domingo, 31 de janeiro de 2010

UMA PESCARIA II

Quando Jorge pegou um Mané Besta, correu para mostrar a Altevir, dizendo: “presta pra comer?” “Por que não presta?” Diz o especialista em pescaria. “Esse aí é mais difícil de pegar que o tipunaré”. O Mané Besta não é tão besta como se diz por aí. Ele fica por detrás das moitas,” arrematou ele.

Ao ser indagado de novo por mim qual seria o peixe mais besta de se pegar, ele disse: “É difícil dizer qual. O peixe estando com fome come tudo”. Como nós, disse eu a ele. Quem está com fome come até capa de cangaia.

“A traíra é o peixe mais carnívoro da água. Ele come sapo, caçote, rato. O homem não tem nojo porque depois come a traíra." A informação de Altevir é controversa, porque outros bichos que vivem dentro d’água também comem muito isso.

“Tilápia e traíra não comem piaba”. Enquanto o especialista dizia mais uma de seu repertório, eu olhava ele pescando e pensava: Pescar é um verdadeiro exercício de paciência.

A pescaria poderia ter sido melhor se as formiguinhas, conhecidas como “mordedeiras”, não nos atacassem sem parar.

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