domingo, 6 de outubro de 2013

QUEM SE LEMBRA?

CARTILHA

Para os mais novos, a palavra cartilha soa estranho. Imaginem eu, já próximo dos cinquenta, não cheguei a estudar com cartilha! E o que era uma cartilha? Era um livro que a professora seguia, ipsis literis, sem tirar nem botar. 

Toda aula tinha uma lição, que era aplicada pela professora e estudada com muita dedicação. Havia também lições para casa. Quem perdia a que foi executada na sala, ficava perdido ou quase.

Se alguém perdia a lição, ficava para trás, mas tinha a chance de copiá-la e recuperar o conteúdo.

A aprendizagem na cartilha era possível devido a repetição das palavras, textos reescrita dos mesmos. Em casa, a mãe, principalmente a mãe perguntava ao filho como tinha sido a lição. O menino respondia o que tinha visto lá, e mostrava o que escrevera. De sorte que não tinha escapatória, pois se não tinha visto nada, logo não saberia dizer nada.


(Texto publicado no JORNAL DE UPANEMA, edição 91)


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PROVÉRBIO

A olhos cegos, qualquer lume parece claridade do sol.