domingo, 20 de março de 2022

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

A estória das vitórias-régias (Maria Lúcia Franco da Rocha)

Quando sol acabava de dar a sua volta, e ia dormir, lá longe, atrás das montanhas, Pituanga, o gênio da noite, passeava pelo céu e contava as estrelas, para ver se estavam todas quietinhas, direitinhas, em seus lugares.

O céu era imenso, e cobria uma terra imensa e linda, onde povos morenos falavam linguagens doces e estranhas. Eram tupis, Gês, Aruaques e Caraíbas. Por isso, Pituanga deu às suas estrelas nomes doces, dessas línguas estranhas. A uma, azul, muito brilhante, batizou com o nome bonito de Tiorerê; a outra, muito branca, muito alva, Tomerê; a uma pequena, vermelhinha, Zoterê. A mais bela, mais cintilante, chamou Uaiê-halocê. E assim, a uma uma infinidade delas.

As estrelas eram dóceis, obedientes. Logo que a sombra se estendia pelo espaço, corriam todas depressa para os seus lugares. Geralmente, Uaiê-halocê era a primeira que chegava. Depois, vinham vindo as outras: aquelas três irmãs, que estão sempre encarreiradas, como se estivessem prontas para o bailado; as suas gêmeas, que luzem como dois olhos de Deus; as miudinhas que se espalham pelo céu e traçam as estradas de prata por onde vagueiam nas noites tranquilas as almas dos poetas; as quatro estrelas formosas que formam uma cruz maravilhosa. Todas, todas ficavam a postos. Só uma estrelinha pequenina e distraída, em vez de ficar bem no meio da cruz, ia sempre parar lá em baixo, de um lado. Pituanga zangava, mas não adiantava nada; era errada mesmo...

Uma vez, fazendo a ronda do costume, notou que faltava uma porção delas. Aborrecido, procurou-as por toda parte.

A noite estava tão clara e linda, que as estrelas tinham fugido para se banhar nas águas do rio Amazonas.

Irritado, vendo que, se todas as estrelas descessem à terra, seria a desordem e a indisciplina no céu, Pituanga não as quis perdoar e, para exemplo, resolveu castigá-las.

- Já que o céu não lhes basta, já que tanto gostam desse rio - disse indignado - pois que aí fiquem, para todo o sempre, não como estrelas, mas como pedras brutas.

Ouviu-se um estrondo medonho, e pedras enormes caíram no fundo do Amazonas.

Aconteceu, porém, que Iara, a fada das águas, passando por ali naquele instante, teve dó das infelizes estrelas que iam sofrer porque gostavam do seu rio.

- Vai-te, Pituanga! Ordenou. Elas agora estão no meu domínio. E cheia de bondade, estendendo as mãos alvas e finas, disse com infinita doçura:

- Estrelas que éreis do céu, de hoje em diante sereis estrelas em flores sobre as águas.

Mansamente, as estrelas subiram, boiaram, e assim nasceram as Vitórias-Régias.  (Do livro "Pingos de leitura, quarta série, página 56-7 - Editora do Brasil S/A)

Sobre o texto "A estória das vitórias-régias" - É uma das belas histórias que fazem parte da literatura infantil. Feito especialmente para as pessoas que já estão amadurecendo na leitura. No meu tempo de criança, a leitura não era sofrível, e sim, compreensível. 

A lenda da vitória-régia dialoga com a natureza, as tribos indígenas e a ecologia em geral sem ser necessário fazer nenhuma referência a interdisciplinaridade ou transversalidade. 

Como veem, a forçação de barra não ajuda em nada.

IDEIAS DE PIERLUIGI

Quanto estudar? 

Esta é a parte mais difícil. Se você entendeu que tem de estudar todo dia, já sabe quanto estudar:

Pouco! Mas quanto é esse pouco? Dez minutos, uma hora, cinco horas?

A resposta pode parecer estranha, mas é a que realmente funciona.

Quanto? Você vai descobrir. Ou seja, ao criar o hábito de estudar todo o dia, você irá perceber, ao se autoavaliar algumas semanas depois, que houve dias em que estudou demais! e outros que nos quais estudou de menos.

Em poucos dias ou, no máximo, em poucas semanas, você vai encontrar o ritmo correto.

Com certeza, porém, será pouco estudo quando comparado com aquelas "rachações" de véspera de prova que alguns costumam fazer.  (Do livro "Aprendendo inteligência", do professor Pierluigi Piazzi)

ORIGEM DAS PALAVRAS

Algoz - carrasco, verdugo; pessoa cruel.

Do turco, gozz, designação de uma tribo de onde se tiravam os carrascos que serviriam aos almoades de Marrocos e da Espanha, quando esta se achava sob o domínio árabe. (Dicionário da origem e da evolução das palavras - Luiz A. P. Vitória)

INTERNET DE ANTIGAMENTE

Imaginemos que nos anos 70, 80 e até 90, um estudante quisesse saber em que circunstâncias uma pessoa perderia o emprego. Ela recorreria a um advogado ou a uma enciclopédia. A enciclopédia era uma espécie de internet de hoje. 

No verbete abandono de cargo, da Enciclopédia Globo, encontraria uma boa resposta:

Dir. Uma das razões que justificam a aplicação da pena de demissão. Consiste em o funcionário deixar de comparecer à repartição onde exerce as suas funções, por mais de trinta dias, fora dos casos permitidos em lei, como, p. ex, o fato de estar em licença. O abandono de cargo público, fora dos casos permitidos em lei, constitui crime contra a administração pública (art. 323 do Código Penal). A pena é aumentada se a o fato resulta prejuízo público , e se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira. (Volume 1 da Enciclopédia Brasileira Glob, 1977)

A SEMANA COMO FOI 

De domingo para cá, foram 88mm de chuva. Uma semana bem molhada.

SAÚDE - Já está mais perto que longe de tirarmos a máscara definitivamente.  Segundo decreto estadual, já não é obrigado seu uso em lugares abertos.

ESPORTE - Hoje tem mengo. As duas maiores torcidas vão de novo ao confronto.

HUMOR  

Estava sozinho no elevador quando uma garota entrou falando ao celular.
- Preciso ir - disse ela - Tem um cara bonitinho aqui do meu lado.
Antes que eu pudesse reagir, ela se virou para mim e falou:
- Me desculpe por mentir. Eu só queria terminar a ligação.

EDUCAÇÃO - O piso está faltando uma porção de tijolos, cal, cimento, etc.

NEBLINA DE ONTEM - 3mm.

TARDE - Tarde chuvosa.


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DEZESSETE

A medição do que falta para a sangria da barragem de Umari continua. Agora faltam dezessete centímetros.  Parece pouco, mas falta muita água...