Palavras e ideias - Há alguns anos, o Dr. Johnson O'Connor, do Laboratório de Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de Tecnologia, de Hoboken, New Jersey, submeteu a um teste de vocabulário cem alunos de um curso de formação de dirigentes de empresas industriais (industrial executives). Cinco anos mais tarde, verificou que os dez por cento que haviam revelado maior conhecimento ocupavam cargos de direção, ao passo que dos vinte e cinco por cento mais "fracos" nenhum alcançara igual posição.
Isso não prova, entretanto, que, para vencer na vida, basta ter um bom vocabulário; outras qualidades se fazem, evidentemente, necessárias. Mas parece não restar dúvida de que, dispondo de palavras suficientes e adequadas à expressão do pensamento de maneira clara, fiel e precisa, estamos em melhores condições de assimilar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros, cujo acervo léxico seja insuficiente ou medíocre para a tarefa vital da comunicação. (Comunicação em prosa moderna - Othon M. Garcia)
O texto transcrito acima foi publicado em 1973. Portanto, seu pensamento não é compartilhado por muita gente, inclusive pela classes dos professores, e em especial aos que se intitulam educadores. A ideia principal gravita em torno da meritocracia. Para muitos, o foco da educação deve estar na cidadania e não no ensino. Os menos favorecidos, segundo eles, não conseguem disputar em pé de igualdade com os mãos favorecidos. Como dá pra perceber esse pensamento, os pobres só ascendem na vida através de um empurrãozinho. O teste feito para os personagens acima eram provavelmente pessoas escolarizadas, mas necessitavam do bom uso do vocabulário. Se tivesse feito o mesmo curso para pessoas de nível menor, certamente surtiria o mesmo efeito. O vasto conhecimento do léxico é, sem dúvida, algo que empurra pra frente o pobre e o rico. Leitura de livros grossos é a boa dica.
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