domingo, 23 de outubro de 2011

QUEM SE LEMBRA?

Cacimba de Lino

Quem é jovem hoje nem imagina como era a situação do povo de Upanema até começo dos anos 80. Upanema não tinha os serviços da CAERN. Até lá, as pessoas tinham que se virar nas cacimbas do rio ou na várzea. 

Como não tínhamos ainda um rio poluído, até que dava pra beber a água do leito do rio. 

Papai, como pessoa que trabalhava pra burro, não se importava de dar duro em construir cacimbas. Ele fazia uma ou mais no leito do rio e, em parceria com Lino Pimenta, construía uma em sua terra (terra de Lino), na várzea, bem próximo ao rio. A cacimba na terra de Lino servia para a gente tirar água para beber.

A parceria durou muitos anos, até que chegou o serviço de água da CAERN.

O interessante era a concorrência das pessoas para tirarem água de lá. Uns madrugavam para não enfrentarem filas. Alguns abusavam da boa vontade e derramavam ou quebravam as barreiras. Lino dizia: 

- Erasmo, você é quem manda aí. E papai botava moral mesmo!

Outro detalhe era que do número de pessoas beneficiadas com aquela cacimba era enorme. Porém, os que tinham a coragem de dar "uma pazada" eram poucos. Papai reclamava, mas não tinha jeito.

Assim, os tempos passaram e as cacimbas de Lino ficaram na história.

Um comentário:

Upanema site disse...

Caro Xavier,
Como diz o velho ditado, uma conversa puxa a outra e depois da cacimba de Lino ficamos pra lá de satisfeitos com o abastecimento da Caern. Só que depois de um certo tempo já não mais suportávamos a qualidade e insuficiência daquela água que a caern insistia em continuar inventando de tudo para aumentar o volume e melhorar a qualidade e não conseguia, até que um dia, a câmara de vereadores, modéstia a parte, por iniciativa minha como vereador, provocou aquela empresa e o Governo do estado, com um projeto/ indicação que foi a solução: Perfuração de poços em outra região do município explorando os lençóis subterrâneos e não mais o lençol freático dos cacimbões. Confira nos registros da Câmara municipal, gestão 93 – 97.

PROVÉRBIO

A ociosidade é mãe de todos os vícios.