MENAS CULTURA
Na nossa língua há certas palavras que não são palavras certas. Elas existem pela força. Exemplos temos aos montes: récorde, rúbrica.
Sobre estas o leitor já está enjoado de saber que não são registradas nos melhores dicionários da língua. Hoje apresento outra que poderá deixar o leitor de queixo caído: é a palavra menas. Será que ela existe de verdade ou uma pessoa mais sabida do que eu inventou e disseminou pelo Brasil a fora?
Pois vejam. Não faz muito tempo que ouvi um conferencista – não sei se de corpo presente ou pela televisão – só sei que vi um sabido estufar o peito e dizer que não sei quem tem menas cultura do que não sei quem lá. Ano passado, eu estava com os olhos nos candidatos e os ouvidos prestando atenção no que eles diziam pra a gente, quando um – não sei se do lado de lá ou do lado de cá – sei que ele disse que “no comício passado tinha menas pessoas que naquela noite.” Achei normal porque a dita criatura candidato tinha ido pouco à escola.
Aliás, a média deles é de gente iletrada e tem dificuldade de interpretar leis. Recapitulando: a palavra menas não existe. Pelo menos no dicionário, porque na cabeça de algumas pessoas, ela está presente. Só nos resta saber quem foi o inventor. Vocês sabem quem foi? Não? Nem eu.
(Do Jornal de Upanema - 2ª quinzena de julho)
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