O plenário da Câmara de Vereadores de Upanema ficou tomado pela população, que aguardava ansiosa a versão do executivo, diante da reivindicação do sindicato, de aumento salarial para os funcionários que ganham acima de 1 salário mínimo. Depois da participação do sindicato, na mesma Casa, o executivo, através do Controlador Geral do Município Gilvandro Fernandes, estava programando uma exposição dos números, balanços financeiros, arrecadação do município, relação de quantos funcionários existem na PMU, limite prudencial etc. Ainda dentro do planejamento do executivo, com o objetivo de reforçar a transparência da atual administração, a prefeita Maristela, faria a explanação final, após a apresentação de Gilvandro.Para surpresa de todos, os vereadores de oposição se ativeram a um artigo do Regimento Interno da Casa, onde permite apenas um orador inscrito, por sessão. A vereadora Shirley Sarine – PSB, foi quem levantou a questão. O presidente Dárcio Régis – PMDB, ainda tentou argumentar que as palavras de Gilvandro poderiam servir para tirar dúvidas da população e dos senhores vereadores, mas foi logo repreendido pelos colegas da oposição a prefeita, pedindo para o cumprimento do Regimento da Casa. Dárcio colocou então em votação a participação do Controlador, naquela sessão. Os vereadores Neném do Cabano – PMDB, Gineton Costa – PSB, Elzimar Carvalho – PP, Anísio Jr. – PMDB e Shirley Sarine – PSB vetaram a participação do Controlador naquela sessão.
Diante da negativa da maioria dos vereadores, a prefeita Maristela foi a tribuna e respeitou a vontade da maioria dos vereadores, mas aproveitou para deixar claro que Gilvandro iria se inscrever para próxima sessão e nela irá mostrar a situação financeira do município, para que todos aqueles que tenham interesse possam tomar conhecimento. Em sua fala, Maristela deixou claro que o que impede sua administração de dar um aumento aos servidores, não é sua vontade, mas sim, a responsabilidade com as finanças e com as famílias upanemenses. Ela disse que Upanema vive hoje uma situação complicada, pois a arrecadação caiu bastante e as despesas com a folha de pagamento aumentaram muito, impossibilitando a concessão de um aumento para os funcionários que ganham acima de um salário mínimo. “Analisem comigo minha gente... o que eu ganho não dando aumento? Será que não seria melhor eu estar aqui nesta casa, anunciando um aumento e todos estarem felizes?”, indagou a prefeita. Maristela reforçou que o município hoje se encontra dentro do limite prudencial, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso significa que o município tem que tomar medidas de redução de gastos com a folha e não aumentar. Uma das medidas indicadas é a redução de gratificações, depois a demissões de cargos comissionados e em último caso a demissão dos funcionários efetivos.
Diante dessa situação, a prefeita disse que o município dispõe de 33 cargos comissionados, hoje. Não está nos nossos planos, apesar de muitos quererem que eu o faça, a demissão de nenhum cargo comissionado da prefeitura. “São pais e mães de família que precisam tanto quanto outros efetivos e, trabalham mais do que alguns efetivos também”, comentou. Mesmo diante da possibilidade de demissão de cargos comissionados, ainda sim, não seria possível conceder um aumento. “Não vou ser irresponsável de demitir funcionários, dar aumento a algumas classes – que merecem – mas, depois não ter condições de cumprir”, afirmou. Maristela disse que pediu ajuda, soluções, para o sindicato, mas até hoje, não recebeu a resposta. Da mesma forma, a prefeita solicitou dos vereadores, o apoio no sentido de trazer soluções para o problema. “Estou aberta ao diálogo! Tragam alternativas que estamos dispostos a ouvir e quem sabe acatar”, enfatizou.
Depois de explicar a situação do município, com relação a reivindicação de aumento, Maristela disse que jamais seria contra o movimento de luta do sindicato. Mas, lamentou a forma com algumas pessoas estão se utilizando da reivindicação dos funcionários, para benefício político próprio. Ela repudiou de forma veemente a insinuação de que ela não dava o aumento porque seus filhos estudavam em escola particular. Maristela considerou um ataque covarde, essa insinuação e afirmou que seus filhos já estudaram em escola pública e nunca precisou de prefeitura para que eles tivessem melhores condições de estudar. “Isso é triste! Um sindicalista, que não conhece a minha vida e de meu marido, vir com uma insinuação dessas. Qual é o pai que não quer o melhor para seus filhos? Quer dizer que quem coloca seus filhos pra estudar em uma escola particular está errado? Quantos pais, professores, não colocam seus filhos pra estudar em escola particular?”, perguntou. A prefeita encerrou o assunto pedindo para que as pessoas não confundam sua vida particular com a sua vida privada e não se utilizem desses artifícios para o crescimento na política. “Deixem-me trabalhar. Façam a política sem querer derrubar os outros”, comentou.
Outro ponto abordado pela prefeita foi com relação às afirmações de que ela não recebia o sindicato. Maristela disse que se trata de afirmações de má fé. Ela explicou que já teve reuniões com a presença dela, dos vereadores, da equipe financeira, dos secretários. “Na última reunião, o sindicato pediu os números, os dados financeiros da prefeitura. Nós entregamos e estamos aguardando até hoje uma resposta. Isso o sindicato não diz, só diz que a prefeita é perseguidora!”, assegurou. Mesmo assim, a prefeita disse que continua disposta a conversar. Informou que uma comissão do FUNDEB está marcando uma reunião para discutir mais uma vez a possibilidade de aumento. Em seu aparte, o vereador Oséas Monthallgan – PMDB disse que a oposição vive acusando a prefeita de perseguição, mas hoje ficou claro que existe perseguição é por parte da oposição, que não permitiu que o Controlador Geral do Município falasse.
A afirmação através dos meios de comunicação de que o município não paga o Piso Nacional do Magistério também foi combatida pela prefeita. Maristela disse que Upanema é um dos poucos municípios do RN que paga o que a Lei determina. A prefeita também lembrou que as solicitações feitas pelo sindicato, referente a produtividade dos funcionários da saúde e a construção do banheiro da Escola Maria Gorete,estão sendo atendidas pela prefeitura, mas isso não é divulgado pelo sindicato. A melhoria do transporte escolar também foi citado pela prefeita, destacando que em sua administração foram adquiridos dois ônibus em parceria com o Governo Federal e hoje o município também contrata carros particulares para atender aos estudantes de universidades, escolas particulares e cursinhos que estudam em Mossoró. “Nosso governo foi o que mais deu apoio aos estudantes nessa área e vamos continuar apoiando, pois acreditamos que a educação é o melhor caminho”, afirmou.
Maristela também mostrou números que comprovam uma defasagem salarial entre categorias do município. Comparou o salário dos professores com o de outras categorias com o mesmo nível de escolarização. Ficou claro que algumas categorias com motoristas, auxiliares de enfermagem entre outras, tiveram uma redução maior nos seus vencimentos, ao longo dos anos. “Não estou aqui dizendo que os professores estão ganhando bem, que não merecem aumento não. Pelo contrário, eles merecem ganhar mais! Agora, é importante também que a população saiba que existem outras categorias que merecem também e se for pra dar aumento, eu não vou dar só pros professores não, eu vou aumentar o salário de todos”, afirmou.
No final, Maristela agradeceu aos vereadores pelo espaço concedido. Disse que estava disposta a dialogar sempre. Reafirmou o compromisso de lutar até o último dia de seu mandato pela melhoria na qualidade de vida da população de Upanema, pois foi ela quem a escolheu para seguir a frente de nosso município.
No final, os vereadores indagaram a prefeita sobre alguns temas não relacionados ao assunto: Reajuste Salarial, como: a Agência do Banco do Brasil, abatedouro, transporte escolar etc. Todos foram respondidos.
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