Mas por dentro eu não mudo
Já ouvi alguém dizer que o perfume e a música nos fazem lembrar de fatos do passado e deixam marcas profundas na nossa vida.
Já ouvi alguém dizer que o perfume e a música nos fazem lembrar de fatos do passado e deixam marcas profundas na nossa vida.
Não me lembra bem se foi num desses natais do final dos anos oitenta. Só me lembro que eu voltava pra casa quase meia-noite. Ao cruzar a praça do centro, um camarada sentado no coreto, me chama. Bêbado, cantava alto uma música. Aproximei-me e fui convidado a sentar perto e ouvir aquela música, em tom de choramingo. Tive de aceitar a regra básica do bêbado: fazer o outro ouvir várias vezes:
Muito prazer em revê-la, você está bonita
Muito elegante mais jovem, tão cheia de vida
Eu ainda falo de flores e declamo seu nome
Mesmo os meus dedos me traem;disco seu telefone
É minha cara mudei, minha cara,
mas por dentro eu não mudo
O sentimento não pára, a doença não sara
Seu amor ainda é tudo, tudo
Daquele momento até hoje esperei você
Daquele maldito momento até hoje, só você
Eu sei que o culpado de não ter você sou eu
E esse medo terrível de amar outra vez é meu
Sei não devia dizer, disse perdoa
Bem que eu queria encontrá-la e sorrir numa boa
Mas convenhamos a vida nos faz tão pequenos
Nos preparamos pra muito e choramos por menos.
Era uma composição de Moacir Franco e interpretada pelo próprio, mas imortalizada por João Mineiro e Marciano. Depois foi gravada por Bruno e Marrone.
Sei que quando me livrei do amigo - era amigo de escola - fui pra casa com aquela canção na cabeça.
O tempo passou. Ele foi morar em São Paulo, constituiu família e ainda mora lá. Uma vez ele veio a Upanema e eu não perdi a oportunidade de relembrar aquilo. Ele apenas riu. Eu quis que ele dissesse quem era a malvada que tinha feito ele cantar aquela música, mas ele não confessou.
Quando nesta semana, dia 18, sexta-feira, soube da morte de Marciano, da dupla, não pude me esquecer daquele episódio.
Muito prazer em revê-la, você está bonita
Muito elegante mais jovem, tão cheia de vida
Eu ainda falo de flores e declamo seu nome
Mesmo os meus dedos me traem;disco seu telefone
É minha cara mudei, minha cara,
mas por dentro eu não mudo
O sentimento não pára, a doença não sara
Seu amor ainda é tudo, tudo
Daquele momento até hoje esperei você
Daquele maldito momento até hoje, só você
Eu sei que o culpado de não ter você sou eu
E esse medo terrível de amar outra vez é meu
Sei não devia dizer, disse perdoa
Bem que eu queria encontrá-la e sorrir numa boa
Mas convenhamos a vida nos faz tão pequenos
Nos preparamos pra muito e choramos por menos.
Era uma composição de Moacir Franco e interpretada pelo próprio, mas imortalizada por João Mineiro e Marciano. Depois foi gravada por Bruno e Marrone.
Sei que quando me livrei do amigo - era amigo de escola - fui pra casa com aquela canção na cabeça.
O tempo passou. Ele foi morar em São Paulo, constituiu família e ainda mora lá. Uma vez ele veio a Upanema e eu não perdi a oportunidade de relembrar aquilo. Ele apenas riu. Eu quis que ele dissesse quem era a malvada que tinha feito ele cantar aquela música, mas ele não confessou.
Quando nesta semana, dia 18, sexta-feira, soube da morte de Marciano, da dupla, não pude me esquecer daquele episódio.
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