sábado, 18 de julho de 2020

ANALFABETISMO

"É a incapacidade total de ler e de escrever. Os critérios de definição, porém, para fins de recenseamento, não são os mesmos em todos os países do mundo. Assim, por exemplo, o analfabetismo pode ser definido como capacidade de leitura e escrita insuficiente para o atendimento das exigências da vida adulta. 

No Brasil, para pessoas acima de 10 anos de idade, o censo de 1950 acusou 51,65% de analfabetos, figurando o Estado da Guanabara com o melhor índice de alfabetização, 84,48%; os índices mais baixos estiveram representados pelos Estados da Paraíba, 29,18%, Piauí, 25,59%; Maranhão, 25,22%; e Alagoas, 23,65%. (Dados da Enciclopédia Brasileira Globo, 1977, volume 1)

Dados desta semana do IBGE apontam o um pouco mais de 11 milhões de analfabetos, cerca de 8,7%.

A lista acima não contempla o nosso Rio Grande do Norte, porém, podemos arriscar que na época, os números fossem parecidos com os vizinhos Estados do nordeste.

O número alto de analfabeto daquela época se dava pelo fato de haver pouca oferta de vagas. O pai, já analfabeto, também não estimulava o filho para o estudo, ainda que tivesse vaga. Preferia deixá-lo no trabalho pesado com ele. Havia pais que desafiava o filho para ir frequentar a escola. Se ele não rendesse nada ou começasse a dar trabalho lá, o pai dizia: 

"Se não quiser usar a caneta, eu tenho uma aqui mais grossa." Ele se referia à enxada.

História sobre analfabetos

Papai contava que uma família recebeu uma carta de um filho que morava em São Paulo. Primeiro o pai abriu, olhou, olhou, e começou a chorar. A mulher e os dois filhos perguntaram: o que houve? Ele está mal? O pai respondeu: é porque eu não sei ler o que ele está dizendo. 

E assim, a missiva passou de mão em mão, e cada um chorava porque não sabia decifrar os códigos.

Passava um viajante, jovem, e viu a família toda chorando, com a carta na mão. O rapaz resolveu se aproximar para ver o que se sucedida. 

"O que está acontecendo?"

"É que recebemos esta carta do nosso filho que mora em São Paulo, mas ninguém aqui sabe ler. Leia para nós, moço!"

O jovem pegou a carta e começou a olhar, virar a página, voltar a ler. De repente, começou a verter lágrimas em seu rosto. A família voltou a chorar, pois agora tinha certeza de que algo de ruim teria acontecido com o filho que morava muito distante e não mandava notícias há muito tempo.

"O que diz aí, moço? Alguma coisa ruim aconteceu ao nosso filho?"

"Não sei" - respondeu o rapaz, ainda derramando lágrimas e com voz trêmula:

"É porque eu também não sei ler."


 
 


 

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