Munidos do livre-arbítrio, nós humanos fazemos que bem entendemos, a qualquer hora e em todo lugar.
Soltamos piadas, falamos da vida alheia, tesouramos, colamos nas provas, atrapalhamos o próximo, bebemos cachaça em demasia, poluímos os rios. Alguns de nós ainda rebolamos lixo na frente da residência para culparmos a prefeitura. Há casos em que a prefeitura é que não recolhe os entulhos do meio da rua. Esta (poder público) tem, com certeza, alguma barroca no meio do caminho, como a falta de recursos ou a culpa dos garis.
Para cada ato, uma desculpa. Para cada desculpa, uma explicação. Uma explicação muitas vezes das mais esfarrapadas possíveis. A tradução para "desculpas esfarrapadas", num linguajar mais acessível, é "desculpa de bêbado é barroca". A barroca é um montículo de barro ou qualquer empecilho para o nosso andar. "Monte de barro", diz o Aurélio. "Cova formada pela enxurrada", diz Soares Amora.
O certo é que o provérbio acima utiliza a barroca como o empecilho de não realizarmos certos feitos.
Por que soltamos piadas? Porque o outro soltou pra mim. Por que falamos dos outros? Porque todos falam de mim. Então, falarei primeiro. Por que colamos nas provas? Porque quem não cola, não sai da escola. Por que poluímos os rios? Porque já fazemos isso há muito tempo e não sabemos fazer diferente. Etc, etc.
E assim, há muitas barrocas pela frente para colocarmos como desculpas. O melhor seria que procurássemos nos livrar das barrocas ou removê-las do caminho.
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