Sabem aquela pessoa que não deixa o outro conversar? Aquela pessoa que o dono do pedço em todo canto que chega?
Não posso dizer que nunca tenha feito esse papel de Dagoberto porque já me peguei dominando a fala numa rodinha de conversa.
O
fato me faz lembrar a belíssima crônica do mineiro Fernando Sabino.
Dois personagens conversam, altas horas, próximo a um janela. Do alto
(um sótão ou primeiro andar) está dormindo um terceiro personagem, que é
o narrador. Este acorda com uma teima dos dois personagens sobre o
Botafogo e Fluminense.
Só quem falava era Dagoberto. Alfredo quando fazia menção de falar, Dagoberto o interrompia com um mas.
O
personagem que narra a história não conseguiu dormir com aquele
lenga-lenga sem fim. Então resolveu abrir a janela e interromper o
diálogo e sair em defesa do indefeso Alfredo:
- Ô Dagoberto, deixa o Alfredo falar!
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