Natal é a maior festa popular do Brasil, determinando um verdadeiro ciclo, com bailados, autos tradicionais, bailes, alimentos típicos, reuniões, etc.
De meados de dezembro até Dia de Reis, 6 de janeiro, uma série de festas ocorre por todo o Brasil, especialmente pelo interior, onde a tradição é mais viva e sensível.
O bumba-meu-boi, boi, boi-calemba, cheganças, marujadas ou fandango, pastoris como as velhas lapinhas de outrora, congadas ou congos, reisados estão nos dias prestigiosos.
Para aguardar-se a missa do galo, à meia-noite, há todos esses divertimentos, públicos, nas festas particulares ou nas sociedades.
A denominação portuguesa de noite de festa persiste no Brasil, onde dezembro é denominado mês de festa. Dia de festa, Noite de festa é o dia, a noite de Natal. Esse nome de Natal não tem ainda vulgarização de "festa". Diz-se mais "Natal" nas cidades e entre os letrados, total ou parceladamente.
Para o povo é noite de festa. Não há mais representação dentro de igrejas, como em fins do século XVIII, mas algumas são exibidas em palcos armados ao ar livre, diante dos templos, por exemplo o Fandango ou Marujada.
Sobre uma Noite de Natal na Bahia antiga, reunião dos festejos mais curiosos e queridos pelo povo, ver Melo Morais Filho (Festas e Tradições Populares no Brasil, 61-78, Rio de Janeiro, 1946).
A Noite de Natal foi fixada em 25 de dezembro pelo Papa Júlio I no séc. IV. Antes desta data as igrejas comemoravam diversamente como a grande alegria, clero e povo mobilizavam todos os elementos para uma comemoração ruidosa e sonora, canto, bailado, música, refeições e bebidas sem fim.
(Câmara Cascudo, em Dicionário do Folclore Brasileiro - Ediouro).
Câmara Cascudo lembra uma expressão usada por nós que há anos não vejo ninguém dizer com relação ao Natal: "Noite de Festa".
Com relação ao dia 31, dizia-se por aqui - e pouco se diz "Noite de Ano".
O Natal, apesar de ser hoje, é comemorado na véspera.
Morrer de véspera - A origem da expressão "morrer de véspera" é por causa das mortes dos galos no dia 24, véspera do Natal:
Só quem morre de véspera é o galo.
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