Uma mãe irresponsável
Nem todas são merecedoras do título de mãe. Suas ações não condizem com o nome que carregam. A mãe da minha história, que o leitor pode chamar de conto ou crônica, não merecia ser chamada de mãe. Por vários motivos: Primeiro, porque não gostava dos seus filhos. Segundo: paria filhos a torto e a direito. Assim, já tinha uma boa quantidade. Os rebentos iam para as casas dos vizinhos comerem restos de comida que sobravam. Tornaram-se mendigos.
Uma vez chegou ao cúmulo de matar um de seus filhos. O que tinha dado na sua cabeça? O certo é que ela pegou-o e arremessou-o contra a parede até liquidar com a vida. Depois devorou-o com os dentes comendo-o pedaço por pedaço. Perguntará o leitor: Isso é mãe? O pior de tudo é que ninguém chegou na hora pra acudir o rebento, que era um indefeso recém-nascido.
Dormia pouco nas noites. Não ficava em casa para cuidar deles, mas perambulava de rua acima, rua abaixo. Entrava aqui, saía acolá.
A rua era o palco das disputas pelos seus pretendentes. Ela era daquelas que gostava de brigar por quem estimava. Muitas vezes atracou-se pelo chão com outras que queriam tomar um que estava na sua posse.
Um dia as coisas arrocharam pro seu lado: apareceu uma rival muito enorme e brava, que além de tomar o seu pretendente, deu-lhe muitas unhadas, tapas, mordidas em muitas partes do corpo fazendo-a desistir de morar na cidade. Abandonou tudo e tornou-se gata do mato.
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