"É preciso haver ressurreição", gritou o sujeito, que já o chamavam de louco, por ter ideias nada originais, mas que soavam como loucas, num mundo em que "o que era, não é mais".
"Se não houver ressurreição, estaremos perdidos muito antes do que se imagina. Não. Não será uma antecipação do apocalipse, mas será algo similar."
Com esses fragmentos de conversas, o dito cujo divulgava aquilo que achava ser o mais ou menos ideal para a sobrevivência do mundo por mais tempo. Se o que está em moda é o avesso de tudo que dava certo - e o avesso não dá, como não haver ressurreição do que dava certo? Hein?
"Em todos os quadrantes da sociedade", propalava ele, "percebemos esse avesso das coisas. É o avesso do avesso, do avesso que está em alta voga e funciona por cima da carne seca. É um trator de esteira daqueles mais trator que faz esse trabalho de desconstrução do mundo. É um trabalho tão bem feito - coisa botada - que impede o processo de ressurreição. É algo que trabalha para que haja uma derresurreição: processo de afundamento do mundo."
"Mas é preciso que haja ressurreição", conclui o sujeito, entre triste e otimista.
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