Ao penetrar os muitos anos, somos atacados de todos lados pela saudade.
A primeira que vem é do tempo de criança. Aquela mesma da poesia de Casimiro de Abreu:
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Em "Meus oito anos", o poeta sente saudade de muita coisa. Entre elas está a liberdade, as coisas naturais e a simplicidade:
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
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