Antes de tudo, nevou fininho, depois grosso, pesadão. E durou dias e mais dias assim. Havia a esperança daquele alívio. Que pudesse maneirar logo, era a esperança. Mas veio a escuridão depois de meses. Muitos meses. Talvez trinta, quarenta, cinquenta.
Ainda quando somente a neve caía, havia um barulho surdo ou mais nítido. Um zunzunzun indecifrável. O barulho existia e era perfeitamente possível saber de onde procedia. Mas o que era dito? Só uns privilegiados podiam entender. Boca de cumbuca. Foi quando a escuridão veio e se associou à neve para formar um par perfeito de destruição.
Os provocadores de ambos as ações, ficavam em lugares privilegiados que não eram alcançados por elas. Pontos estratégicos, lugares privilegiados. Lá as luzes irradiavam e o ar era blindado por finas redes.
E tudo continuou por um período indeterminado.
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