Nuvens brancas salpicadas de cinza e rodeadas de azul. Muito azul.
São nuvens esparsas, espaçadas, separadas em pedaços longos, médios e pequenos. Umas querendo alcançar as outras, num esticar de braços e pernas, num fugir dos olhos dos olhadores. Noutra olhada, já era seu formato.
O azul parece azular-se mais diante de nossa vista.
Umas aves rodeiam o céu à cata de companheiras de viagem ou de companheira mesmo para verem-se, tocarem-se e cumprimentarem-se, quiçá para atualizarem-se nas novidades do dia.
- O que tem de novo por aqui?
Reina o silêncio por lá, como aqui o reinado também o é, de forma diferente e suportável aos nossos ouvidos. Já mais tarde, ninguém sabe: as zuadas sempre aparecem.
A quentura leva o mudo a falar, o tímido a reclamar e o reclamante de plantão aumentar o volume da reclamação.
Quanto às nuvens, elas já mudaram de lugar não sei quantas vezes e mudarão ainda mais, muito mais que os nossos políticos.
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