Esfria o tempo. Ele já está se achegando aos poucos. Acolhamos já.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

PREVISÃO

A previsão é de chuvas  na região Nordeste durante o dia de hoje.

Aqui não parece ser diferente.

CHUVAS

De ontem, desde a entrada da noite até a manhã de hoje, tivemos uma chuva de 19mm.

RENOVAÇÃO

Hoje é dia de renovação de matrículas na rede estadual no colégio Calazans Freire.

Já no Alfredo, somente no dia 5 de janeiro.

PROVÉRBIO

 Parentes são os dentes.

UMA VIDA MAIS BELA

Como nem todo mundo pensa igual nem é igual em nada, o período chuvoso que vulgarmente chamamos de inverno é muito bom para uma esmagadora quantidade de pessoas.

Poderíamos fazer uma lista dos prós e contras. Mas é perfeitamente dispensável. Todo mundo sabe que no período de chuvas economizamos muita coisa - água e energia, por exemplo, mas gastaremos com remédios.

O bom mesmo do período é o tempo. Para quem gosta, claro. Para quem não aprecia frios - mesmo que reclame do aquecimento em épocas quentes - as chuvas só perturbam.

A vida fica mais bela, agradável e fria. Quanto aos mosquitos, inseticidas e xô para eles!

domingo, 26 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

CHUVA  - Chuva boa e rápida há pouco.

MATRÍCULAS NO ALFREDO SIMONETTI

Renovação: de 5 a 7 de janeiro. 
De 7:30h às 11h. - turmas do 1° ao 5° ano.
De 13h às 17h - turmas de 6° ao 9° ano.
Novatos: A partir de 31 de janeiro
Através da internet: sigeduc.rn.gov.br
Matrículas de alunos novatos somente pela internet
(Informações da direção da Escola Estadual Prof. Alfredo Simonetti)

NUBLADO - O dia amanhece nublado e permanece durante toda a manhã.

HUMOR 

-Pai, todos os contos de fadas começam com "era uma vez"?
- Não. Muitos começam com as palavras: "Se eleito, eu prometo."

sábado, 25 de dezembro de 2021

MATRÍCULAS DE 2022

Colégio Calazans Freire

Renovação de matrículas: 27/12/a 14/01

Matrícula para novatos: 31/01 a 02/02

Horário de atendimento: 7:30 a 11:30.

POESIA

Jul sempre ia na mesma direção
Pouco a pouco na luta
Em busca de seu futuro
Vivia constantemente em ação.

Do trabalho vivia
Do estudo não se apartava
No lar, devoção
Como outras Marias.

Neta e filha de Maria
Não desgarrava do saber
Esperava como quem planta
A hora certa de chover.

E o dia veio
E choveu em sua roça
Duas chuvas de uma vez
É verdade, não é troça.





PROVÉRBIO

 Para um trabalho que se quer, sempre a ferramenta se tem.

QUE PALAVRA!

Cediço - Sabido de todos (Aurélio).

O que aconteceu aos nossos compatriotas é cediço.

Na gramática, cediço funciona como adjetivo. Soa como estranho o uso desse adjetivo. É estranho, mas é legítimo. Estranho é por que é pouco usado pelos falantes do vernáculo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

BILHETE DE PAPAI NOEL

Se Papai Noel existisse, ele não chegaria a escrever uma carta. Bastaria um bilhete nos seguintes termos:

Parem de usar meu nome, principalmente para fins comerciais.

PROVÉRBIO

Para se encontrar o diabo não carece pressa (São Paulo).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

DESAPARECIDOS

Quase desaparecidos os que fazem para os outros algo de bom, sem que haja um interesse, seja ele qual for. Um interesse escondido no mais escondido dos esconderijos da alma.

Extintos, não, mas em extinção os que fazem com uma mão sem que a outra veja.

GRAFIA ORTO

A grafia certa - orto - embeleza o texto. 

Imaginem aí uma meza farta, com cafe, pao, assuca, quego, ovoz, fruitas, verdurras. Tudo isso num café da manhã. 

Às vezes é num cafe dá manha.

Tem como a gente comer isso?

PROVÉRBIO

 Para quem não sabe ler, um pingo é letra.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Para quem está perdido, todo mato é caminho.

GRITO DE DOR

Geme e não pode gritar
Suas palavras entaladas
São aos pouco moderadas
E não podem se espalhar.

Vive soturno a um canto
De vida tem vida pouca
Mexe muito, anda muito
Mas pouco há um encanto.

Sentado num caminho
Pede carona pra longe
Espera a todo instante
Um agasalho em bom ninho.



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

LEITURA

Ler o mundo não é fácil. Muito mais difícil do que a leitura das palavras, frases, textos, livros. Aqui, há vários sotaques, mas a decodificação é a mesma para todos os leitores. 

Na leitura do mundo, cada um quer ler de um jeito e com razões e objetivos diferentes. O mundo é um livro vasto, complexo e intrigante. 

Para ler o mundo não necessita de ir à escola. 

PROVÉRBIO

Para ódio e amor que dói, amanhã não é consolo.

SODORA

Há gente assim

Há gente que é como sodora: não dá sombra nem escora.

TENHE

Apesar de não existir no léxico da língua portuguesa, a palavra tenhe é escrita, trocada pela terceira pessoa do singular do verbo ter, no presente do indicativo.

Tenhe é escrita por muitas pessoas que frequentam a escola. E o mais complicado é sabermos a raiz do problema, ou seja: sabermos quem primeiro ensinou aos alunos isso.

Eu tenho
Tu tens
Ele tenhe

domingo, 19 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

VOLTA DO LATIM

Persona tragica - A máscara de teatro

Do latim ao português - Diz-se "casos" em latim para definir a função sintática do nosso português. São seis os casos:
Nominativo: sujeito ou predicado
Genitivo: adjunto ou complemento, geralmente regido de preposição
Dativo: objeto indireto de um verbo
Acusativo: objeto direto de um verbo
Vocativo: chamamento. Há o vocativo também em português
Ablativo: adjunto adverbial.

Nominativo - Persona tragica - a máscara do teatro
Genitivo - Personae tragicae  - da máscara de teatro
Dativo - Personae tragicae - à máscara de teatro
Acusativo - Personam tragicam - a máscara de teatro
Vocativo - Persona tragica - ó máscara de teatro
Ablativo - Persona tragica - com a máscara de teatro.

Juiz de Paz  (Carlos Drummond de Andrade)

O juiz de paz chegou cedo ao cartório. Era dia de muito casamento - o santo da folhinha ajudava. Aquele cartório! Feio, desarrumado como todos os cartórios. E por que se casam tantas pessoas no Brasil? Por que estão sempre fazendo a mesma besteira? Não aprendem?
O oficial-maior apareceu vinte minutos depois, para desagrado do juiz de paz. Quando o magistrado chega - mesmo sendo juiz de paz, a majestade é uma só - o cartório deve estar preparado como um templo, os acólitos em seus lugares. Mas o oficial-maior é mulher, e mulher não tem jeito não.
- Quantos, hoje?
- Dezessete.
Barbaridade. Trinta e quatro noivos, suas famílias e testemunhas espremendo-se na salinha e nos corredores, fazendo barulho de motor. O juiz de paz não pensou na renda, pensou na amolação.
- Silêncio!
A energia da voz e da campainha fez estremecer os nubentes. Moças nervosas ficaram com medo - de quê? É tudo tão inseguro hoje em dia, nunca se sabe se haverá mesmo casamento ou se, à última hora...
Chamado o primeiro par, rapaz e moça aproximam-se um tanto estúpidos, como acontece nessas ocasiões, e sentam-se. O oficial-maior anota nomes e endereços das testemunhas. O juiz manda que todos se levantem e é obedecido, menos pelo oficial-maior.
- A senhora não vai se levantar?
- Não.
- Como juiz, ordeno ao Sr. oficial-maior que se levante e proceda à leitura do termo.
- Vou ler sentada.
- Não ouviu minha ordem?
- Não recebo ordens do senhor.
- De quem recebe, então?
- Do Dr. corregedor da justiça. 
- Pois então não há casamento.
Os noivos entreolharam-se, estupefatos. a noiva, lacrimejante.
- Não faz assim com a gente, seu juiz!
- Sinto muito, mas todos os casamentos estão suspensos.
Um rumor de onda batendo na praia acolhe a declaração. O oficial-maior continua sentado(a). Interessados apelam. 
- Por que a senhora não se levanta? Que que custa!
- Já fiquei sentada muitas vezes, hoje é que ele implicou. Não pode fazer isso. 
- Não impliquei nada. É da lei. 
- Implicou. Vive implicando comigo. Sou uma pobre moça solteira, mas não admito ser humilhada.
O corregedor, procurado pelo telefone, não foi encontrado. O juiz de direito da vara de família atendeu depois de muito número discado, e respondeu que só resolvia consulta por escrito.
O juiz de paz estava sem cabeça para redigir. O oficial-maior, passado o instante de bravura, chorava baixinho. Três partidos se haviam formado. Não se humilha uma mulher. A um juiz não se desacata. Ela devia ceder. Ele é que devia. Que é que a gente tem com isso?
- Se quiser, eu mesmo redijo para o senhor. 
Era o oficial-maior, oferecendo colaboração ao juiz de paz. 
Ele pensou que fosse ironia, mas o tom era sincero. Começaram a elaborar a consulta. Ela achava as palavras por ele. E foi escrevendo por conta própria: a serventuária rebelde tinha 20 anos de serviço, estava cansada, reumática. Enquanto podia levantar-se, não deixou de fazê-lo. Agora, era um sacrifício. Ele olhava-a escrever e tinha uma ruga na testa.
Pode parar. Não vou fazer consulta nenhuma.
Ela encarou-o. 
- Reconheço que tenho andado nervoso, essa dor de cabeça constante. Vou ao médico. Tenho sido um juiz de paz ranheta. Me perdoe. Também essa vida que eu levo, tão sozinho...
O oficial-maior retirou o papel da máquina. Os dois voltaram a seus postos, e os noivos foram chegando e casando. Só um havia desistido - Deus sabe por quê. Durante o quinto casamento, o oficial-maior fez menção de levantar-se, como quem diz: agora chega; mas o juiz, com um gesto, aconselhou-a a ficar como estava. Três meses depois, o juiz de paz estava casado com o oficial-maior. (Reinaldo Mathias Ferreira)

HUMOR

Um rapaz de poucas posses se apaixona por uma garota cuja família é muito rica. Ao saber que o pai dela só aceitaria um genro rico, pede a um amigo que vá com ele à casa da garota e aumente tudo o que ele disser. 
Quando o velho pergunta ao rapaz o que ele tem para oferecer à sua filha, ele humildemente responde: 
- Bem, eu tenho uma casinha.
O amigo tenta ajudar:
- Casinha?! Uma fazenda! É preciso um dia inteiro para percorrê-la de carro.
Nesse ínterim, o rapaz começa a tossir e o velho então comenta:
- É, você não parece nada bem. 
- Que nada! Isso é apenas uma tossezinha.
E o amigo:
- Tossezinha?! Que nada! Tuberculose! (Seleção de Seleções)

COSTUME ANTIGO - Professor chega na sala, alunos se levantam.

GERAÇÃO MODERNA  - Assistir e ler

A geração atual é mais habilitada no ato de assistir e não de ler. Tem a seu dispor e favor uma infinidade de opções que as gerações passadas não dispunham. Havia televisão, mas não chegava em todas as casas. O que restava como bom passatempo era a leitura. Leitura era de jornal e revista. Depois, o livro - didático ou paradidático. Na verdade, eram os romances que davam suporte à uma boa leitura, principalmente os clássicos. Estes, como sempre, trazem uma boa prosa e uma linguagem escorreita.
O quadro que se vê hoje é uma geração que vê filmes e séries em abundância e lê pouco os clássicos.

sábado, 18 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Para o trabalho se chama duas ou três vezes; para comer, uma só.

QUE PALAVRA!

Cebola - Erva bulbosa liliácea, condimentosa, de cheiro e sabor acres. O bulbo dessa planta. Bulbo qualquer. (Aurélio)

Planta tuberosa, hortícula, cultivada para fins culinários. (Silveira Bueno, com etimologia).

Cebola! É uma expressão interjetiva quando alguém está revoltado com alguma coisa. Pode significar qualquer desabafo na hora da raiva. 

Isso é uma cebola!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

SABIÁ ALEGRE

Encontrei um Sabiá alegre e festivo. Cantava. E nem era por muita coisa, segundo o entendimento de alguns.

Por que cantava, então, o Sabiá?

Percebemos de cara que tinha caído uma rápida neblina. Uma daquelas que molha pouco o chão, mas deixa o cheiro suspenso no ar, depois de se enfiar nas nossas narinas. Uns tapam com as mãos. Já outros, com um dos braços ou - com está em voga - com máscara.

Os chuviscos deixaram poucas marcas, mas fizeram com que o Sabiá ficasse alegre e com os olhos fitos no céu, na expectativa de outras pancadas. 

Virão, com certeza certa, não tão, tão distante, no tempo e espaço. E, com certeza, o Sabiá voltará a cantar mais com força.

PROVÉRBIO

Para o filho, bom conselho, é o pai servir-lhe de espelho (Pernambuco).

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

BOA CHUVA

Se é verdade o que o vulgo diz acerca de calor e chuva, teremos uma das boas daqui para o início da noite.

SERENIDADE

Ao olharmos como cai o sereno na sua leveza, maneireza, aprendemos pelos menos duas lições fundamentais para a vida: a calma e falta de pressa, velha inimiga da perfeição.

PROVÉRBIO

 Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

PROVÉRBIO

Para encontrar o diabo, não precisa madrugar.

UM VELHO CONHECIDO

O meu maior conhecido faz coisas inimagináveis todos os dias. Surpreende no que faz no falar e no agir.

A cada dia quer inventar coisas novas. Rebolar-se. afinal, diz ele, tem que ser inventado algo para que a rotina não consuma de vez a vida.

Manter-se bem informado sobre aquilo que é essencial, pensa ele, é importante. Livrar-se das fofocas do dia a dia e investir naquelas que leva as pessoas pra frente é outra lição que ele diz constantemente. Livrar-se dos venenos lançados nas águas da vida é outra tarefa que ele tem ocupado grande parte do tempo.

A vida é osso, mas pode ser modelada com jeitinho.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

PRÓCLISE

É o nome que se dá à posição que o pronome oblíquo toma antes do verbo. Ex.: Tu te interessas.

O uso da próclise embeleza a língua. Até os menos letrados admiram-se quando alguém fala ou escreve nos trilhos da linguagem.

Eu me interesso
Tu te interessas
Ele se interessa
Nós nos interessamos
Vós vos interessais
Eles se interessam por esses assuntos.


NÃO!

Não! Não precisa estar assim, desse jeito, se pode estar e ser de outra maneira.

Sermão, dos grandes, é o que grita bem alto, em altos sons, a consciência dentro dos ouvidos da humanidade que corre rumo ao precipício, ao despenhadeiro da ignorância e do mal viver.

Em altos sons, não em deserto, mas dentro de cada um ser que habita o universo. É a lei que funciona em todos os quadrantes, em todas as nações, cantos e recantos da humanidade. Não escolhe pátria nem continente. Está escondida em cada um. Nem mesmo cada ser a vê. Mas ela grita em todos os momentos em que perdemos o rumo do bem fazer, do bem viver.

Sai daí e vem para o esconderijo, onde ninguém pode lançar suas setas envenenadas. Escuta e obedece à voz que clama e quer vê a todos no rumo certo.

PROVÉRBIO

Para burro velho, capim novo.

COM AS DUAS MÃOS

O café deve ser bebido com as duas mãos.

Foi o que disse um senhor acolá quando me viu com uma xícara de café na mão. Por que? Perguntei.

Depois de contar uma breve história, finalizou dizer:

Fulano de tal disse que café só presta se for acompanhado de algum alimento. Uma batata, ou qualquer alimento. Tem que ser com as duas mãos ocupadas Depois fechou a conversa.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

VENTOS

Ventos passaram por aqui fortes.

Em outros lugares, como nos Estados Unidos, temos notícias de tornados, uns ventos arrasadores que arrastam casas e tudo que vem pela frente.


PROVÉRBIO

Para amigo urso, abraço de tamanduá.

domingo, 12 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

CONTO DE DRUMMOND

Nascer

O filho já tinha nome, enxoval, brinquedo e destino traçado. Era João como o pai, e como aconselhavam a devoção e a pobreza. Enxoval e brinquedo de pobre, comprados com a antecedência que caracteriza, não os previdentes, mas os sonhadores. E destino, para não dizer profissão, ou melhor ofício, era o de pedreiro, curial ambição do pai, que, embora na casa dos 30, trabalhava ainda de servente.

Tudo isso o menino tinha, mas não havia nascido. Eles nascem antes, nascem no momento em que se anunciam, quando há realmente desejo de que venham ao mundo. O parto apenas dá forma a uma realidade que já funcionava. Para João mais velho, João mais moço era companhia tão patente quanto os colegas da obra, e muito mais ainda, pois quando se separavam ao toque da sineta, os colegas deixavam por assim dizer de existir, cada um se afundava em sua insignificância, ao passo que o menino ia escondido naquele trem do Realengo, e eram longas conversas entre João e João, e João miúdo adquiria ainda maior consistência ao chegarem em casa, quando a mãe, trazendo-o no ventre, contudo o esperava e recebia das mãos do pai, que de madrugada o levara para a obra.

Estas imaginações, ditas assim, parecem sutis; mas não havia sutileza alguma em João e sua mulher. Nem o casal percebia bem que o garoto rodava entre eles como ser vivo; pensavam simplesmente nele, muito, e confiados, e de tanto ser pensado, João existiu, sorriu, brincou na sensibilidade de ambos. Como alguém que, na esperança de um grande negócio, vai pedindo emprestado e gastando tranquilamente, João e a mulher sacavam as alegrias futuras. João sentia-se forte, responsável. Escolhera o sexo e a profissão do filho; a mulher escolhera a cor, um moreno claro, cabelo belo liso, olhos sinceros. Não havia nada de extraordinário no menino,  era apenas a soma dos dois passada a limpo, com capricho. (Transcrito por Maria Antonieta Antunes Cunha em Ler e redigir)

DO CALEPINO POTIGUAR 

Abacaxi - Tarefa difícil de resolver. Embrulhada. Dançador desajustado que pisa nos pés da dama. Coisa. ruim. 

HUMOR

O médico dá uma bronca no paciente:

- Não estou entendendo qual é a sua... Você vive pedindo remédio para dormir, mas não sai daquela boate perto da sua casa!

- O senhor não entendeu mesmo... Os remédios são para a minha mulher! (Seleções de Seleções - dezembro de 2004)


sábado, 11 de dezembro de 2021

QUE PALAVRA!

Enfraquecido - Aquele que perdeu a força. Fraco, debilitado. 

Já no bom upanemês, um enfraquecido é aquele que tem tuberculose, também chamada tísica ou peste branca. É uma doença infecciosa que pode atacar o homem e muitos animais, caracterizando-se pela formação de pequenos tubérculos nos tecidos, habitualmente nos pulmões, como consequência da reação do organismo a um micróbio (bacilo de Koch).

A literatura antiga pouca luz nos traz para o problema, não havendo qualquer referência bíblica segura à doença. Os papiros da antiga Grécia revelam, contudo, que a tuberculose era bastante conhecida ao tempo de Hipócrates (460-370 a. C.). Já naquela época recomendava-se aos doentes o recolhimento aos templos das montanhas, onde deviam permanecer em repouso e oração. (Enciclopédia Brasileira Globo, volume 11)

PROVÉRBIO

 Para agarrar um coxo, o melhor é vê-lo andar.

PENSO EM TI

Não há um dia sequer que eu não pense em ti.

Foi o que disse um aluno em fim de ano escolar. Pensar todos os dias no fim de um período, para descansar dos dias trabalhados ou estudados parece ser um exagero, mas dos jeito que as coisas estão, a escola tem sido um lugar, a cada dia, mais difícil de se aguentar.

Balela, acho. Constitui-se numa ilusão acreditar que a escola seja um lugar tão ruim. Ela é quase tudo na vida de um aluno. É passatempo, é lugar de socialização, de interação, de adquirir cultura. Principalmente a última coisa mencionada. Se o principal objetivo de se frequentar uma escola não for o saber, ela será chata em todos os segundos de permanência. E maior será a falta que fará quando ela não mais tiver grau a ser galgado. Então será uma mãe morta e só restarão as lamentações.

Pensar nas férias não faz mal, mas não pode ser objeto de fixação diária.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

NO TRÂNSITO

Ele sai logo de manhã, apressado. a maioria das vezes não dorme em casa. Onde será que ele passa as noites?

Sua rotina é mais ou menos assim: De manhã cedo chega e vai logo direto comer alguma coisa. Bebe água, raras vezes. Passa alguns instantes e volta de novo para comer. Seu novo colega que encontrou está ao seu calcanhar atrás de comida também. Passa alguns instantes ao redor da casa e volta para dormir um sono pesado, prolongado. O dia passa e ele dormindo. Algumas vezes vai embora e só volta de tardezinha. 

O que o difere dos outros é sua habilidade no trajeto da rua para casa. É hábil no andar e no atravessar as ruas. Atravessa em ziguezague num andar ou pular rápido. Quando presencia o perigo para, e espera que os automóveis passem para atravessar. Não anda na pista como as pessoas normalmente fazem. Não compreende que as calçadas foram feitas para andar pessoas, mas entende, lá do alto de seu instinto, que há perigo na pista. O barulho das motos e carros é ameaçador. Age rápido, afastando-se das pessoas e qualquer coisa que possa parecer perigo.

Assim vive ele. Corre para chegar em casa, pois é lá que encontrar refúgio. E não se esquece da atenção na rua. Entende que os perigos estão mais lá do que no refúgio da casa. Só sai de casa porque precisa ver gente, coisas e o outra maravilhas do mundo. Sabe de lições, como a do trânsito, que muita gente ainda não aprendeu.

PROVÉRBIO

Para a ciência da vida./Há dois compêndios soberanos,/Um trata de ilusões,/E outro de desenganos (Mogi das Cruzes).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS

Verbos ter e vir

Ele tem - Eles têm
Ele vem - Eles vêm

Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e seus compostos: reter, intervir, etc.

Já os verbos dar, ler, crer e ver e seus compostos perderam o acento no mais recente acordo ortográfico. 
O que era:

Eles crêem, passou para eles creem. O mesmo com os verbos dar, ler e ver.



ADIVINHADORAS DA CHUVA

As formigas são as melhores adivinhadoras de chuvas que conheço. 

Por mais que não acreditemos nisso, flagramos todos os anos formigas fazendo casas e num espalhar de areia no quintal ou mesmo dentro de casa

PROVÉRBIO

Papagaio velho não aprende a falar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

UMA PÁGINA DE SAUDADE

Há exatamente quarenta e oito anos chegávamos na cidade, vindos do campo ou sítio - como chamávamos a zona rural.

Muito pequeno ainda, nem me lembro do transporte que nos trouxe. Alguém me disse que era o jeep de Galdino Carlos, vice-prefeito na época.

Era uma Upanema duas vezes menor, acho. Em 1973 nossa cidade ia até onde hoje é o cemitério. Dali pra lá era só árvores. 

Tínhamos o Alfredo Simonetti, escola estadual, como a escola que iria nos receber no ano seguinte. 

Um centro da cidade com uma praça já envelhecida, mas muito conservada. Lâmpadas com globos e muitos bancos, não somente para as pessoas sentarem, mas para a meninada brincar de pula-pula e tica, com direito a um refúgio num lugar determinado. Não havia um sequer que não tivesse um catombo na canela, devido as quedas sobre as quinas dos bancos.

A TV na praça virada para os lados do mercado era o lazer das noites, fosse novela ou futebol. Não me recorda quem cuidava do ligar e desligar do aparelho. Sei que havia pequenas desavenças na escolha do canal, apesar de ter dois ou três.

Era um mundo de muitas dificuldades, como hoje têm, mas o enfoque para elas era bem diferente. Vivíamos em guerra para superar os problemas. O trabalho braçal, o acordar cedo, eram motes paralelos com o estudo, se era isso que a criança ou jovem almejava.

Hoje temos um mundo de cabeça para baixo e difícil de se desvirar. Fala-se pouco em trabalho e muito em políticas públicas. O motor não está funcionando bem e nem tem perspectivas de mudança.

A saudade é somente do tempo bom, mas de luta pela sobrevivência. Saudade das coisas bonitas, como a velha paisagem e das pessoas que encontrei e já se foram, como os vizinhos que vi crescer junto e de outros que já eram adultos e não mais estão aqui entre nós.

PROVÉRBIO

 Papagaio come milho, periquito leva fama.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

domingo, 5 de dezembro de 2021

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

CAUSO 2 

E dizem por aí que ali havia um tesouro, escondido na casa de um velhinho todo mequetrefe.
Uma vez por mês, o velhinho que estava nas últimas, se levantava na cama e ia receber a pensão.
Aproveitando a ausência, alguns ladrões, vindos de Montevidéu, invadiram a casa.
Os ladrões buscaram e buscaram o tesouro em cada canto. A única coisa que encontraram foi um baú de madeira, coberto de trapos, num canto do porão. O tremendo cadeado que o defendia, resistiu, invicto, ao ataque das gazuas.
E assim, levaram o baú. Quando finalmente conseguiram abri-lo, já longe dali, descobriram que o baú estava cheio de cartas. Eram as cartas de amor que o velhinho tinha recebido ao longo de sua longa vida.
Os ladrões iam queimar as cartas. Discutiram. Finalmente, decidiram devolvê-las. Uma por uma. Uma por semana.
Desde então, ao meio-dia de cada segunda-feira, o velhinho se sentava no alto da colina. E lá esperava que aparecesse o carteiro no caminho. 
Mal via o cavalo, gordo de alforges, entre as árvores, o velhinho desandava a correr. O carteiro, que já sabia, trazia sua carta nas mãos. 
E até São Pedro escutava as batidas daquele coração enlouquecido de alegria por receber palavras de mulher.  (O livro dos abraços, Eduardo Galeano)

QUEM SE LEMBRA?

Histórias de assombração

As histórias de assombração fazem parte do imaginário das pessoas mais antigas. Elas constituíam parte do divertimento das pessoas.

CHUVA - Foi de 5mm a precipitação pluviométrica de ontem pela tarde.

HUMOR - Eu arrumava minha filha de 5 anos para ir ao jardim de infância. Aquele seria o dia de tirarem fotos na escola, então sugeri que ela levasse a escova de cabelo. Como eu estava preocupada com uma infestação de piolhos, recomendei diversas vezes que não emprestasse a escova a ninguém. Expliquei a ela o motivo e todo o trabalho que teríamos. Ela entendeu e, no fim do dia voltou para casa radiante.
- Mamãe - disse, toda orgulhosa. - Não emprestei a escova. Eu mesma escovei os cabelos de todos! (Seleção de Seleções - maio de 2011)


sábado, 4 de dezembro de 2021

CHUVA

Como no período invernoso, bateu forte há pouco uma boa rápida chuva. Teremos registro amanhã.

QUE PALAVRA!

Celso
Excelso, sublime (Aurélio)

Elevado, alto, sublime, sublimado, excelso. Celso - personativo. (Diconário Escolar das dificuldades da Língua Portuguesa - Cândido Jucá Filho)

Filósofo grego de afinidades platônicas (séc. II). Combateu o cristianismo, principalmente através do argumento de que o Deus dos cristãos não é imutável, pois que toma iniciativas e decisões novas de acordo com as circunstâncias. Sua única obra Verdadeira Palavra, é mais conhecida por Discurso de Celso, tendo merecido a crítica de Orígenes no seu Contra Celsum, e a moderna restauração do original, feita pelo teólogo suíço Keim (1873)

Áulio Cornélio Celso - Autor romano (séc. I), célebre pela valiosa compilação de uma enciclopédia sobre agricultura, medicina, ciência militar, direito e filosofia, da qual restam apenas 8 livros sobre medicina.

Afonso Celso de Assis Figueiredo - Conde de Afonso Celso - Romancista e poeta brasileiro(1860-1038) Nasceu em Minas Gerais. Dotado de delicada e fina inspiração, estilo vibrante, foi uma das figuras mais simpáticas de nossas letras. Foi agraciado com o título de conde pelo sumo pontífice; era oficial da Legião de Honra da França e membro da Academia de Ciências de Lisboa. Sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupava ali a cadeira nº 36. Escreveu Prelúdios (1875); Poemetos (1880); Minha filha (1893); O imperador no exílio (1893); Por que me ufano do meu país (1901); Trovas de Espanha (1904); O Visconde de Ouro Preto (1935) etc. (Enciclopédia Brasileira globo, volume 5)

Públio Juvêncio Celso - Um dos eminentes juristas romanos (67-130), cujas obras estão totalmente perdidas. Conhece-se seu pensamento através da frequente citação de outros jurisconsultos. (Enciclopédia Brasileira globo, volume 3)

PROVÉRBIO

 Pão comprado não enche barriga (Gaúcho).

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

CHEIRO

Cheiro de chuva. Uma das coisas boas e grátis que temos em cada período invernoso.

PROVÉRBIO

Pangaré, pangarote, não tem marcha, é só trote.

FERIADO DA BANDEIRA MUNICIPAL

Consoante lei aprovada pela Câmara Municipal de Upanema, hoje é feriado da bandeira do município.

A BATALHA

Como se esquivam os mais necessitados! São esquivações das mais variadas.

As árvores, os pássaros, as pessoas principalmente. Principalmente as mais vulneráveis é que mais precisam de se esquivarem de seus algozes. 

Em cada esquina, palmo a palmo, estão seres na labuta em busca de devorar os menores, fazendo papeis de aproveitadores. São como gato e rato, presa e devorador. É batalha diária que só terá fim no último suspiro. 

A vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar
 (Gonçalves Dias)


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função fática 

É aquela que tem por objetivo iniciar, prolongar ou encerrar o contato com o receptor ou testá-lo.

Nos diálogos ocorrem a função fática, já que os dialogantes não param de indagar o outro para saber se ele está prestando atenção ou entendendo o que está sendo dito.

ÚLTIMA PÁGINA

Estamos na última página. Viramos há pouco tempo e não poderemos retornar à primeira. Impossível retornarmos à primeira. O máximo que poderemos fazer é relembrarmos o que foi visto. É fato que faremos isso quando chegamos à última. Todos os anos é costume passarmos revista de tudo que foi transcorrido ao longo da caminhada de um ano.

Concluída a última, inicia-se nova leitura até completar o ciclo. E assim transcorrem os anos e máquina do tempo não para. Não para não, não para!

PROVÉRBIO

 Panela sem feijão é como porteiro sem mourão (São Paulo).

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

A POERIA

A poeira nem baixou direito e já se comenta que ela vai subir de novo nas alturas e atingir muitas pessoas nas outras ondas.

Fiquemos atentos aos acontecimentos. Tudo será história daqui a alguns anos que será contada em livros ou por quem sobreviveu. 

De uma coisa temos certeza; não será contada ipsis litteris como ocorreu. Ou pelo menos aparecerão leitores ou ouvintes que discordarão do enredo da prosa.

PROVÉRBIO

 Panelas que muitos mexem ou ficam insossa ou salgada.

PROVÉRBIO

A parvos, aborrecem-lhes discretos.