APENAS UM DIA A MAIS

Pensando bem, hoje é apenas um dia a mais mi calendário.

Todo o movimento de fim de ano, como festas, desejos de feliz ano que vem, jogamento de flores, etcaetera coisa e tal nada significa 

PROVÉRBIO

A principal parte do bom acontecimento é a segurança do esforço.

PREÇA

Quem escreve com pressa, poderá escrever assim:

Preça. 

E os apressados

Apreçados.

PROVÉRBIO

A pressa nunca levou ninguém.

DOMINGO

PROVÉRBIOS DE LÚLIO

Não descreias das coisas que não podes entender.

FRASE

A disciplina move o mundo. Ou a conduz.

FRASE II

Dinheiro não é tudo, mas insistimos que é, quando supervalorizamos o dinheiro e desprezamos as pequenas coisas, os pequenos gestos.

VÍRUS

Não disse que quem sobrevivesse, esqueceria o vírus de 19?

MUNDO DESCONSTRUÍDO

O mundo está, aos poucos, sendo desconstruído. Não sei até quando essa desconstrução vai parar e no que vai dá.

LINGUAGEM DESCONSTRUÍDA

Já nos anos 80 ouvia que a linguagem precisava ser desconstruída para que o mundo mudasse para melhor. A linguagem começou a ser desconstruída. E o mundo mudou, só não para melhor.

QUE PALAVRA!

Mercado

No meu tempo de criança, um mercado tinha pelo menos, dois sentidos:

1- O lugar onde compramos carne na pedra. 

2- E um pouquinho de um todo.

Ir ao mercado era comprar carne. Depois apareceram outros produtos, como bolo, cafezinho, confecções e variedades como roupa e produtos que eram vendidos em bodega.

O mercado era um pouquinho de cada coisa. Um mercado de arroz, de gás. O dono já sabia que era uma porção.

Nos dicionários:

Local de encontro de compradores e vendedores de determinada atividade econômica: mercado de ações; mercado de ouro. 

Conjunto de instituições em que são realizadas transações comerciais (lojas, feiras, bolsas de valores etc). 

Capacidade de compra, venda ou investimentos de uma cidade, região ou país: Brasil, Índia e China são grandes mercados mundiais.

Situação de oferta e procura por determinado produto ou serviço: O mercado de frangos abatidos aumentou; Há grande demanda no mercado de profissionais especializados. (Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras)

Lugar público de venda de gêneros alimentícios e outros; centro de comércio; cidade em que há grande movimento comercial. Comércio. (Soares Amora)

Edifício público, dividido em compartimentos apropriados, destinado à venda de víveres e outros gêneros. o comércio.(Antenor Nascentes)

PROVÉRBIO

A pressa nos desejos é tardança.

PROVÉRBIO

A prece mete a lebre à carreira.

PROVÉRBIO

A preso e cativo não há amigo.

CONTROLE DAS CONTAS

Não importa se as contas públicas são públicas ou particulares.

O que importa mesmo é estarem em dia e controladas.

PROVÉRBIO

A porca ruiva, o que faz, isso cuida.

PROVÉRBIO

A pobre não prometas e a rico não devas.

DOMINGO

DANGEROUS 

Uma música antiga tinha como título "perigoso é viver".

A vida é repleta de elementos que a fazem desaparecer. Ela desaparece de várias maneiras, num fechar e abrir de olhos.

Nem é preciso forçar a barra para que ela se vá. Ela se vai no dia aprazado.

CHUVAS

Elas vêm em breve. Não nos avexemos, por que vem, mais tarde ou mais cedo.

QUE PALAVRA!

Burra

Está aqui uma palavra conhecida de todo falante da língua portuguesa, mas somente em um sentido.

No sentido mais conhecido, temos:

Fêmea de burro; jumenta, burro. (Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras)

No segundo sentido, temos:

Cofre ou arca para a guarda de dinheiro. (Mesma fonte)

Desse conceito, surge a expressão:

"Encher as burras". É usada quando alguém quer dizer que alguém teve um grande lucro, seja em dinheiro ou não.

Silveira Bueno ainda define:

Fêmea do burro; cofre de guardar dinheiro; cabo de mezena; plural: grandes blocos rochosos, entre os garimpeiros das lavras diamantinas.

BREVE

Uma neblina rápida passou por aqui na tarde.

PROVÉRBIO

A pintura não tem fim, senão começo.

PROVÉRBIO

A pintura é música pintada.

RESULTADO DA ELEIÇÃO DO MARIA GORETE ONTEM

De 340 votantes, a chapa Inácio/Conceição obteve 285. Houve 52 brancos e 3 nulos.

PROVÉRBIO

A perseverança toda coisa alcança.

ESCOLA MARIA GORETE ELEGE DIRETOR E VICE

Hoje a Escola Municipal Maria Gorete de Carvalho Macedo renova a diretoria.

Votam professores, alunos e representantes destes.

Será um mandato de dois anos.

A chapa será única e composta por Inácio Araújo e Conceição Carvalho.

PROVÉRBIO

A pereira a seu tempo dá o fruto.

ELEIÇÃO

Eleição amanhã na Escola Maria Gorete para diretor e vice.

Votam professores, funcionários, pais e alunos.

Chapa única.

PROVÉRBIO

A peixe grande, solta-lhe a vara.

DOMINGO

DEPRESSÃO

A depressão é uma das grandes doenças do século. A origem dessa palavra, segundo o Dicionário Nova Fronteira, tem a ver com o verbo prender. O depressivo está preso a algo. Sofre de abatimento.

 

Uma doença braba. Mais braba que a tosse braba. Quem se lembra? Quem já teve a malvada?

TARDE PINGADA

Mais uma tarde pingada. Três milímetros.

QUE PALAVRA!

Advento

Início ou cumprimento de uma obrigação. (Dicionário jurídico de bolso)

Vinda, chegada, aparecimento. Com o advento da internet, o acesso à informação ficou facilitado. Período de quatro semanas anterior ao Natal. (Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras)

Vinda, chegada, surgimento. Adoção, estabelecimento. No cristianismo, a vinda de Jesus. Na liturgia católica, as quatro semanas que antecedem o Natal. (Caldas Aulete)

SALVAR O MUNDO

Vejo muita gente querendo salvar o mundo.

Em uma outra versão, seria carregar o mundo nas costas.

Um bom exemplo é a luta diária para salvar o planeta dos ataques contra o meio ambiente.

A ideia de que se cada um faz a sua parte, as coisas poderão ser resolvidas ou mesmo amenizadas não parece ter sentido, pois está claro que tudo mundo tem um quê de mudança para melhor em alguns aspectos e pior em outros.

O que ocorreu entre saúde e doença, medicina do passado e presente e expectativa de vida do passado e  presente é exemplo de que os acontecimentos fluem de tal maneira que os humanos não conseguem pôr freios.

CONTINHO EM TRÊS ATOS

Aquela bagagem

A história que segue será contada de trás para frente. Está difícil de carregar aquilo. Pelo menos é a impressão que se tem, pela fisionomia nesses dias.

Aquela bagagem, carregada há alguns anos, pesou, depois de aparente alívio. Pesou e caiu por cima. Não chegou a esmagar de todo, mas machucou bastante.

PROVÉRBIO

A pedra e a palavra não se recolhem depois de deitada.

CHOVER DE MANSINHO

Oh! Deus, será que o Senhor se zangou

E só por isso o sol arretirou

Fazendo cair toda a chuva que há.

Em períodos em que as chuvas se retiram - a maior parte do tempo no Nordeste - as pessoas sentem medo de morrerem queimadas.

É momento de rezar:

...De joelhos rezou um bocado

Pedindo pra chuva cair sem parar.

Então, choveu demais, acima do limite, porque será que não soube pedir direito?

Oh! Deus, se eu não rezei direito

O Senhor me perdoe

Eu acho que a culpa foi

Desse pobre que nem sabe fazer oração.

São reflexões do poeta Luiz Gonzaga em sua famosíssima "Súplica cearense".

PROVÉRBIO

A paz é dom de Deus.

PROVÉRBIO

A parvos, aborrecem-lhes discretos.

PROVÉRBIO

A pão duro, dente agudo.

PALAVRAS DE SABEDORIA

Ninguém sai da vida tal como entrou - Palavras de Epicuro.

Pensa em quem quiseres: jovens, velhos, homens maduros. Tu os encontrarás com igual medo da morte, com igual ignorância da vida - Palavras de Sêneca.

Se vivêssemos mil anos, por incrível que possa parecer, não aprenderia plenamente a viver como devemos. 

A aprendizagem é diária e não aprendemos tudo o que se refere ao conhecimento - Digo eu.

SETE

Registramos ontem sete milímetros de chuva. É chuva fora da quadra chuvosa.

Especialistas repetem todos os anos que nossas chuvas nesse período não são ainda o que chamamos de inverno. 

PROVÉRBIO

A palavras loucas, orelhas moucas.

DOMINGO

NA PONTA DA LÍNGUA

O camelô vendia uma pasta miraculosa, de sua fórmula, que conservava os dentes perfeitos até a velhice. Deram um palpite:

"Como é isso, meu chapa, se você não tem nenhum dente?"

"Exatamente! Muito bem observado! Foi porque perdi os meus dentes, distintos cavalheiros, usando as corrosivas pastas convencionais, que tive a ideia, vislumbrando exclusivamente o bem de todos os meus compatriotas, que tive a ideia de inventar uma pasta perfeita. Foi porque perdi meus dentes, cavalheiros!"

(Paulo Mendes Campos, do livro didático "Português Dinâmico" - Siqueira - Bertolin - 6ª série)

FRASE

A vida não aceita truques.

COISA ANTIGA

Cair de uma rede é coisa antiga.

Nas antigas, dormir em cama era coisa rara.

Restavam as redes. 

Havia o costume do balanço, geralmente acompanhado de uma música.

A mãe embalava a criança, também acompanhada de uma canção de ninar.

E quem se aventurava em balançar-se numa rede, precisava averiguar se os tornos estavam seguros. Se não, o balançador poderia ir ao chão.

QUE PALAVRA!

Difamar

Tirar a boa fama ou o crédito a; desacreditar publicamente; infamar. (Aurélio)

Tentar destruir a fama, imputando fato ofensivo à reputação: A atriz deu uma entrevista à televisão, difamando o diretor do filme. (Dicionário da Academia Brasileira de Letras)

Perder ou fazer perder a reputação, a boa fama. Falar mal, atacar. Difamou da honra da turma. (Novíssimo Aulete)

Há quem troque o "difamar" por "defamar". Defendo a ideia de que quem não sabe dizer difamar, que diga "falar mal, atacar", que é mais bonito.

COMPORTAMENTO

Janelas abertas

Ouvi alguém dizer - talvez um pedagogo - que as salas de aulas deveriam ter as janelas abertas.

Pensando bem, era assim no passado e funcionava. Tínhamos alunos com aprendizagens dentro da faixa etária tanto quanto hoje ou mais.

Havia mais dificuldades de acesso e informação que atualmente. Menos ferramentas para estudantes e professores. 

As janelas constituem em símbolos do passado e presente no sistema de ensino. 

PROVÉRBIO

A palavra doce multiplica os amigos e mitiga os inimigos.

PARCIALMENTE NUBLADO

Parcialmente nublado tem sido nesses dias a principal previsão dos institutos meteorológicos. 

PROVÉRBIO

A paixão é má conselheira.

CHEIRO DE CHUVA E LEVE NEBLINA

Ontem pela tarde, aqui, um prenúncio de período chuvoso.

NUBLADA

Cidade nublada desde a manhã.

Ótimo. Muito do ótimo. Bótimo, como diria uma pessoa acolá nas antigas. Especificamente das minhas antigas.

FALTA

D'água ou de água, tanto faz.

O fato é que mais uma vez, a água foge das torneiras. 

Em algumas, já jorram copiosamente.

PROVÉRBIO

A paga só a Deus Pertence.

PROVÉRBIO

A paciência vence.

FRASE

A desorganização gera sofrimento.

CHEIRO DE CHUVA

Por enquanto,  estamos no cheiro.

FERIADO

Dia da Bandeira municipal

Amanhã é feriado. É o dia da bandeira municipal.

Porém o feriado foi antecipado para o dia de hoje.

As repartições estão paradas, principalmente as escolas. 

As aulas de hoje serão ministradas amanhã.

PROVÉRBIO

A paciência é mãe da honra.

DOMINGO

LIÇÕES DE SÊNECA

Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente?

Nisso, pois, falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela já é coisa do passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte. (Sêneca - Aprendendo a viver)

QUE PALAVRA!

Truste

Do inglês, Trust. Associação financeira que realiza a fusão de várias firmas em uma única empresa. Por extensão. Organização financeira que dispõe de grande poder econômico. (Aurélio)

Monopólio; sociedade açambarcadora constituída para suprimir a concorrência e impor os preços. Adaptado do inglês trust. (Silveira Bueno)

Associação ou sindicato de especuladores, com o intuito de suprimir a concorrência, e que consiste no açambarcamento de determinado produto, elevando depois a cotação de valores ou o preço; monopólio. (Soares Amora)

Associação de empresas com o objetivo de assegurar o controle do mercado, estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas taxas de lucro. (Dicionário da Academia Brasileira de Letras)

Acordo, quase sempre ilícito, entre empresas com a finalidade de controlar os preços, ampliar sua força no mercado e diminuir ou anular a concorrência. (Caldas Aulete)

BONITEZA

A boniteza é vista em todo quadrante do mundo.

A feiura, idem.

Difícil é definir, nesses tempos de oscilações de conceitos, o que é bonito e o que é feio.

PROVÉRBIO

A ovelha que não tem dono, come-a o lobo.

ECONOMIA

A economia é ciência que tem por objeto o conhecimento dos fenômenos de produção, circulação e distribuição de riquezas e bens materiais. (Dicionário da Academia Brasileira de Letras)

Quem entende desse fenômeno a ponto de passar de entendimento à prática?

Não é mole, não. O que tem de entendidos que já deram cabeçadas não está escrito.

PROVÉRBIO

A ousadia sem deliberação as mais das vezes gera arrependimento.

LINGUAGEM

A negação e o advérbio 

O que significa negar? Que efeito tem, para o sentido da oração, a presença de palavras como não ou nunca? A gramática tradicional classifica essas palavras como advérbios de negação, e pela definição geral de advérbio leva-nos a pensar que "modificam o verbo".

PROVÉRBIO

A ousadia há de ser o princípio da obra.

O TRABALHO

Não deve haver clichê maior do que este:

O trabalho enobrece o homem.

Se enobrece? Ninguém duvida disso, mas há quem não seja chegado a isso e não seje chegado a isso.

Por que se fala em trabalho se nem estamos em maio, mês em que se fala muito nisso por causa do dia primeiro, dia do trabalho ou trabalhador?

Por que estamos em tempos em que as esmolas deixaram de ser uma caridade cristã, mas política de Estado.

Não é mais necessário para uma parcela da população o trabalhar. 

TEMPO DE CHOVER

Como há tempo para tudo e um pouquinho mais, há tempo de chover. 

Mas não é agora. Faz parte do tempo de não-chover. Esperemos um pouco, um pouquinho mais!

PROVÉRBIO

A olhos cegos, qualquer lume parece claridade do sol.

PROVÉRBIO

A ociosidade é mestra de toda malícia.

SAIA DA INTERNET

Vá ler um livro. 

Não sou eu que digo. É um grito que grita dentro de cada um, mas poucos têm coragem de fazer. 

Se bem que 

Se bem que não internet tem muitos milhares de livros gratuitos até.

A ideia dos que aconselham a saída da internet para que possam ler livros é que na grandíssima rede somos tentados a ficarmos de instante a instante recebendo mensagens do além, além daquele ambiente.

Assim, o foco vai para o brejo.

ARTE

Dizem por aí que a indisciplina é uma arte.

Se é, será um arte, como os mais antigos diziam, no sentido de traquinagem.

DOMINGO

VALOR PELAS COISAS VELHAS

O que constatamos é que as coisas ou pessoas velhas são desprezadas. 

Quem dá valor a um carro velho? E se der o prego?

Um livro velho ninguém ou quase ninguém quer ler.

Uma casa velha ninguém quer morar. Dá até medo de cair por cima.

Uma pessoa velha. Aí não! Uma pessoa velha já é diferente. Aquela velha de noventa e seis anos, cega,  que eu visitava, não frequentemente, mas devia, segurava minha mão e a todos que a visitavam, faz parte de outro departamento. Segurava a mão com medo que a pessoa fosse embora logo. 

Não se deve tratar uma pessoa velha como um livro, um carro, uma casa. Precisamos dar valor a elas, pois trazem a sabedoria e a experiência que mais cedo ou mais tarde não mais existirá.

VALOR DA LITERATURA

A literatura de um povo transmite o legado e a sabedoria. Uma boa literatura diz na ficção aquilo que se dita diretamente, com nomes históricos, não sairia tão bem quanto.

COISAS QUE MUITA GENTE PARTE DESTA VIDA E NUNCA APRENDE

Listo algumas: 

Caminhar adequadamente

Comportar-se publicamente

Dirigir

Escrever

Falar ao telefone

As verdadeiras intenções dos políticos.

QUE PALAVRA!

Adimplente

Aquele que cumpre com uma obrigação. (Dicionário jurídico de bolso)

Que ou  que cumpre as obrigações estabelecida em contrato. (Caldas Aulete)

Opõe-se a inadimplente: o que não cumpre. Termo muito usado na área financeira para pessoas físicas ou jurídicas.

FALTA DE ÁGUA, DE CHUVA, DE ENERGIA

A falta de água, de chuva, de energia são faltas que temos constantemente.

Quando não é uma coisa, é outra.

Nesses dias, águas infindas. 

Energia, também.

Chuvas, não. Não está no tempo disso. 

Paciência. Elas virão. 

POESIA INFANTIL

Um hábito

Um hábito significa

Uma coisa que fazemos

Hoje, amanhã, depois.

Repito amanhã

O que faço hoje

Depois faço de novo

Como eu como

O meu feijão com arroz.

Ao me levantar

Esfrego logo meus olhos

Sem antes me esquecer

Do Criador agradecer.

Pela vida, pelo irmão

Pela irmã

E pela nova manhã.

Correndo vou à gaveta

Pego a pasta

Pego a escova

Pego o copo

Pego a água

Limpo os dentes

Sem fazer careta.

PROVÉRBIO

A ociosidade é mãe de todos os vícios.

RECLAMAÇÃO

Um dos muitos defeitos do ser humano é a reclamação. A reclamação descabida. A reclamação por reclamação.

A reclamação está em todo canto: em casa, no trabalho, na escola.

O professor reclama do aluno por sua indisciplina. Este, por o professor exigir dele muito, ou às vezes nem tanto.

PROVÉRBIO

A ociosidade é madrasta das virtudes.

PROVÉRBIO

 A ociosidade é mãe das más ocasiões.

RETA FINAL

Estamos caminhando para a reta final do ano e ano letivo também.

PROVÉRBIO

A ociosidade até no ferro cria ferrugem.

CLÁSSICOS

O latim

O latim era o idioma oficial do Império Romano. Como toda e qualquer língua, compreendia uma modalidade clássica, falada  e sobretudo escrita pelas classes sociais mais elevadas, bastante uniforme em função da influência estabilizante do ensino e da cultura  e uma modalidade popular, despreocupada  e espontânea,  chamada latim vulgar. (Manual Compacto  de Redação e Estilo - Rideel)

O assunto remete à língua portuguesa e a aprendizagem do jeito formal de se expressar.

Assim como os romanos das classes sociais mais elevadas utilizavam a modalidade clássica do latim, e as menos favorecidas, a vulgar, a nossa língua formal é usada mais pelos mais arranjados e a informal, as menos favorecidas.

Cabe a quê a tarefa de igualar os falantes em nível para cima?

A escola, claro!

PROVÉRBIO

A obediência é mãe das virtudes.

APRENDEMOS A FAZER, FAZENDO

Isso!

Teoria sem prática não serve.

Quem pedala uma bicicleta sabe bem o que é prática.

DOMINGO

DEU NO JORNAL

A força da piscicultura - (Gutemberg Moura na Gazeta do Oeste de 26 de setembro de 1999) 

Um dos destaques da IV Fenafruti, que se encerra hoje no Sesc é, sem sombras de dúvidas, o projeto de piscicultura da Secretaria de Agricultura do Estado. Olha, a piscicultura como atividade econômica assume uma importância transcendental 

Para se ter uma ideia da dimensão do programa, mesmo com a seca que perdura no Estado, a Secretaria de Agricultura distribui em 99 mais de três milhões de alevinos. Em 98, a Saab distribuiu nos reservatórios estaduais, sobretudo do Seridó, seis milhões de alevinos. 

A importância econômica da piscicultura  não se limita apenas à produção de peixes para o consumo. A atividade econômica apresenta outras dimensões. Para se ter uma ideia do cenário, o Seridó já produz calçados usando como insumo o couro de peixe, de raríssima beleza. 

Os resultados são tão expressivos que brevemente o Seridó ganhará um curtume de couro de peixe, que será instalado na cidade de Acari. O duro dessa história toda é que Mossoró passa em brancas nuvens. Por aqui, não nenhum projeto voltado para a piscicultura.

Curiosidade sobre a República

Há uma república não muito conhecida do povão. Câmara Cascudo explica no seu Dicionário folclórico Brasileiro:

Casa de estudantes, pensão onde vivem exclusivamente estudantes. Outrora, nas cidades de curso superior, Olinda, Recife, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, os estudantes elegiam o presidente da república e ministros. Ruas inteiras ficavam famosas pelas barulhentas "repúblicas", sedes de ruidosas festas e mesmo produção literária. A origem provém da denominação idêntica que em Coimbra era dada às residências dos estudantes da Universidade. 

QUE PALAVRA!

Ambidestro

Minha mãe era ambidestra. Nasceu canhota, mas a professora a obrigou a escrever com a mão direita. Assim, passou o resto da vida escrevendo com as duas.

Ele não só é ambidestro, como também consegue lançar a bola com as duas mãos.

São dois exemplos com essa palavra não tão difícil de ser definida, mas de ser pronunciada.

A pronúncia correta deve ser ambidêstro, explica Luiz Antonio Sacconi. Em Portugal diz-se ambidéstro; no Brasil, porém, a vogal tônica deve ter timbre fechado.

Ambidestro é uma pessoa que serve de ambas as mãos com a mesma facilidade. (Sacconi)

Que se serve da mão esquerda com a mesma facilidade com que ser serve da direita. (Antenor Nascentes)

Que usa com facilidade as duas mãos. (Maria Tereza Camargo Biderman)

PROCLAMAÇÃO

Por causa da República proclamada há 135 anos, muitos serviços param hoje. 

Curioso é o fato que muita gente, principalmente a geração dos 20 anos abaixo, ou talvez um pouco acima não saiba o porquê. "O porquê"  junto e com acento, com o significado de causa.

O poder passou do império para a República. Foi um golpe, dizem alguns historiadores.

Sei apenas que passamos de uma forma de governo - império para república.

TIQUE-TAQUE

O toque cadenciado do tique-taque do relógio e seu correspondente nos humanos, o pulsar do coração nos ensinam uma coisa pelo menos:

Não tenhamos pressa em fazer ou em dizer as coisas. Se fizermos além do tique-taque, estaremos errando, assim como o movimento do relógio e o pulsar do coração dão pistas de que há algo errado quando não estão em seu compasso.

PROVÉRBIO

A obediência abranda duros corações.

PROVÉRBIO

A noite é cama de órfãos.

PREVISÃO PARA HOJE

Aguardem!

Possível falta de energia, relâmpago, por volta das quinze horas.

A previsão é quase um acerto. Contamos os dias em que pela tarde, naquela hora bem quente, a energia não dê uma sumida por alguns segundos.

NO MUNDO DA LUA

Existe tanta gente por aí às tontas sem se definir

Na hora da balança o peso não alcança o que deve atingir

Os versos acima da canção "O profeta", de Zé Geraldo, definem em parte a situação de muita gente.

Apesar de todo arsenal cultural à disposição, muita gente vive às tontas sem se definir para onde vai. E por não saber definir-se pelo bem maior, é levado, arrebatado por qualquer coisa. E a qualquer coisa não pode ser a melhor. Sempre será a pior coisa.

PROVÉRBIO

A ninguém lhe parecem poucas as suas afrontas.

ANOITECE

Anoitece. 

Oração sem sujeito. Adentra sem pressa. Nós humanos que contemos o tanto de estrelas no céu e as mudanças constantes das nuvens. Elas, como pessoas, mudam.

Não queremos anoitecer. Se assim ocorrer, a vida não estará boa.

AVARO

Que ou aquele que é muito apegado ao dinheiro, sendo exageradamente econômico, a ponto de comer a unha, só para não gastar; que ou aquele que, alimentando a paixão de juntar dinheiro cada vez mais, é unha de fome ou pão-duro em todas as circunstâncias: Ter um pai avaro é uma infelicidade. Seu avô é avaro mesmo: não lhe dá um tostão nem mesmo no dia do seu aniversário! (Luiz Antonio Sacconi)

Avaro é uma palavra paroxítona, pois o acento tônico cai na penúltima sílaba. Se tivesse acento gráfico, avaro seria escrita assim: aváro. 

PROVÉRBIO

A negligência grande é causa de muito mal.

COMO NUVENS

Não como as nuvens devemos ser: mudança a cada segundo.

VALORES DA DISCIPLINA

Tudo, ou se não quisermos exagerar, digamos quase tudo.

É a melhor referência que podemos dar à disciplina.

Sem disciplina nada funciona. Peguemos um exemplo. Um somente: a indisciplina poderia deixar de fora um aluno na prova do ENEM ou qualquer exame. Bastaria chegar atrasado, e pronto! Não deixariam transpor o portão de entrada.

Se essa era a prática enquanto estudante, nos exames do porte do ENEM os maus costumes são intoleráveis.

ONZES

Entre dia e mês, hoje temos o onze repetido.

Para os numerólogos, um grande significado. Para mim e mais alguns milhões de pessoas, nada!

PROVÉRBIO

A negligência é madrasta das virtudes.

DOMINGO

ECONOMIA

Corte de gastos

Os cortes de gastos são necessários, não importando se estejamos falando de governo ou pessoas.

Se as despesas são maiores do que as receitas, não há como se sustentar.

Discute-se hoje na imprensa e no parlamento a necessidade urgente do corte de gastos como a única solução dos governos se sustentarem e poderem investir.

Endividados, os governos faltam coragem de enfrentar o problema, pois esbarram em privilégios de muitos.

Taxação de altas fortunas é uma das saídas, mas podem piorar a situação por causa da fuga de capitais para outros países.

A economia na redação de ENEM 

Um assunto que deveria ser tema de redação a economia. Um assunto sério, de gente que pode até contribuir com ideias. 

O tema poderia ser jogado no ar. Quem sabe algumas mentes poderiam iluminar as milhares que vivem nas trevas!

Da economia do tempo

Comporta-te assim, meu Lucílio, reivindica o teu direito sobre ti mesmo e o tempo que até hoje foi levado embora, foi roubado ou fugiu, recolhe e aproveita esse tempo. Convence-te de que é assim como te escrevo: certos momentos nos são tomados, outros nos são furtados e outros ainda se perdem no vento. Mas a coisa mais lamentável é perder tempo por negligência. Se pensares bem, passamos grande parte da vida agindo mal, a maior parte sem fazer nada, ou fazendo algo diferente do que se deveria fazer. (Sêneca - Aprendendo a viver)

Quem foi Sêneca?

Lúcio Anneo Sêneca nasceu em Córdoba, Espanha. Seu pai foi Anneo Sêneca - Sêneca o velho -, conhecido como retórico e do qual restou apenas uma obra escrita, intitulada Declamações. Sêneca, o moço, foi educado em Roma, tendo estudado retórica ligada à filosofia. Em pouco tempo tornou-se conhecido como advogado e ascendeu politicamente, passando a ser membro do senado romano e, masi tarde, questor (magistrado encarregado das finanças).

Em Roma, o triunfo político não acontecia impunemente, e a notoriedade de Sêneca suscitou a inveja do imperador Calígula, que morreu antes de poder destruí-lo. Dessa forma, Sêneca pôde continuar vivendo com relativa tranquilidade, mas essa não durou muito tempo. Em 41 d.C., foi desterrado para Córsega sob a acusação de adultério, supostamente com Júlia Livila, sobrinha do novo imperador Cláudio César Germânico.

As cartas

Um gênero textual bastante antigo. É também chamada de epístola. Composição datada e escrita por um indivíduo ou em nome de um grupo com o objetivo de ser recebida por um destinatário. O termo tem uso antigo e constitui gênero literário importante a partir do conjunto de textos do Novo Testamento que ficaram conhecidos por epístolas.

Os apóstolos Paulo, Pedro e João foram os que enviaram cartas para as comunidades.

Modernamente, em "Todas as cartas", conhecemos as cartas enviadas por Clarice Lispector às irmãs e a amigos escritores como João Cabral de Melo Neto, Rubem Braga, Nélida Piñon, Oto Lara Resende e Lygia Fagundes Telles.

Há também "Cartas escolhidas", de Monteiro Lobato, enviadas para seus familiares.

QUESTÃO DE ENEM

No Brasil, o sistema de transporte depende do uso de combustíveis fósseis e de biomassa, cuja energia é convertida em movimento de veículos. Para esses combustíveis, a transformação de energia química em energia mecânica acontece:

a) na combustão, que gera gases quentes para mover os pistões no motor.

b) nos eixos, que transferem torque às rodas e impulsionam o veículo.

c) na ignição, quando a energia elétrica é convertida em trabalho.

d) na exaustão, quando gases quentes são expelidos para trás.

e) na carburação, com a difusão do combustível no ar. (Curso Preparatório ENEM - Editora Aprovar)

QUESTÃO DE ENEM

Os números e cifras envolvidos, quando lidamos com dados sobre produção e consumo de energia em nosso país, são sempre muito grandes. Apenas no setor residencial em um único dia, o consumo de energia elétrica é da ordem de 200 mil MWh. Para avaliar esse consumo, imagine uma situação em que o Brasil não dispusesse de hidrelétricas e tivesse de depender somente de termoelétricas, onde cada kg de carvão, ao ser queimado, permite obter uma quantidade de energia da ordem de 10kWh. Considerando que um caminhão transporta, em média, 10 toneladas de carvão, a quantidade de caminhões de carvão necessária para abastecer as termoelétricas, a cada dia, seria da ordem de:

a) 20.

b) 200.

c) 1.000.

d) 2.000.

e) 2.000.

(Curso Preparatório ENEM - Editora Aprovar)

QUE PALAVRA!

Alfenim

Massa branca de açúcar; pessoa delicada, melindrosa. (Silveira Bueno)

Sujeito dengoso. Afetado. Maneiroso. Tipo de doce feito nos engenhos de moer cana, puxado com as mãos que são polvilhados numa bacia de goma seca. Daí também chamar-se de puxa-puxa. (Luiz da Câmara Cascudo em Folclore da Alimentação - Citado por Raimundo Nonato em Calepino Potiguar)

Massa de açúcar muito branca, a que se dá ponto especial. Pessoa delicada, melindrosa. (Aurélio)

Massa de açúcar seca, muito alva, vendida em forma de flores, animais, sapatos, cachimbos, peixes, etc. Do árabe al-fenie (Morais) valendo alvo, branco. Os árabes trouxeram-no para a Península Ibérica, onde se divulgou. - "Oh meu rosto de alfeni!" diz Gil Vicente no Velho da Horta; 

"Minha alma he tudo alfeni," canta Antônio Prestes no Auto do Desembargador. Sinônimo de delicado, melindroso, grã-fino, afeminado. Muito antes do séc. XVI o alfenim era tradicional. Acompanhava, numa salva de prata, a festa do Espírito Santo, na antiga nobreza portuguesa. Frei Gaspar Frutuoso (Saudades da Terra) conta que um donatário da ilha da Madeira enviou a Roma um seu fidalgo para "visitar o Papa com hum grande serviço, indo o Sacro Palacio todo feito de açúcar, e os Cardeais de alfenim, da estatura de hum homem." Em Portugal o alfenim foi doce de abadessados, subido à aristocracia do paladar, aparecendo na festa das "grades" e sendo oferecido nos tabuleiros de xarão aos príncipes e ministros. É também doce de romarias, inseparáveis dos arraiais. No Brasil é gulodice democrática, exposto ao público em todas as festas religiosas e vendido nas ruas, em todas as cidades do litoral e do interior, no Nordeste. As flores e figurinhas que enfeitavam os complicados bolos-de-noiva e outros com pretensões artísticas eram feitas em ponto de alfenim. (Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo)

O alfenim, ou alfeni, é produto mais conhecido por nós que temos mais de cinquenta anos. A geração jovem pouco sabe dessa iguaria doce.

A pronúncia dessa palavra entre nós é alfinim.

LADOS

Pertencer à isentomania é um dos modismos da nossa época. Acontece isso no jornalismo.

Do outro lado da moeda, estão os que têm lado. Às vezes do bem comum; em outras, em defesa de si e de si somente. A coletividade que se lixe!

Ter lado é melhor, pelo menos sabemos de que lado cada um está, e não com pinta de isentão, no entanto, não o seja.

Melhor ter lado, ainda que seja para manter um statu quo não tão saudável.

PROVÉRBIO

A negligência corrompe o ânimo.

UM GRÃO

Um grãozinho de fé. É o que precisa todo mundo em todo lugar, em todo tempo.

Mas não fé em qualquer coisa.

A fé move moinhos.

PROVÉRBIO

A necessidade não tem lei.

O QUE NÃO É DEMOCRACIA

Não é só votar. Meter o dedo na tecla ou escrever um nome ou número e pronto.

PROVÉRBIO

A necessidade mui pouco descanso tem.

NUNCA NA HISTÓRIA

Eleição para presidente 

Nunca na história do Brasil uma eleição para presidente dos EUA chama a atenção dos brasileiros e também o povo daqui. Isso mesmo!

Em nossa cidade há muita gente ligada na eleição americana que se encerra hoje e terá o resultado final provavelmente amanhã. A apuração lá é lenta, não como aqui no Brasil.

As pessoas veem na TV e torcem por um outro porque entendem que o resultado de lá influencia cá.

PROVÉRBIO

A necessidade faz os homens espertos.

PROVÉRBIO

A necessidade faz a razão.

DOMINGO

O quê escrever num domingo?

Sobre a eleição nos Estados Unidos? O tema do Enem?

Correndo por fora ainda tem o jogo do Flamengo na TV e a torcida contra e favor. 

São assuntos que inevitavelmente mexem com todo o país.

QUE PALAVRA!

Classe

Numa série ou num conjunto, grupo ou divisão que apresenta características semelhantes; categoria. Categoria de cidadãos baseada nas distinções de ordem social ou jurídica. Grupo de pessoas que se diferenciam das outras por suas ocupações, costumes, etc. Categoria de meio de transporte, conforme acomodações e o preço. Biol. Reunião de ordens. Aula em que se ensina certa matéria. Aqueles que as frequentam. O local onde se dão as aulas; sala. Distinção de maneiras. 

Classe de palavras. 

Cada uma das classes estabelecidas com base em características de significado e de forma: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição. (Aurélio)

As classes de palavras na língua é, digamos, os pilares da gramática. Quem sabe as classes, sabe muita coisa. Sabe nomear os seres, dar qualidade, numerá-los, acompanhar palavras junto de outras, substituir no lugar de nomes, dá-lhes ação, estado, ligá-las, e dar emoção.

ANTECIPAÇÃO

O dia de amanhã, mesmo que a gente não queira, pensa na morte o dia inteiro.

Alguns chegam a antecipar o dia 2 e vão ao cemitério logo hoje.

PROVÉRBIO

A necessidade esperta o engenho.

UM MERGULHO

Vivemos, nós humanos, mergulhados numa escuridão.

A escuridão para uns, é luz; a luz, escuridão.

PROVÉRBIO

A necessidade esperta preguiça.

PROVÉRBIO

A necessidade ensina a sofrer.

LIVROS VOLUMOSOS VERSUS MINGUADOS

Entre um livro volumoso e um não, prefiramos um volumoso.

O LIVRO EM DESTAQUE

O dia 23 de abril é o dia mundial do livro.

Em 29 de outubro é o nacional.

Apesar de tantos dias para lembrá-los, ele é deixado de lado por muitas pessoas que potencialmente seria um bom leitor.

Ser leitor é questão de gosto. Nem todo mundo tem a obrigação de gostar de algo por que outros gostam.

Quem prova da leitura e toma gosto, certamente vai gostar e nunca mais deixar de "comê-la".

O SOL

O sol desponta na tarde, depois de uma nublagem, já prevista prevista pelos institutos de meteorologia.

PROVÉRBIO

A necessidade em toda coisa é trabalhosa.

UPANEMA NUBLADA

Upanema nublada agora, após uma tarde quentíssima, com sol causticante.

Esperemos - Esperemos só mais um pouquinho que as chuvas voltarão.

PROVÉRBIO

A necessidade é mestra.

DOMINGO

SÓ LEMBRANÇAS

Numa espécie de "Quem se lembra"?, recordo alguns recortes de meu passado que não existe mais ou não do jeito que era.

Bolacha sete capas - Um certo dia, dizia eu a um padeiro da cidade que as bolachas "sete-capas" de hoje não são tão boas quanto as do passado. E mais: as "sete-capas" de antigamente tinham na verdade sete capas, porque a gente via direitinho as sete capas, gostosas, inclusive.

E qual foi a reação do dono de padaria? Poderia perguntar um leitor.

Negou o fato peremptoriamente.

Peremptoriamente também reafirmo o que disse.

Rádio BBC de Londres - Por causa do tempo - longo tempo - não me lembro mais o nome do radialista brasileiro radicado em Londres. Era um programa em língua portuguesa.

QUE PALAVRA!

Clichê 

Placa gravada em relevo sobre metal, para impressão de imagens e textos por meio de prensa topográfica. A imagem ou o texto assim impresso. V. lugar-comum. ( Aurélio)

Chapa metálica de textos e imagens em relevo, para impressão. Lugar-comum, ideia ou expressão muito comum; chavão, estereótipo. (Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras)

Na redação de Enem - Nunca se deve usar um clichê numa redação.

QUESTÃO DE ENEM

Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de fôrma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.

O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. "Textos guardados acabam cheirando mal", disse Silvia Plath, {...} que, com esta frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? Guardar ou jogar fora?

Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.

Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida na seguinte frase:

a) "A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa".

b) "Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda".

c) "O período de maturação na gaveta é necessário".

d) "Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de fôrma".

e) "ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho".

(Português - Contexto, interlocução e sentido)

QUASE POESIA

Quente está o sol 

O rei sol

Como sempre esteve.

Rei da quentura 

Não tem pra ninguém 

Nessa área.

Produz vapor durante o dia 

E ainda deixa um resto para a noite.

Sua quentura produz vapores

Que vaporam tanto

Que às pessoas não restam

Proteção de narizes 

De bocas e companhia.

PROVÉRBIO

A natureza humana com força se justifica.

PROVÉRBIO

A natureza cria o bom  e o mau.

PROVÉRBIO

A natureza com pouco se contenta.

PROVÉRBIO

A natureza bem regida pouco há mister.

CÉU LIMPO, POUCAS NUVENS

Entra a noite com céu limpo.

Ventos leves, bem arejantes. Aqueles que espantam o calor.

SUBZÍDIO

Subzídio é pronúncia errada feita por muita gente, inclusive por pessoas que vivem diariamente na mídia.

Na época eleitoral, um candidato que falava para milhões de pessoas lascou um subzídio daqueles.

Agora pergunto eu:

Como é que os ouvintes e quando vão aprender que subsídio deve ser pronunciado assim: subssídio?

PROVÉRBIO

A natureza a todos dá o que lhe convém.

DOMINGO

MAIOR TORCIDA 

A maior torcida do futebol brasileiro, o Flamengo, deixa a maior torcida brasileira de futebol no sentido figurado, a contra, muito triste hoje pela tarde.

O time rubro-negro empatou com o Corinthians, segunda maior torcida do país.

O Flamengo vai para a final com o Atlético Mineiro, visto que tinha ganhado a primeira por um a zero.

Em todo o país essa torcida contra é grande. Aqui em Upanema ela não foge da regra.

ALTA CULTURA 

Olavo de Carvalho chamava a atenção para a exaltação da alta cultura por uns, e exaltação da ignorância, o não saber, por outros.

TEMPO SECO

Vivemos um tempo seco. É um ciclo que ocorre todos os anos. Muita gente comenta o fato como se não fosse natural. Um ciclo que ocorre todos os anos. Daqui a alguns dias, teremos chuva, e consequentemente, frio.

ALUNO ESTUDIOSO NÃO ESTUDA PARA FAZER PROVA

O motivo do grande fracasso de muitos alunos é essa coisa de estudar para fazer prova, principalmente de última hora.

Se passam dois meses estudando, para quê estudar até minutos antes do começo da prova?

Já os que fazem concursos, passam meses e meses estudando e revisando os conteúdos. Mas nunca devem estudar no dia da prova.

QUE PALAVRA!

Ad hoc (expressão latina)

Indica o substituto ocasional, designado para a prática de um ato judicial. (Dicionário jurídico de bolso, de Paulo Roberto Benasse)

Para isto, ou seja, para este determinado caso. (Silveira Bueno)

PROVÉRBIO

A natural inclinação vence tudo.

NÃO TÃO

Linguagem

Há uma luta desigual entre os que defendem a linguagem formal e os da linguagem informal.

Há uns combinados entre os estudiosos, inclusive os linguistas, que em certos ambientes e com certos interlocutores a maneira de se expressar deve varias.

Ao falar com agricultores, geralmente não escolarizados, o locutor deve expressar-se do jeito deles, numa linguagem mais leve e informal.

Em ambientes mais sofisticados, com plateias mais escolarizadas, a linguagem pode ser mais carregada de figuras de palavras.

Aqui não entra o caso de relaxar-se com o uso de récorde - palavra não dicionarizada e não aceita pela ABL - menas, agente vamos, nós vai, meia doente, beneficiente, previlégio, fazem dias, seje, e tinha chego. 

Recentemente, um alguém na televisão diz que eles não tão ligando para isso ou aquilo. Ele queria usar o verbo estar, terceira pessoa do plural, estão, mas usou tão, que é advérbio.

Não estão, portanto, ligando para isso.

E nessa pisadinha, a maneira formal de se expressar, a cada dia fica mais difícil ser assimilada pelos ouvintes, tendo em vista a força da mídia.

PROVÉRBIO

A mulher que te quer não dirá o que em ti houver.

PROVÉRBIO

A muito entendimento, baixa fortuna.

PROFESSOR ESPECIAL

A missão de ensinar é tarefa difícil, principalmente para quem está ali na sala, mas não está nem aí para aquilo. Só isso já diz muita coisa contra o ensinar.

Há outra situação que nunca senti na pele e nem sentirei, tendo em vista que já estou em fim de carreira: é o professor das primeiras letras.

De tenra idade, mas ainda me lembro do esforço da primeira professora em fazer com que a gente aprendesse as primeiras letras, as primeiras sílabas, as primeiras palavras e produzisse os primeiros textos.

Não tem professor de ensino fundamental, médio ou universitário que iguale ao do fundamental menor. Sua competência não tem preço.

O papel das autoridades

Deveriam receber prêmios extras os professores que conseguissem alfabetizar na hora certas seus alunos. E mais: não deixar nenhum fora da sala. Premiá-los ali, na sua profissão que é o magistério. 

Professor fora da sala, nunca! Nunquinha!

ENSINAR E EDUCAR: THAT IS THE QUESTION!

Sempre quando chega o dia do professor, é a mesma conversa: todo mundo valoriza sua função importante na sociedade, que deveria ganhar mais, ser mais visto, et cetera coisa e tal.

Uma coisa que ocorre nessas falas é o fato da distância entre o falar e o fazer. É no palanque político que o que se diz não condiz com a prática. Se dão tanto valor, por que não mudam o quadro caótico do ensino, seja no pecuniário, seja no pedagógico?

No pecuniário, seria mais fácil se os governantes pusessem em prática o que está na lei. No pedagógico é muito pior, se considerarmos a questão conceitual: o professor é pago para ensinar ou educar?

Hoje em dia, o ensino é colocado em segundo plano. Senão vejamos a política educacional vigente. Temos secretários e ministros da educação e não do ensino.

Já tivemos o Brasil como pátria educadora e não ensinadora. Isso é prova que o ensino é posto em segundo ou nenhum plano. Temos até patrono da educação e não do ensino. Ele mesmo se dizia educador. Poucas vezes era apresentado como professor.

Já no Pisa

O Brasil ficou entre os 15 piores na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) sobre criatividade divulgada nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A liderança, assim como linguagens, matemática e ciências, ficou com Singapura. 

O Pisa define o pensamento criativo como "a competência para se envolver produtivamente na geração, avaliação e melhoria de ideias que possam resultar em soluções originais e eficazes, avanços no conhecimento e expressões impactantes da imaginação" e afirma que ele pode ser desenvolvido por meio da prática e que pode ser demonstrada em contextos cotidianos.

Fazem a prova alunos entre 15 anos e 3 meses e 16 anos e 2 meses na época da avaliação que completaram pelo menos seis anos de educação formal. No teste, os estudantes tiveram 1 hora para responder a 18 questões, que avaliaram quatro dimensões:

Expressão escrita: envolve comunicar ideias e imaginação por meio da linguagem escrita;

Expressão visual: envolve comunicar ideias e imaginação por meio de uma variedade de diferentes mídias;

Resolução de problemas sociais: envolve compreender diferentes perspectivas, atender às necessidades de outras pessoas e encontrar soluções inovadoras e funcionais para as partes envolvidas;

Resolução de problemas científicos: envolve gerar novas ideias, projetar experimentos para investigar hipóteses e desenvolver novos métodos ou invenções para resolver problemas.

Em uma das questões, os estudantes foram apresentados a uma pintura, e o item pedia para que eles escrevessem três títulos para a imagem. Em outra, eram apresentadas quatro imagens formando uma história em quadrinhos e o aluno precisava criar os diálogos.

A maioria dos 12 países que superaram a média da OCDE em pensamento criativo também superaram a média em matemática, leitura e ciências. Apenas Portugal obteve um desempenho acima da média da OCDE em pensamento criativo (34 pontos), mas não significativamente diferente da média das outras provas. (Da revista Exame em 18 de junho de 2024).

PROVÉRBIO

A muita repreensão busca mui poucos amigos.

INFORMAÇÕES DE QUE DISPÕE O ELEITOR PARA VOTAR

Há um número grande de eleitores que votam sem conhecer quase nada do candidato.

A invocação da história 

Foi assim no primeiro turno e será assim de novo no segundo. 

A história é testemunha de tudo. É ela que dá o norte para o eleitor escolher bem quem vai governar. Se o eleitor não a conhece, é impossível dar certo.

APAGUINHO

Um neologismo. Apaguinho é neologismo. Palavra não encontrada em qualquer dicionário da língua, a não ser em algum especializado.

O apaguinho, quando é relâmpago, arranca dos alunos gritinhos de satisfação. Na falta da preciosa energia, eles irão para casa mais cedo. Um "ah"! vem logo em seguida. Uma pena isso.

Saindo da linguagem e chegando na energia - que interessa mesmo - os apaguinhos de energia têm-se amiudado.

Cheguei a pensar e até a comentar nas rodas que isso é para a gente não esquecer dos anos 80.

PROVÉRBIO

A muita familiaridade causa menosprezo.

DOMINGO

Nossa manhã

Nossa manhã de hoje foi nublada.

Uma manhã para lembrar nossos invernos.

Segunda-feira

Amanhã teremos uma segunda-feira normal, mas uma segunda que não tão igual como outras segundas. Além da feira, é uma segunda não imprensada porque teremos aula normal. 

Na terça, 15, é dia do professor. Será um feriado somente para as escolas. Provavelmente por esse motivo é que teremos aula amanhã normalíssima. Voltaremos na quarta-feira.

QUE PALAVRA!

Abstenção

O não-exercício de um direito, de uma função ou a renúncia deles. (Dicionário Jurídico de Bolso - Paulo Roberto Benasse)

Ato ou efeito de abster-se; abstinência. Recusa voluntária de participar de qualquer ato. (Aurélio)

Ato ou efeito de abster-se; Omissão voluntária de alguma coisa; renúncia, desistência. (Soares Amora)

Na política, sobre o direito de votar, leva o eleitor a pagar multa, tendo em vista a obrigatoriedade do voto no Brasil.

Quem se abstém, renuncia o sufrágio nos candidatos, no voto em branco e nulo.

PROVÉRBIO

A muita facilidade é em parte doidice.

O QUE APRENDI EM POLÍTICA

Quando devemos fazer política?

Para os profissionais da política, sempre.

Para os que não se interessam por candidaturas, a política - no bom sentido da palavra - deve ser o combate diário. É a cobrança pelos serviços que devem ser executados por quem de direito.

PROVÉRBIO

A muita cortesia é espécie de engano.

O QUE APRENDI EM POLÍTICA

A campanha passa, mas a política não.

A política é a cobrança do dia-a-dia acerca das ações dos mandatários.

Política é cobrar o que deve ser feito. O que falta fazer. É confrontar o plano de governo com o governo.

PROVÉRBIO

A muita confiança nunca causou pouca pena.

COMO SE APRENDE?

Não há fórmula de se aprender qualquer coisa, mas quando se trata de aprendizagem escolar, indispensável é pelo menos ouvir ou escrever, ou ainda ouvir e escrever o que se estuda.

E com uma língua estrangeira a coisa piora se pensamos em aprender o mínimo do miníssimo sem pelo menos escrevermos algumas frases ou ouvirmos um nativo falar ou pelo menos praticarmos a língua oralmente.

Não se aprende sem praticarmos nada como muitos por aí tentam.

O QUE APRENDI EM POLÍTICA

Voto livre

O voto é livre, mas muitos perdem a liberdade ao longo da campanha.

São livres, teoricamente, mas prendem-se com diversas algemas.

É como diz o poeta português Luiz Vaz de Camões em seu belíssimo soneto com referência ao amor:

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

PROVÉRBIO

A muita abastança não farta, mas enfastia.

O QUE APRENDI EM POLÍTICA

Voto secreto

Temos o direito de votar secretamente. É o que diz a Constituição Federal:

A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, e nos termos da lei... (Artigo 14).

É secreto, mas poucos exercem esse direito.

PROVÉRBIO

A moderação nas coisas é o todo delas.

DOMINGO

DIA DE DECISÃO

Eleição diferente

A eleição em cidades onde há reeleição, o voto tem um significado a mais, além de uma simples escolha.

É como se fosse um plebiscito entre sim e não.

Plebiscito: consulta popular através do voto para a decisão de uma questão específica; referendo. (Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras)

A palavra em questão em seu sentido literal é desconhecida de muitas pessoas, inclusive do senhor Rodrigues na crônica de Artur Azevedo:

Manduca é o menino questionador.

De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:

– Papai, o que é plebiscito?

O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme.

O pequenos insiste.

– Papai?

Pausa.

– Papai?

Dona Bernardina intervém:

– Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar que lhe faz mal.

O senhor Rodrigues não tem outro remédio senão abrir os olhos.

– Que é? Que desejam vocês?

– Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito.

– Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?

– Se soubesse não perguntava.

O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaiola:

– Ó senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito!

– Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.

– Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito?

– Nem eu, nem você: aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito.

– Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!

– A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga!…

– A senhora o que quer é enfezar-me!

– Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era proletário. Você falou, falou, e o menino ficou sem saber!

– Proletário, acudiu o senhor Rodrigues, é o cidadão pobre que vive do trabalho mal remunerado.

– Sim, agora sabe porque foi ao dicionário: mas dou-lhe um doce, se me disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira!

– Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças!

– Oh! Ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: – Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito, vai buscar o dicionário, meu filho.

O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada:

– Mas se eu sei!

– Pois se sabe, diga!

– Não digo para não me humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo!

E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o quarto, batendo violentamente a porta.

No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário…

A menina toma a palavra:

– Coitado do papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é perigoso!

– Não fosse tolo, observa dona Bernardina, e confessasse francamente que não sabia o que é plebiscito!

– Pois sim, acode o Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involuntário de toda aquela discussão: pois sim, mamãe, chame papai e façam as pazes.

– Sim! sim! façam as pazes! Diz a menina em tom meigo e suplicante. Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangarem-se por causa do plebiscito!

Dona Bernardina dá um beijo na filha e vai bater à porta do quarto:

– Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco.

O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente. Ele entra, atravessa a casa e vai sentar-se na cadeira de balanço.

– É boa! brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio; é muito boa! Eu! Eu ignorar a significação da palavra PLEBISCITO! Eu!…

A mulher e os filhos aproximam-se dele.

O homem continua num tom profundamente dogmático.

– Plebiscito…

E olha para todos os lados a ver se há por ali mais alguém que possa aproveitar a lição.

– Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecida em comícios.

– Ah! Suspiraram todos aliviados.

– Uma lei romana, percebem? E querem introduzir no Brasil! É mais um estrangeirismo!