CARTILHA
Para os mais novos, a palavra cartilha soa estranho.
Imaginem eu, já próximo dos cinquenta, não cheguei a estudar com cartilha! E o
que era uma cartilha? Era um livro que a professora seguia, ipsis literis, sem
tirar nem botar.
Toda aula tinha uma lição, que era aplicada pela professora e
estudada com muita dedicação. Havia também lições para casa. Quem perdia a que
foi executada na sala, ficava perdido ou quase.
Se alguém perdia a lição, ficava para trás, mas
tinha a chance de copiá-la e recuperar o conteúdo.
A aprendizagem na cartilha era possível devido a
repetição das palavras, textos reescrita dos mesmos. Em casa, a mãe,
principalmente a mãe perguntava ao filho como tinha sido a lição. O menino
respondia o que tinha visto lá, e mostrava o que escrevera. De sorte que não
tinha escapatória, pois se não tinha visto nada, logo não saberia dizer nada.
(Texto publicado no JORNAL DE UPANEMA, edição 91)
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