Divulga a cultura e a linguagem da cidade, além de produção textual como contos, crônicas, poesias. Comento os fatos, conto histórias. Vez por outra posto notícias.
quinta-feira, 31 de março de 2022
OLHA O TREM
quarta-feira, 30 de março de 2022
terça-feira, 29 de março de 2022
QUARTO DIA
segunda-feira, 28 de março de 2022
INTERVALO
ENSOLARADO
domingo, 27 de março de 2022
ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO
Histórias da Velha Totonha - José Lins do Rêgo
A Velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada. Ela vivia de contar histórias de Trancoso. Pequenina e toda engelhada, tão leve que uma ventania poderia carregá-la, andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva das Mil e Uma Noites. Que talento ela possuía para contar as suas histórias, com um jeito admirável de falar em nome de todos os personagens! Sem nem um dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons às palavras.
As suas histórias para mim valiam tudo. Ela também sabia escolher o seu auditório. Não gostava de contar para o primo Silvino, porque ele se punha a tagarelar no meio das narrativas. Eu ficava calado, quieto, diante dela. Para este seu ouvinte a velha Totonha não conhecia cansaço. Repetia, contava mais uma, entrava por uma perna de pinto e saía por uma perna de pato, sempre com aquele seu sorriso de avó de gravura dos livros de história. E as suas lendas eram suas, ninguém sabia contar como ela. Havia uma nota pessoal nas modulações de sua voz e uma expressão de humanidade nos reis e nas rainhas dos seus contos. O seu Pequeno Polegar era diferente. A sua avó que engordava os meninos para comer era mais cruel que a das histórias que outros contavam.
A Velha Totonha era uma grande artista para dramatizar. Ela subia e descia ao sublime sem forçar as situações, como a coisa mais natural deste mundo. Tinha uma memória de prodígio. Recitava contos inteiros em versos, intercalando de vez em quando pedaços de prosa, como notas explicativas.
Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. E muito da vida, com as suas maldades e as suas grandezas, a gente encontrava naqueles heróis e naqueles intrigantes... (Do livro Menino de Engenho)
A VELHA TOTONHA - É símbolo de uma geração antiga em que contar histórias para os outros era passatempo. Vivendo num tempo em que não havia nenhuma diversão, contar histórias era a única coisa agradável para se fazer e divertimento na certa para os ouvintes.
IDEIAS DE PIERLUIGI - As armadilhas
Em primeiro lugar, lembre-se de que todos nós temos a tendência de nos dedicar mais àquilo de que mais gostamos e em que nos sentimos cada vez mais seguros.
No entanto, temos tendência a deixar de lado justamente aquilo em que temos mais dificuldade.
Consequentemente, se não tomarmos cuidado, teremos a tendência de nos tornar cada vez melhores naquilo em que já somos bons e cada vez piores naquilo em que já temos deficiências.
O dia em que você ouvir frases do tipo: eu não preciso saber matemática: eu sou da área de humanas!
Ou então: Odeio ler literatura, mas não me preocupo com isso, e nem preciso disso, afinal, sou de exatas!
Saiba que você está lidando com pobres coitados que caíram nessa armadilha. (Do livro "Aprendendo inteligência", do professor Pierluigi Piazzi)
RECORTE DE JORNAIS
Transposição - A Assembleia Legislativa não ficou alheia ao projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Ao contrário. Além de realizar um debate sobre o assunto, com a presença do ex-ministro Aluízio Alves, a Assembleia constituiu uma comissão de deputados que, juntamente com colegas de outras assembleias do Nordeste, discutiu a questão e levou ao conhecimento da população a necessidade de concretização do projeto. Foi, inclusive, solicitada uma audiência ao presidente Fernando Henrique Cardoso. (Resenha da Assembleia - Jornal Gazeta do Oeste, em 30 de setembro de 1998, quarta-feira)
ASSUNTO ANTIGO - A transposição das águas do rio São Francisco é debatida há milhares de quilômetros de anos. Quem conseguirá ver o término dessa história?
EDUCAÇÃO - Cada participante do sistema de ensino deve focar numa coisa: lutar por um ensino de qualidade. Ensino, entenda-se, é transmitir para os alunos aquilo que deu certo desde quando existe escola no mundo: conteúdos.
ORIGEM DAS PALAVRAS - Altar - Do latim altus, alto.
O termo vem de que a mesa sobre a qual se ofereciam os sacrifícios era colocada num lugar alto.
Dicionário da origem e da evolução das palavras, de Luiz A. P. Vitória)
A explicação sobre a origem da palavra altar atesta a necessidade de termos na escola noções básicas da mãe da nossa língua - o latim.
Considerando que a escola é lugar de aprendizagem da alta cultura, o latim nos ajuda a entendermos a nossa língua.
sábado, 26 de março de 2022
TROVÕES E RELÂMPAGOS
QUE PALAVRA!
CRÔNICA
PREVISÃO
sexta-feira, 25 de março de 2022
XIXIXI
quinta-feira, 24 de março de 2022
quarta-feira, 23 de março de 2022
NO DIA DA ÁGUA
terça-feira, 22 de março de 2022
MAIS UMA TARDE CHUVOSA
DESMASCARADOS
Num olhar rápido sobre a cidade, veremos que o uso da máscara está reduzido quase a zero.
O precioso objeto está, aos poucos, sendo descartado, não somente por força de decreto, mas por não ser mais tão necessário como dantes. Até mesmo em locais fechados, tirante os supermercados, farmácias, postos de saúde e escolas.
VENTO
segunda-feira, 21 de março de 2022
DIA SJ
domingo, 20 de março de 2022
ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO
sábado, 19 de março de 2022
QUE PALAVRA!
sexta-feira, 18 de março de 2022
quinta-feira, 17 de março de 2022
ADIVINHANDO CHUVA
quarta-feira, 16 de março de 2022
ZÉ GARCIA
terça-feira, 15 de março de 2022
NA BATALHA CONTRA O MAL
Novidade do decreto governamental sobre o enfrentamento ao coronavírus
Outra novidade do decreto é a previsão das ações governamentais a serem adotadas pelo Estado e recomendadas aos municípios, a exemplo da busca ativa da população não vacinada ou em desconformidade com o calendário de imunização; o início da campanha de vacinação da D4 para idosos; o estímulo, no âmbito da educação básica, para que pais e responsáveis vacinem as crianças e os adolescentes; o reforço às campanhas de divulgação da atual situação pandêmica.
Permanece em vigor a obrigatoriedade de comprovação do esquema vacinal em conformidade com o calendário de imunização, nos termos do Decreto Estadual nº 30.940, de 30 de setembro de 2021, bem como nos segmentos de alimentação, como em bares e restaurantes, bem como centros comerciais, galerias e shopping centers que utilizem sistema artificial de circulação de ar. Estão dispensados da exigência de comprovação do esquema vacinal tão somente os eventos e estabelecimentos em locais abertos, com ventilação natural e limitados a 100 pessoas.
O novo decreto passa a vigorar a partir de 15 de março de 2022 e terá vigência até o próximo dia 31 de março. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), além dos atos complementares ao novo Decreto, editará Portaria com o novo protocolo geral a ser observado pelas atividades socioeconômicas.
(Do jornal Defato.com de hoje)
USO DE MÁSCARAS
Uso de máscara em locais abertos deixa de ser obrigatório no Rio Grande do Norte
Do jornal Defato.com -hoje
Decreto tornando facultativo o uso da máscara em ambientes externos foi publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (15). O documento passa a valer a partir de hoje e tem vigência até o dia 31 deste mês.
O Governo do Estado edita decreto com novas medidas de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus no âmbito do Rio Grande do Norte, que foi publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (15).
As novas regras do Decreto N° 31.310 são baseadas na recomendação nº 35 do Comitê de Especialistas da SESAP/RN para o enfrentamento da pandemia. Neste sentido, o novo Decreto torna facultativo o uso de máscaras de proteção facial em ambientes abertos, permanecendo em vigor a obrigatoriedade em espaços fechados ou de grande aglomeração de pessoas, a exemplo de veículos de transporte de passageiros.
AS CHUVAS DE MARÇO
PROVÉRBIO
segunda-feira, 14 de março de 2022
domingo, 13 de março de 2022
ENTRETENDO -EDIÇÃO DE DOMINGO
sábado, 12 de março de 2022
MANHÃ NUBLADA
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
Uma pequena neblina ontem rendeu apenas dois milímetros.
Muito pouco, mas somada até agora no mês em curso já temos quarenta e oito milímetros.
QUE PALAVRA!
Censual
Do, ou relativo ao censo; censitário Aurélio)
Relativo ao recenseamento (Antenor Nascentes)
Não confundir com sensual.
sexta-feira, 11 de março de 2022
quinta-feira, 10 de março de 2022
CHUVAS DE MARÇO
quarta-feira, 9 de março de 2022
terça-feira, 8 de março de 2022
CRÔNICA
segunda-feira, 7 de março de 2022
TARDE E NOITE DE CHUVA
PARA UM BOM RETORNO ÀS AULAS
Se é verdade que o mais prejudicado é o aluno quando se trata de não ter aula por causa de pandemia, imprensado, greve e outras coisas, então é bom que os alunos procurem aproveitar o tempo em que estiver havendo aula, sem reclamar tanto do tempo em que está frequentando.
Por que devemos aproveitar o máximo o tempo escolar?
Porque ninguém sabe o que pode acontecer daqui pra frente. Os mais jovens não sabem que até por causa de chuvas em excesso pode o ano letivo ser interrompido por um tempo. Em 2009, passamos aproximadamente um mês sem ter aulas por causa das fortes chuvas e a consequente sangria da barragem de Umari.
A sangria da barragem de Umarí, localizada no município de Upanema, aumentou bastante depois das últimas chuvas caídas na região. A barragem, terceiro maior reservatório de água do Estado, está com 0,65 cm de lâmina d`água, sendo a maior de sua história e, causando estragos por onde passa. Com isso, a situação se agravou em algumas áreas próximas da margem do rio, que corta a cidade.
Nas primeiras horas de hoje, duas famílias tiveram que ser retiradas de suas casas devido à invasão das águas. Uma, foi transferida para casa de parentes, a outra está abrigada no colégio municipal Maria Gorete. No total, cerca de seis famílias já foram retiradas de seus lares em decorrência da enchente.
Outro problema causado pelas chuvas, é o isolamento das comunidades rurais. A única passagem molhada que dava acesso as comunidades localizadas a leste do município, está debaixo d`água. As aulas foram suspensas em virtude das estradas vicinais não apresentarem condições de tráfego. Ontem à noite, no caso mais grave, uma mulher em trabalho de parto teve que ser transferida para Açú, pois não conseguia chegar a sede do município upanemense. Toda a operação teve o apoio da Polícia Rodoviária Federal, que estava orientada pela Secretaria Municipal de Saúde, caso ocorressem problemas com os atoleiros da estrada de barro que liga os dois municípios. Pelas informações obtidas, mãe e filho passam bem. (Secretaria de Turismo e Comunicação de Upanema, em 27 de maio de 2009)
Bastou a nossa barragem sangrar para que as coisas por aqui ficassem preta.
A dica que dou a todos é que voltemos com vontade de estudar. "Tudo pode acontecer". É o que sempre diz um velho amigo setentão.
domingo, 6 de março de 2022
ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO
Madrugada no sertão (Visconde de Taunay)
Eis que, aos poucos, lá para as bandas do oriente, clareia um cantinho do céu. Branqueja, mais e mais, qual se, a subir da terra, fora lentamente desdobrando-se adelgaçado véu de gaza branca.
Passam-se largos minutos.
Depois, nesse fundo alvadio que se tinge de duvidoso rosicler, acende-se a medo uma riscazinha vermelha, que se alonga mais do que se alarga. Paralela a esta, rompe, dali a pouco, outra já mais extensa e afogueada, instantes após, terceira, essa então abraseada como linha de fogo.
São as barras do dia.
De novo sopra com vivacidade a brisa, que fora gradualmente morrendo; mas vem agora mais quente, com um hálito perfumado de brando calor.
Nessa hora de misterioso lusco-fusco é que se ouve, de quando em quando, um baque sonoro, acompanhado de estridente grita cromática. É o canto das anhumapocas, que, na margem dos rios ou à beira dos alagadiços, anuncia o alvorecer e acorda as aracuãs pousadas nos ribeirinhos. Ergue-se também o alarido mais forte dos quero-queros, cujos alvos bandos giram vertiginosamente sobre as águs correntes.
De manso, porém, se vai difundindo a claridade pelo firmamento além...
Na terra burburinha o ruído da vida. Doce orvalho banha as plantinhas dos vales, zumbe um mundo de insetos, e nos ramos dos arbustos a passarinhada miúda - coleiros, canários-da-terra, serra-serras, azulões, lavadeiras, pintassilgos, bicudos, tico-ticos e tiés - chilra baixinho, ainda tonta de sono e como a sonhar...
CHUVA DE ONTEM - 3mm. A primeira de março por aqui.
CHUVA EM 2022- Segundo o professor de Meteorologia e Climatologia da Universidade Federal Rural do semiárido, José Spínola Sobrinho, as precipitações de chuva para a nossa região geralmente ocorrem entre os meses de março e abril, e findando em maio.
QUEM PLANTA EM JANEIRO - E quem planta em janeiro, perde em fevereiro.
sábado, 5 de março de 2022
VOLTA DAS AULAS
QUE PALAVRAS!
REDE ESTADUAL ACEITA PROPOSTA DO GOVERNO E ENCERRA GREVE APÓS QUASE UM MÊS DE LUTA
Do site do Sinte
Terminou na tarde desta sexta-feira (04) a greve da Rede Estadual de ensino do Rio Grande do Norte. O movimento grevista acabou após os trabalhadores em educação, durante Assembleia conduzida pelo SINTE/RN, acatarem a última proposta apresentada pelo Governo do Estado para implementar o Piso Salarial 2022 (VEJA A PROPOSTA ABAIXO). Desta forma, o ano letivo vai começar na segunda-feira, 07 de março.
Iniciada em 15 de fevereiro, a greve tinha como objetivo principal arrancar do Estado a implementação dos 33,24%. Conseguiu, mas após quase um mês de paralisação, muita luta e várias audiências.
Confira abaixo a nova proposta apresentada ao SINTE durante audiência nesta sexta (04) e aceita pela categoria:
Para os/as professores/as que recebem abaixo do valor do Piso 2022 (R$3.845,63 – 40 horas; R$2.884,59 – 30 horas): reajuste escalonado de até 33,24%, retroativo a janeiro.
Para os/as demais educadores/as, que atualmente recebem valor acima do Piso, implantação de percentuais cumulativos, sendo: 15,03% em março; 6% em novembro; e 9,28% em dezembro.
Retroativo de 15,03%, relativo aos meses de janeiro e fevereiro, pago em 9 (nove) parcelas, de abril a dezembro de 2022.
Retroativo do percentual restante pago em 12 parcelas, ao longo de 2023, desde que o pagamento mensal do retroativo fique abaixo de 2,5% da receita corrente líquida do Estado. Caso o percentual ultrapasse os 2,5%, o retroativo será pago em até 18 parcelas, de janeiro de 2023 a junho de 2024.
O Governo levará o acordo ao Núcleo de Ações Coletivas (NAC) do Tribunal de Justiça do RN (TJRN).
Adicionalmente, o Governo afirma que encaminhará um projeto de Lei à Assembleia Legislativa para a implantação linear na carreira.
Presentes na audiência, além de dirigentes do SINTE/RN e assessoria do Sindicato, a Chefe do Executivo Estadual, governadora Fátima Bezerra; os/as Secretários/as de Educação, Planejamento, Administração e Gabinete Civil; o Controlador Geral; e o Procurador Geral do Estado.
Em um primeiro momento, o Governo propôs quitar o restante do percentual do retroativo em 24 meses. Esse prazo foi considerado muito longo pelos sindicalistas e, com isso, o SINTE buscou reduzir o tempo de quitação do retroativo. Incialmente, o governo argumentou que poderia rediscutir o retroativo conforme melhoria na arrecadação estadual. Mas, na sequência, a Governadora se reuniu com parte de sua equipe e retornou com a proposta de quitação do retroativo em até 18 meses.
sexta-feira, 4 de março de 2022
AULÃO GRATUITO
Cursinho Show
O "Cursinho Show" promove um aulão gratuito voltado para o ENEM e com vagas limitadas.
Será no dia 8 de março, terça-feira, no Calazans Freire.
Mais informações, falar com Waguinho.
AINDA PARADOS
quinta-feira, 3 de março de 2022
EM CINZAS
quarta-feira, 2 de março de 2022
BALANÇO DO MÊS
Sobre escola, chuva, folia sem folia, mundo...
Fevereiro é mês pequeno. E este ano é dos que faz parte do que é menor: 28 dias. Deu uma certa impressão que demorou muito.
Os acontecimentos bombaram na escola, com pouca chuva e, para acabar de completar, um princípio de guerra lá para as bandas de longe.
Escola parada é sinal de que o tempo não passa satisfatoriamente para os que nela frequentam. Faltou piso.
Depois daquela ritumba de janeiro, os números de fevereiro foram poucos. Até na folia: período de carnaval sem carnaval oficial patrocinado. Março chegou também sem novidades. Será outro mês de grande espera.
terça-feira, 1 de março de 2022
CONTO
Conto de carnaval*
Por Francisco Xavier Gondim
A cidade vivia um clima pré-carnavalesco. Onze da manhã da quinta-feira. Os meninos ligaram garantindo a vinda para uma das maiores festas que a cidade tem, ao lado da Festa do Esporte e Padroeira. Quando eles vinham, era sucesso garantido, pois sempre botávamos aquele "boneco" de arrepiar. Pra começar, quase que desmanchávamos o velho jipe do papai, pintando as laterais e a frente. Pintando, não, melando de tinta até mesmo o para-brisa. A festa estava garantida, sim.
Por que jipe e não o corsa que estava seminovo? Quem conhece jipe sabe que ele "aguenta o pancão". Sua atração nas quatro rodas não deixa ninguém na estrada: enfrenta e vence lama, areia, pedras, subida e os maiores empecilhos.
Depois de termos recebido a ligação, ficamos mais animados ainda pra pularmos o carnaval daquele ano. Tanto assim, é que decidimos começar a nossa festa logo naquela hora. Botamos gás no transporte e pulamos em cima dele, com a mesma roupa que estávamos. Não esperamos que a costureira aprontasse a roupa dos quatro dias.
Como morávamos perto uns dos outros, não foi difícil juntar todos num lugar só e principiarmos a festa antecipadamente. Fomos ao bar de Seu Manuel e pegamos umas vodkas, cervejas, gelo, refrigerantes. Na bodega de Dona Sinhá pegamos carne e alguns quitutes, além de fósforos, óleo, etc. É que decidirmos fazermos uma farrinha fora da cidade enquanto chegava a festa de momo.
E assim, partimos faltando dez para as duas.
Saímos em disparada em direção de um sítio da zona rural que tinha espaço amplo e distava uns três quilômetros. Ao chegarmos lá, já tínhamos consumido umas boas doses. A casa velha estava suja em razão de ser pouco visitada. Da turma, alguns fizeram uma pequena faxina. Outros continuaram tomando a cachacinha em pequenos goles. Outros preferiam ficar ouvindo o som velho do carro e dançar ao redor esquentando o clima de carnaval que só iria começar na cidade no dia seguinte. Preferi pegar gravetos e providenciar um fogo para assar a carne que serviria como tira-gosto.
Nossos vizinhos de sítio ficavam tão distantes que não escutavam nossa zuada. Melhor assim.
Na saída tínhamos decidido voltar antes da meia-noite daquela quinta e emendarmos na folia direto até a manhã da quarta-feira. Já chegava as nove e alguns pareciam baleados pela malvada. O pequeno açude servia de banho para aliviar os efeitos do álcool.
Lá pras dez e meia, perguntei à turma se queria ir embora.
- O clima está muito bom, disse um colega. Era mais de onze quando todos concordaram voltar pra cidade.
- Quem será o motorista? Gritou um.
- Eu, não!
- Também não!
- Também não!
- Eu estou bêbado, mas louco, não!
Apesar de ter tomado umas, chamei-os a razão o fato de estarmos movidos álcool. Mesmo assim, Leo atirou-se dentro do carro dizendo que o conduziria visto que estava em perfeitas condições de guiá-lo.
Como todos estavam incapacitados para dirigir, Leo foi aceito.
- Vamos, porque já são quase meia-noite.
Saímos gritando e o carro voou baixo. Na primeira curva senti que não ia dar certo.
Em poucos instantes, na segunda curva sobramos em cima de uns mofumbos de galhos grossos, descendo num barranco não muito fundo. O espatifado de gente foi pra todo lado. Caí de costas em cima de um colega. Só me lembro disso. Somente no hospital soube de detalhes: cinco foram levados pra cidade vizinha com braços ou pernas quebradas. Os demais curaram seus ferimentos na cidade mesmo.
E o velho jipe? Ah! Dele restaram muita coisa: as rodas, a direção, o esqueleto central e a lembrança.
A nós, a lição de nunca mais querermos combinar álcool, carnaval antecipado e direção de carro.
E os colegas que ligaram? Eles só chegaram à noite da sexta-feira quando já estávamos remoendo no juízo o grande arrependimento da mancada em que havíamos nos metido.
(*"O Conto de carnaval" foi primeiramente publicado no Jornal O Mossoroense e depois no Jornal de Upanema em 3 de março de 2004)
REGISTRO PLUVIOMÉTRICO DE FEVEREIRO
CRÔNICA
PROVÉRBIO
A malícia, quem a não faz, não a cuida.
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A expressão acima serve para ilustrar momentos em que as coisas vão arrochar, complicar-se, chegou a hora da onça beber água e outras expre...
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A história de Camonge que segue foi enviado pela leitora Alaine Vidal: Meu pai me contava, e conta até hoje, as histórias de Camonge que são...
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As aulas da restauração Aprendemos dos nossos pais desde crianças que o nosso mundo algum dia, de alguma maneira terá fim. Eles nos ensinara...