quinta-feira, 30 de abril de 2020

POESIA

Rio

Rio do rio
Que muitas vezes
Parecia querer
Me tragar
Me afundar
Me levar para bem longe
Com suas fortes correntezas
Me matar
Me vitimar
Como fez com outros
A uns levou e os matou
A outros sepultou
Fê-los desaparecer
Para nunca mais voltar.

Rio do rio
Com quem aprendi
Os primeiros perigos da vida
Quando dava frágeis braçadas
Onde me afoguei parcialmente
Onde já aos nove braceava
Escondido da mãe
Um aprendiz de nadador
Que expunha-se ao perigo
Mas o traquinar da idade
Via a felicidade
No tomar banho e nadar.







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BREVE

Uma neblina rápida passou por aqui na tarde.