terça-feira, 26 de julho de 2022

NO BALANÇO DAS REDES

É no balanço das redes que estão os maiores besteiróis da praça. Se não bastasse a TV, que aqui e acolá, a gente dos olhos, ouvidos e mentes atentas percebe, as redes superam em muito o caixão falante. Ele já não besteira só. As redes, em seu balançar, vomitam de tudo.

E é com muita luta que conseguimos garimpar, peneirar pelo menos a metade da besteirança, que conseguem milagrar de forma negativa e fazer as pessoas de mal e de bem perderem seu valioso tempo. Escrever um texto que é bom, não se tem mais tempo. Ler um livro, idem. Nas calçadas e seja onde estejamos, a rede balança e empolga, subtrai o tempo e os pequenos prazeres da vida.

O balanço tonteia os que já não tontos e bi, tri ou tetratonteia ainda mais os que já são.

O balanço balanceia e joga ao chão os que se deixam balançar sem reação. Uns ainda conseguem levantar-se bater a poeira e erguer-se para a vida normal. Outros não conseguem mais despregar-se dessa grande rede, que teceu fios grossos e envolvedores. 

A rede, em seu balanço, não deixa estudante estudar nem professor pesquisar. Até os velhos, que poderiam ser mais sábios, não ficam atrás dos mais jovens. Os estudantes, que poderiam balançar nelas e sem tontear-se e esparramar-se no chão, vivem genuflexos diante do altar como grandes adoradores desse fervilhar desordenado de informações, que deveras é poço de informações que só se sai dele com muita força de vontade. Do contrário, aquelas redes continuarão sacudindo até jogá-los e os espatifarem no chão da ignorância.

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