- Não é secreto?
- É. Mas diga só a mim.
- Não.
- Diga!.
- Você não diz a ninguém?
- Não.
- Então também não digo.
- Diga, deixa de besteira! Todo mundo tá dizendo. Só vai ficar tu. Aí não vai ter jeito. Todo mundo vai saber.
- Não tem graça. Se é amigo secreto, então ninguém é pra dizer.
- Não é pra dizer, mas é sempre assim. Os amigos secretos tornam-se descobertos.
- Vou dizer, mas peraí.
- Aqui é como certos eleitores-melancia que pensava que ninguém sabia, mas todo mundo sabe.
- Vamos fazer uma coisa?
- Que é?
- Digo se você disser o seu.
- O meu tá aqui
-Vamos trocar?
- Não. O meu é melhor.
- Acha que eu também devo ser melancia?
- Sim. Você só diz a mim.
- Mulher, essa brincadeira é como o voto: deve ser secreto. As pessoas dizem porque querem, mas não é obrigado. Aliás, aqui não tem graça mesmo se dissermos quem tiramos.
- Vamos dar uma voltinha e veremos que todo mundo sabe quem tirou quem, inclusive se você me tirou e que eu tirei você.
- E você me tirou?
- Claro. Não viu não, bicha cega?
- Vi, mas fingi que não vi. Estava ainda me segurando.
- Diga quem você tirou? Foi eu?
- Não.
(Chega outro personagem)
- Oi, mininas! tô doidinha pra saber quem me tirou. Imagina que a minha melhor amiga não deixou eu ver quem ela tirou?
- Eu tirei tu, mulher! Vim só dizer. Ali são poucas que não sabem.
- É. Agora não tem jeito. Ta na hora de mudar o nome da brincadeira.
- Como? (perguntam as duas amigas de uma vez só)
- Amigo descoberto.
OS AMIGOS DESCOBERTOS
Fim de ano é tempo de arrochar os desejos de boas festas e feliz ano novo nem sempre vindos do coração, mas só da boca. Também é tempo do comércio faturar mais. E uma das melhores maneiras que encontraram foi ao longo do ano o incentivo aos aniversários da criançada. No fim de ano, os presentes de Natal.
Ainda há outro meio de lucrar (mesmo que de três em três reais) na reta final do ano: são os amigos secretos até um certo tempo. Às vezes dias, horas, minutos e até segundos.
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