Muita gente pontua mal as construções em que ocorre a conjunção "mas". Um erro comum é o emprego da vírgula depois do "mas" (corri muito mas, não alcancei o ônibus). Nesses casos, o papel da vírgula é separar uma oração da outra, e a marca da conexão entre as orações é exatamente a conjunção "mas". A vírgula deve vir antes da conjunção, e não depois.
Agora veja outro caso. "Ela tomou o remédio, mas, se não melhorar, vai precisar de um médico". O que aconteceu? Por que as vírgulas antes e depois da conjunção "mas"? Vamos lá. O porquê da primeira você já sabe. A segunda se deve à quebra da ordem direta. Note que a oração "se não melhorar" foi posta dentro da oração "mas vai precisar de um médico". Vamos ver como ficaria a ordem direta: "Ela tomou o remédio, mas vai precisar de um médico, se não melhorar".
Percebeu? A vírgula depois do "mas" não aparece por causa do "mas", e sim por causa da oração "se não melhorar", intercalada, ou seja, posta entre os termos da outra oração. E, como é intercalada, exige outra vírgula, depois de "melhorar" ("mas, se não melhorar, vai..."), justamente para marcar o fim da intercalação. (Do livro "Professor Pasquale explica).
Por natureza, o uso da vírgula é complexo. Entretanto, a complexidade criada pelas pessoas que não conhecem seu verdadeiro uso é muito maior. Isso se dá pelo desconhecimento de outros assuntos da gramática. Se todo mundo soubesse reconhecer um sujeito numa frase, jamais separaria o sujeito do predicado com vírgula. E é justamente uma das regras elementares quando estudamos o uso da vírgula.
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