domingo, 23 de outubro de 2022

ENTRETENDO - EDIÇÃO DE DOMINGO

AS FORMIGAS E OS OUTROS SERES

Formigas trafegam despreocupadamente sem atentarem para os perigos que as cercam.

De repente, chiado ao longe, para seus ouvidos, e pertinho, para os humanos. 

O chiado era resultado das águas que iam em sua direção. Elas, ao pé de uma árvore, nem se importavam com o tempo nem espaço. Apenas a vida peculiar daqueles animaizinhos era o foco. 

O cavamento de um buraco para agasalhar-se, o comimento de um inseto morto ou semimorto, um puxar de areia dali para acolá, o morder o pé ou mocotó de um ser vivo, seja um animal maior ou uma pessoa que pare inadvertidamente por ali, eis a rotina daqueles bichinhos inteligentes que raciocinam como se fossem alguns seres que se dizem superiores em matéria de razão donos de suas verdades. 

Uma escapava numa folha. Outra percebia a tempo o perigo e saía com rapidez em direção a um lugar enxuto e mais alto, onde não houvesse perigo.

Aquelas que estavam lá em sua rotina diária, enterradas na areia que cavaram, não conseguiram escapar  das águas que logo cobriram aquele humilde buraco ao pé da árvore. Algumas ainda ensaiaram um escapamento, mas seus nados são infrutíferos diante de tamanho volume de água.

As águas da vida real também afogam muitos humanos, denotativa e conotativamente.

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TRINTA E UM

Trinta e um centímetros é o que falta para a sangria da barragem "Jessé Pinto Freire", a conhecida barragem de Umari.