domingo, 7 de junho de 2009

PARA QUEM AINDA NÃO VIU A MAIS RECENTE DIÇÃO DO JU

DOIS DEUSES


Em época de inverno “a gente desses mais véio”, como diria João de Chico Cândido, não se esquece das histórias que o povo conta sobre as famosas “burradas” que se dizem contra a natureza e Deus. No nosso linguajar popular, uma burrada é você pedir que chova mil milímetros sem parar; é você rogar uma praga bem grande contra outra pessoa; é dizer que quem manda ali é ele, não Deus; é dizer nomes feios com a chuva; é profanar o sagrado com palavras duras.

A minha história é verdadeira. No começo de um inverno, um senhor da zona rural estava preparando a terra. Só que o local era um baixio onde passava água, caso o inverno fosse grande. Por ali já fazia anos que a água não alcançava aquele local. Como eu dizia, o velho preparava o terreno. Passou uma pessoa e disse: Seu João, não plante aí porque senão a água carrega. O velho olhou e disse: “Que nada! Não vai chover. Deus não vai mandar chuva, não. Ele mandava chuva quando era mais novo. Ele tá véio! A gente precisa é de dois Deus!”

O tempo passou e a chuva veio forte como há muito tempo não tinha ocorrido. Foi um Deus nos acuda. Toda a plantação na parte baixa foi destruída. Só a parte de cima é que escapou alguns feijõezinhos. O bom foi quando as pessoas passavam por ele diziam: E aí?! Com um Deus a plantação foi quase toda destruída, imagine se houvesse dois deuses!

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TRINTA E UM

Trinta e um centímetros é o que falta para a sangria da barragem "Jessé Pinto Freire", a conhecida barragem de Umari.