O maior tesouro de todas as gentes - antítese da indesejada das gentes, de Bandeira - de repente, num rápido de repente, de repentíssimo, deixa de estar. Nunca ele foi - do verbo ser.
Quando este tesouro daqui vai, nunca mais voltará. Não avisa a seu ninguém, porque não somos nós, muitas vezes inocentes e ignorantes do papel que desempenhamos no torrão que pisamos, os que mandam no existir e muito menos no viver.
E quando o desviver vem, não há vivente deste solo que consiga desviar o curso. Ele vem de várias formas e de várias cores. Nem avisa com um sai-do-meio porque nem precisa disso. Quando vem, tudo o que é vivo respeita silente.
Depois, fica para os demais o preparo solene da ida de quem se foi de um jeito como se fosse uma fugida, de um deixar pra trás muitas pessoas e coisas, e bens, e amizades, e afetos, e projetos, e desejos, e olhares, e sentimentos, e tudo.
Enfim, o abstrato daqui é o que é levado. Ele se transformará no porvir e no lá um concreto que tornar-se-á eterno para o que boa semente plantou regada com o balde da fé e cultivada com a enxada do amor.
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