O voo começa muito cedo, não logo após sair da casula.
São voos minúsculos, curtos e tímidos. Não voa longe porque não pode. Sua estrutura física não o deixa.
Aos poucos, com o crescimento e fortalecimento dos órgãos, começa a dar outros voos mais longos. Uns permitidos e outros não.
Seus protetores e consequentemente cuidadores ficam de olho, reagindo às vezes, omitindo noutras vezes. Bem que poderiam estar atentos e acompanhá-los cuidadosamente sua evolução.
O voo torna-se mais esticado, longo, demorado.
Um dia, fora da vista de quem deveria estar atento, ele cai. Esborracha-se. Cai de todo corpo. Arrebenta-se. O caimento pode ser para ele uma lição, se for o caso do esborrachamento não ser irreversível. Irreversível, eufemismo para fatalidade.
Depois da levantada do voo mal sucedido, o jeito é voar de modo equilibrado para não ser apanhado numa nova queda.
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