Depois de tantos anos sem eles, hoje torno público o valor de quem nos criou e cuidou, na medida do possível.
O pai, sem ajuda de esmolas do governo - com exceção de uma (plano de emergência) - conseguiu bravamente criar a família e levar para a escola. Na cabeça dele só existia o trabalho, e não uma migalha pública.
A mãe labutava igualmente da cozinha a sala da frente e às vezes transpunha o território da casa para trabalhar e ajudar no orçamento doméstico, pois a coisa estava preta e eu nem sabia. Chegamos a colher frutas de oiticica pra vender na feira.
Ela, como ele, garantiam a nossa presença na escola.
Saudades daqueles tempos difíceis.
São estas e outras histórias bonitas que são legados que nos deixaram. Eles já foram recompensados, pois não os matei dentro de mim.
E não duvido que Deus irá recompensá-los também.
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