CHUVA DE ONTEM - 3mm.
IDEIAS DE PIERLUIGI
Como estudar?
Muitos alunos sabem quando e quanto estudar, mas não sabem como estudar.
As distrações - Você deve estar em um local sossegado, confortável e que permita concentração.
Por isso... nada de TV e rádio! E celular também.
Mas não posso estudar ouvindo música?
Pode, mas vamos entender algo muito importante com relação ao funcionamento de seu cérebro: a transmissão de um pulso elétrico, de um neurônio para o outro, é absurdamente mais vagarosa do que na fiação de um computador.
Consequentemente, para superar essa "lerdeza", o nosso cérebro usa um truque que, em informática, é chamado de "processamento paralelo".
Isso significa que várias partes do cérebro conseguem realizar tarefas diferentes e ao mesmo tempo. Um ser humano consegue guiar um automóvel mascando chiclete, ouvindo música no rádio e ainda conversando com o passageiro.
Analisando com detalhes o cérebro de um ser humano não canhoto, vemos que cada uma das metades (denominadas "hemisférios cerebrais") se especializou em realizar tarefas específicas.
Imagine um crânio visto de cima: no hemisfério esquerdo, temos os módulos cognitivos Linguístico e o Lógico-matemático; no direito localizam-se o Musical e o Espacial.
Como você já deve ter suspeitado, ao estudar as matérias da escola você utiliza mais os módulos 1, 3 e 4.
Portanto, se estudar ouvindo música instrumental (sem que alguém cante num idioma que você conheça), não apenas o módulo 3 não vai interferir com os outros, como até ajudará a abafar outros ruídos do meio ambiente que poderiam atrapalhar sua concentração. Mas... e se eu quiser ouvir uma banda de rock que tenha um vocalista?
Que seja rock húngaro, pois se o vocalista cantar num idioma compreensível (húngaro é absolutamente incompreensível, a não ser para os próprios húngaros... e mesmo assim com ressalvas!), a letra da música irá interferir no módulo 1, distraindo sua atenção daquilo que você possa estar lendo ou escrevendo. (Do livro "Aprendendo inteligência", de Pierluigi Piazzi)
QUEM SE LEMBRA?
Mandrake - Nos velhos tempos, Mandrake era um personagem ilusionista que foi sucesso nos anos 30 e até bem mais adiante.
O nome foi transportado para uma brincadeira: o madrake dava ordens através do "Mandrake!" E todos paravam. Quem se mexesse primeiro, seria o próximo Madrake.
Outro nome para a brincadeira era "Estátua".
VOLTA DO LATIM
Algumas palavras existem somente no plural.
Angustiae - desfiladeiro
Deliciae - delícia
Divitiae - riqueza
Indutiae - tréguas
Nuptiae - casamento, núpcias
Tenebrae - trevas
A caçada de Pedrinho - Monteiro Lobato
No dia marcado tomaram o café com farinha de milho de manhã e saíram na ponta dos pés, para que as duas velhas nada percebessem. Passaram a porteira do pasto, atravessaram a Mata dos Tucanos Vermelhos e de lá seguiram rumo ao capoeirão da onça.
Rabicó não havia mentido. Os rastos da onça estavam impressos na terra úmida. Ao fazerem tal descoberta o coração dos cinco heróis bateu mais apressado. Dos cinco, não; dos quatro, porque, como todos sabem, Emília não tinha coração.
- Que é isso, Pedrinho? — disse a boneca — notando a palidez do chefe. Será medo?
— Não é medo, não, Emília. É...
— É... receio, eu sei — caçoou a terrível bonequinha.
Orientados pelos rastos da onça, os caçadores não podiam errar. Era seguir na direção deles, que fatalmente dariam com a bicha.
— Avante, Saboia — gritou Pedrinho, espichando no ar a espingarda como se fosse espada.
— Avante! — repetiram todos os outros, menos Rabicó, que estava sem fala. E com o maior entusiasmo, os heroizinhos foram caminhando durante meia hora.
Súbito, o Visconde, que ia na frente de binóculo apontado, gritou com voz firme:
— A onça...
— Onde? — indagaram todos ansiosos.
— Lá longe, naquela moita — lá, lá...
Realmente, alguma coisa se mexia na moita indicada e não tardou que uma enorme cara de onça aparecesse por entre as folhas, espiando para o lado dos cinco heróis.
Pedrinho dispôs tudo para o ataque. Enquanto isso, a onça deixava a moita e com o andar manhoso dos gatos dirigia-se, agachada, para o lado deles. Era o momento. O Visconde ergueu a espada e com voz grossa de comandante superior deu um berro de comando:
— Fogo!
Rabicó, todo treme-treme, não conseguiu nem riscar o fósforo. Foi preciso que Pedrinho viesse ajudá-lo. Por fim, riscou fogo à mecha.
Ouviu-se um chiado e logo depois um tiro soou - Pum! Mas um tiro chocho, que não valeu nada. A situação tornava-se muito séria e Pedrinho, desapontado com o nenhum efeito das armas de fogo, berrou a plenos pulmões:
— Salve-se quem puder!
Foi uma debandada. Cada qual tratou de si e, como se houvessem virado macacos, todos procuraram a salvação nas árvores.
A onça, desapontadíssima, ali permaneceu, sentada sobre as patas de trás, com os olhos fixos nos caçadores, que a tinham logrado. Parece que sua intenção era ficar de guarda até que eles descessem.
— Espera que te curo — disse Pedrinho, lembrando-se que trazia no bolso um pouco de pólvora dos pistolões. Tomou um punhado e, ajeitando-se no galho que ficava bem a prumo sobre a onça, derramou-lhe a pólvora em cima dos olhos.
A ideia valeu. Completamente cega pela pólvora, onça pôs-se a corcovear que nem doida, enquanto esfregava os olhos com as munhecas, como se quisesse arrancá-los.
— É hora! Avança, macacada! — gritou Pedrinho escorregando pela árvore abaixo.
Assim atacada por todos os lados, a onça não teve remédio senão morrer. Estrebuchou e foi morrendo. Quando deu o último suspiro, Pedrinho, no maior entusiasmo de sua vida, entoou um canto de guerra:
— Alé guá, guá, guá...
E todos responderam em coro:
— Hurra! Hurra! Pica-Pau-Amarelo!...
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