terça-feira, 9 de novembro de 2021

UM ATROPELO

Caminhantes matutinos pisam firmes o asfalto das ruas. Uns, lentos, enquanto outros puxam uns passos mais longos e outros ainda arriscam uma corrida. Todos entretidos com o seu caminhar, não reparam para os lados, mas seguem no giro até completarem o tempo e o trajeto da caminhada.

Há ainda outros que têm um companheiro ao lado, comum para os nossos dias, que virou moda braba: cão melindroso, tratado como gente. Caminha para evitar o estresse. Estes seguem ao lado do dono, companheiro da casa.

No lote, como diria minha avó, está uma matilha, ou várias, disputando alguma comida ou mesmo cortejos animais. Afinal, os bichos também não são feitos de ferro.

Os que andam em magote, correm soltos, em grande "algazarra", em estados perigosos, visto que, a andança ou corrida em ziguezague é incerta e fica vulnerável a acidentes.

E foi em um desses momentos em que alguns desses animais corriam juntos, embolados, num agarra-agarra, beija-beija, empurra-empurra, passava em velocidade média um transporte motorizado. Por infelicidade, um deles saía em disparada, ficando exposto a acidente. E foi o que ocorreu. Sangue na pista, gemidos da vítima, corpo no chão, olhos curiosos dos transeuntes que perguntam sobre o dono. Curioso é registrar que seus companheiros o cercam como que a tentar fazer alguma coisa e indagar a razão daquilo tudo.

Os gemidos cessam. O animal fica estático e já se pensa que ele tivesse morrido.

O final não termina tão feliz, mas não infeliz, pois ele encontra seu dono que o trata e o conduz a casa. Notícias dão conta de que o paciente passa bem.



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