Os trens andam, ou muitas vezes, num voo desconcertante, voam em direção ao infinito, numa voada que não deixa ninguém entender por que e como partiu em tão grande velocidade, sem esperar por ninguém e sem avisar também.
Quando parte, não leva nada, mas deixa muita coisa. Mesmo que não deixe coisas preciosas materialmente falando, deixa lembranças à beça. Seu rastro é enorme para uns, enquanto para outros, marcas leves de sua passada por aqui.
Deixa sempre alguma coisa. Uns, legados tão significativos qual ferros marcados em couro de bois: só se acabam quando o animal morre. Os legados negativos também deixam marcas, mas instigam suas vítimas a tentarem esquecerem de suas passagens entre elas. Saudade é palavra que não está em seu vocabulário.
A partida de alguns trens fazem muitos chorarem e outros - se não sorrirem - sentirão alívio e satisfação.
E cada trem precisa cumprir sua missão entre os pares. E ai de quem não cumprir dignamente, pois não há desculpa nenhuma e nem fardo tão pesado a ponto de ninguém poder levá-lo. O cumprimento da tarefa é perfeitamente possível para cada um.
Ele tem que partir, mais cedo ou mais tarde. Não tem jeito que dê jeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário