domingo, 1 de março de 2020

JORNAIS COMO EMBRULHO

Provavelmente, sem que tenha passado o tempo do embrulhamento com papéis de embrulho, os comerciantes despachavam também suas pequenas mercadorias em jornais.

Foi num desses jornais-embrulho que meu avô materno leu uma notícia, lá pelos anos 60, de uma queda de avião na região amazônica. O piloto e mais outros tripulantes - estudantes de engenharia - morreram de fome e sede na mata. Alguns trechos de manuscritos deixados pelas vítimas descreveram todo o dilema. A história da queda do avião é verdadeira. Se o jornal que ele leu foi de um embrulho, é suposição da gente.

Naquele tempo

No tempo em que desenrolou a história que contei, não tem a menor chance de em Upanema haver jornais para venda. Em Mossoró, sim. Então, o jornal deve ter vindo através de comerciantes upanemenses. Vendeu uma barra de sabão ao meu avô, embrulhou o produto, meu avô levou para casa, leu a notícia e achou interessante. Depois leu para minha mãe, que por sua vez me contou. E agora contei pra vocês.

Nenhum comentário:

BREVE

Uma neblina rápida passou por aqui na tarde.