Peço vênia ao autor de "Upanema, de povoado a vila", professor Josafá Inácio, para reproduzir o prefácio, ipsis litteris, escrito por Anaximandro Eudson:
PREFÁCIO DO LIVRO "UPANEMA, DE POVOADO A VILA", DE JOSAFÁ INÁCIO DA COSTA
Emitir uma opinião sobre um fato traduz-se numa responsabilidade muito grande. A opinião quando dita, falada, ecoa pelo ar; quando ela é escrita, ela fica registrada para sempre. Portanto, considerei um desafio atender ao pedido do Professor Josafá Inácio da Costa de prefaciar a maior obra literária já escrita sobre Upanema. Especialmente, comentar um livro que conta histórias de uma época que não vivenciei.
O livro "Upanema, de povoado a vila" soou inicialmente como uma grande aula da História de Upanema. Na verdade é, mas, é mais! O livro com sua linguagem simples e direta, passeia pela genealogia upanemense, sendo muitas vezes didático com os enlaces familiares que nos transformaram no que somos hoje. Para mim, o livro já valeria pela grande pesquisa desenvolvida pelo autor, que buscou informações nas mais diversas esferas históricas sobre os primeiros habitantes de nossa terra. Obstinado pela história de nosso povo, o professor Josafá avançou e revela com riqueza de detalhes a vida econômica e social; a arquitetura, a política, a religiosidade, o transporte, a educação, o comércio e fatos pitorescos da vida cotidiana dos nossos ascendentes.
Os leitores não precisam ser especialistas ou conhecerem de forma aprofundada a nossa história. O livro está organizado em seções, para facilitar a leitura, sendo muitas vezes citados capítulos anteriores, com a finalidade da compreensão dos fatos. Os primeiros capítulos são extremamente necessários para o entendimento do livro. O autor fez questão e detalhar o parentesco e a afinidade dos primeiros habitantes do povoado, para que na continuação do livro, os leitores pudessem enxergar a importância de seus antepassados na construção de nossa sociedade.
Apaixonado e orgulhoso de sua família, o autor também destaca a participação de familiares na vida social upanemense, citando muitas vezes seu pai e sua mãe, sem esquecer também a sua grande contribuição para a mesma. Em vários momentos o autor passa para o pronome da primeira pessoa singular, patenteando sua marca na história local.
Impressiona a capacidade do autor em descrever momentos e lugares da década de 1930, 40 e 50. É um verdadeiro exercício de imaginação para aqueles que, como eu, jamais viram certos prédios ou lugares de nossa cidade. O centro da cidade é descrito com muita precisão, citando até mesmo espaços vazios que, hoje, são ocupados pelo comércio local. As fotos antigas servem para ilustrar aqueles lugares e nos levam a imaginar como era a vida na época.
Inicialmente o livro poderá ser interpretado como saudosista. Acredito que não, porque o que nos rodeia hoje é, em grande parte, o legado dos nossos ancestrais. Devemos aos nossos pais, avós e bisavós o próprio fato de estarmos vivos. Retratar de forma séria, através de uma pesquisa ampliada durante anos, nada mais é do que reconhecer o trabalho desenvolvido por nosso sangue.
Um escritor disse: fazer história é melhor que escrever sobre ela. Por isso, a contribuição histórica do professor Josafá, com a publicação deste livro, já o emoldura nas mais belas páginas de nossa história. O livro "Upanema, de povoado a vila" nos lembra que nossas semelhanças são maiores que nossas diferenças. Um livro para se ler, refletir, imaginar e guardar para as próximas gerações.
Anaximandro Eudson de Oliveira Barbosa e Silva
Secretário Municipal da Prefeitura de Upanema
DIA DO LANÇAMENTO DO LIVRO DE JOSAFÁ SOBRE A HISTÓRIA DE UPANEMA
Naquele dia, presenciei o evento. Mais tarde publiquei neste blog o seguinte texto:
Estive hoje no lançamento do livro do professor Josafá Inácio da Costa - Upanema - de povoado a vila. Como o próprio autor reconheceu, tinha mais gente do que se esperava. As pessoas vieram homenagear o professor de longe. Até de Brasília veio gente.
A festa de lançamento começou um pouco mais de 7 da noite e se estendeu às dez, por causa dos autógrafos. Segundo dados preliminares, o autor vendeu mais de duzentos exemplares só na noite de hoje. Era 17 de setembro de 2011.
JORNAL DE UPANEMA (Nossa coluna)
Edições de “Lingu@gem.comNAL DE UPANEMA” do Jornal de Upanema
LINGU@GEM•COM Xavier.gondim@bol.com.br
Fr@ncisco X@vier Gondim (3ª edição)
COMPOSITOR
@ Refiro-me ao jovem compositor Emanoel Rafael da Costa. Ele compõe músicas com tons ardentes de paixão. Seu estilo nos lembra algumas duplas sertanejas. Transcrevo um trecho de uma de suas composições: “Quero saber o que faço agora/pois o meu pensamento /voa no espaço/feito pássaro livre no ar./ Venha, a saudade é uma flecha /Me acerta o peito /A porta está semi-aberta”.
NOSSA HISTÓRIA
@ “A História dos Três Poderes – De Distrito a Cidade”, é uma modesta obra que trata da história de nossa terra com o enfoque nos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Teve seu lançamento no mês de setembro próximo passado. Foi um trabalho árduo e produzido a quatro mãos por Inêz Tavares de Mendonça e José Wilson Tavares Bezerra. É sucinto, porém é uma pesquisa séria. Vale a pena lê-lo.
POMBEIROS
@ A palavra tem vários significados. Segundo os melhores dicionários, pode ser “negociante ou emissário que atravessava os sertões comerciando com indígenas; uma variedade miúda de milho branco; vendedor ambulante de pombos, galinhas, etc. Em algumas regiões do Nordeste brasileiro, é” revendedor de peixe". A palavra tem para nós upanemenses uma conotação que talvez em outro lugar não encontremos. Se o leitor encontrar, que me comunique para ser corrigida na próxima edição deste jornal. Refiro-me aos pequenos grupos de pessoas que se congregam, de preferência em frente a residências, com o intuito de discutirem os assuntos que estão na pauta do dia, principalmente a política. Posto à mesa, o prato é saboreado por todos, notadamente se for a política local. Os pombeiros modernos são ainda muito jovens: começou aproximadamente no ano de 1985. Estima-se que hoje tenhamos cerca de 20 na cidade, sem contar com os da zona rural.
SEPULTADOR
@ Na edição passada, na coluna ATUALIDADES dos colunistas José e Kalênia, conhecemos uma palavra que poderá ser incorporada ao léxico dos upanemenses: sepultador. Outros sinônimos têm o verbete: sepultureiro, enterrador e coveiro. “Sepultador” pode ser um eufemismo para “coveiro”. Todas essas palavras querem dizer “aquele que leva as pessoas para o lugar derradeiro nesta terra: a cova”.
BATISMO
@ Do grego, baptismós, “imersão”, pelo latim, “baptismu”. 1. Sacramento da Igreja Católica Apostólica
Romana, no qual a ablução, a imersão ou a simples aspersão com água significa um renascer espiritual, com purificação de todas as culpas e pecados; ato de dar nome a uma pessoa ou coisa ; a primeira campanha em que um militar toma parte. Na capoeira é “um ritual de iniciação no qual os alunos jogam com os mestres, ou capoeiristas antigos, e recebem os apelidos pelos quais serão conhecidos na roda”. Upanema teve o primeiro encontro de capoeira neste dia 20 de dezembro, no Ginásio Poliesportivo “Wilneran Cabral”. Naquele dia os membros tiveram o seu batismo e fizeram suas apresentações ao público. O Migli é o orientador do grupo que recebe suas instruções há menos de um ano.
JORNALEIRO
@ Todo jornaleiro tem algo de jornalista, pois conhece todas as notícias que estes escrevem e as anunciam aos leitores para que comprem os jornais. Nossa homenagem, portanto, aos entregadores de jornais ou, como também são conhecidos, os gazeteiros, de modo especial a Valdeci, o “Ninhada”, e ao conterrâneo Joab Carvalho, que distribui o JORNAL DE UPANEMA em Natal, pela passagem de seu dia: 15 de dezembro.
DICIONÁRIO
@ “Deus me livre! Tô nem aí! Me poupe! Sei não! Meu fio né fei! Isola! Passarás! Sai, cara!”
Expressões como estas e outras farão parte de uma coletânea que nós (do JORNAL DE UPANEMA) estamos organizando para publicarmos, num futuro próximo, algo como um “Dicionário Upanemês”.
23H
@ Meus cumprimentos ao professor Dequinha Bezerra pelo anúncio correto da abreviação da hora para o início de sua festa do dia 28/12 com a banda Grafith, no Clube Municipal: 23h e não 23hs como vemos em quase todos os anúncios de festas ou qualquer evento. A abreviatura de hora é h para o singular e plural.
DITOS
São assim os ditos populares que correm nas bocas das pessoas mais simples possíveis. E assim, dos menos sábios aos mais letrados, muitas vezes a gramática é pronunciada com propriedade. Aqui o uso do subjuntivo foi corretamente empregado.
SÃO NUNCA
@ Passei batido no mês de novembro, mas agora vou contar esta pequena anedota que tantas vezes escutei dos mais velhos: “Um homem devia a outro uma quantia em dinheiro. Cada vez que era cobrado, ele pedia prazo e não cumpria. Um dia resolveu marcar o pagamento para o dia de ‘São Nunca’. No dia 1° de novembro o credor não perdeu tempo: foi lá cobrar sua dívida com toda razão”.
VOLTANDO
@ E trazendo de Mato grosso na bagagem alguns textos em forma de sonetos, o professor Erivan Silva. Aqui está um poema de 14 versos, distribuído em dois quartetos e dois tercetos um deles:
POESIA
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