quinta-feira, 2 de novembro de 2023

CRENÇAS SOBRE A ALMA E SOBRE A MORTE

Até o apagar das luzes da história da Grécia e de Roma, presenciamos a permanência, entre os homens do povo, de certo conjunto de pensamentos e de hábitos com certeza oriundos de época muito remota, mas no qual já se pode reconhecer o ideário original concebido pelo homem a respeito de sua própria natureza, de sua alma e do mistério da morte. 

Até onde nos é dado remontar na história da raça indo-europeia, de onde se originaram as populações gregas e italianas, observamos que essa raça jamais acreditou que, depois desta curta existência, tudo terminasse com a morte do homem. As gerações mais antigas, bem antes que existissem filósofos, já acreditavam em uma segunda existência para além desta nossa vida terrena. Encaravam a morte não como uma aniquilação do ser, mas como simples mudança de vida.

Onde, porém, e de que modo seria vivida essa outra existência? Acreditava-se que o espírito imortal, uma vez liberto do corpo, animaria outro corpo? Não, pois a crença na metempsicose nunca se arraigou no espírito das populações greco-italianas; tampouco era essa a crença dos antigos árias do Oriente, pois que os hinos védicos se lhe opunham. Acreditava-se então que o espírito subisse ao céu, para a região da luz? Também não, visto que a ideia das almas entrarem na morada celeste é relativamente moderna no Ocidente; o céu só era tido como recompensa merecida por alguns grandes homens e benfeitores da humanidade. Consoante às mais antigas crenças dos povos itálicos e gregos, não seria em outro mundo que a alma viveria essa sua outra existência, ficaria perto dos homens, continuando a viver na terra, junto deles. (Do livro "A cidade antiga", de Fustel de Coulanges)

A bíblia é outro livro que expõe claramente sobre o destino da alma dos seres humanos. E vai mais além: depois da morte, a alma sofre um processo gradual até um dia chegar à ressurreição.


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