Pai (Antônio Correia D'Oliveira)
- Lá vem o pai - A correr,
Vou esperá-lo ao portão...
Quase me sinto crescer,
(Tão alto!) ao beijar-lhe a mão.
Fico maior, só de o ver!
Depois, que bom, ao serão:
Costura a Mãe; ele, a ler;
Eu, a cismar na lição.
Contou-me a Ama, o outro dia,
Que Deus, somente o veria
Quem fosse Anjo, ninguém mais.
- "Meu Anjo!"! - dizem de mim.
Serei, talvez, porque enfim
Eu vejo Deus em meu País...
(Do livro Menino, Livrarias Aillaud e Bertrand, Paris-Lisboa, 1914, págs. 91-92)
COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO - O gesto de esperar o pai não está ultrapassado de todo nesse mundo de pernas para o ar. Antigamente - digamos uns quarenta anos passados - era comum o filho esperar o pai na porta, visto que eles, em grande parte, passavam horas, dias, meses, fora do lar. Na volta, trazia novidades, como uma novidade em forma de presente. Trazia também o suor no rosto e nenhum dinheiro no bolso, como bem cantou Roberto Carlos em seu "o divã". Trazia esperança, emenda o poeta. Estamos falando de um mundo diferente, que, segundo os ultramegas modernistas, era um mundo injusto e mau.
Meus irmãos à minha volta
E meu pai sempre de volta.
O belo jogo de palavras retrata o passado que descreve o escritor acima.
No texto ainda vemos a figura da mãe de antigamente que tinha múltiplas funções na casa, além de cuidar dos filhos nas suas múltiplas necessidades. Era costureira de profissão ou apenas costurava as suas roupas, do marido e filhos. A lição de casa passada pelo professor era passado a limpo pelo pai.
HEART - O coração tem estado, não no centro das notícias, porque a doença do século não deixa, mas as mortes em consequência de problemas do coração têm sido amiúde. Perdemos muitos conhecidos recentemente.
CORAÇÃO COMO TEMA - O coração é tema de muitas músicas. Coração alado é nome de novela antiga. Coração! Ah, coração!
CORAÇÃO COMO ALCUNHA - É nome de pessoa como alcunha. Chamamos alguém de coração como um jeito carinhoso de interagir. Coração, para onde vais?
HUMOR
Uma vaca assustada pergunta a outra:
- Você não está com medo dessa doença da vaca louca?
- Eu não. Eu sou um coelho! (Folhinha do Coração de Jesus)
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