quinta-feira, 5 de agosto de 2021

NA ESCURIDÃO

Quando não conseguimos achar a luz, passamos a nos acostumar a caminhar na escuridão.

Foi o que uma nação, aos poucos, começou a se adaptar às trevas. Elas foram chegando, enquanto a luz, como estivesse acanhada, assustada e com medo, foi se afastando. Ninguém conseguia notar o tamanho da gravidade. Já era até consenso que ela tomaria de conta algum dia. Mas não dava pra saber quando. Afinal, diziam, elas já tinham dado algumas investidas, mas sem o sucesso ideal. Elas chegaram e assumiram o pedaço. 

Foi assim que as trevas tomaram conta do pedaço. As luzes desapareceram, não por completo. O caos não se estabeleceu, mas deixou marcas profundas. Tateiam todos em busca da saída. Como num mar revolto, onde cada um tenta se equilibrar, pois dele não pode sair, é a situação dos que estão em trevas. Não são trevas totais, senão ninguém conseguiria dar nenhum passo. Uma nesga de luz aparece ao longe, muito, muito distante. É ela que faz com que todos caminhem e enxerguem um vulto da saída. A luz, fustigada por seus algozes, permanece do mesmo tamanho. E assim, a escuridão predomina na nação.

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