quarta-feira, 16 de novembro de 2022

PANORAMA

Nuvens brancas salpicadas de cinza e rodeadas de azul. Muito azul. 

São nuvens esparsas, espaçadas, separadas em pedaços longos, médios e pequenos. Umas querendo alcançar as outras, num esticar de braços e pernas, num fugir dos olhos dos olhadores. Noutra olhada, já era seu formato. 

O azul parece azular-se mais diante de nossa vista.

Umas aves rodeiam o céu à cata de companheiras de viagem ou de companheira mesmo para verem-se, tocarem-se e cumprimentarem-se, quiçá para atualizarem-se nas novidades do dia.

- O que tem de novo por aqui?

Reina o silêncio por lá, como aqui o reinado também o é, de forma diferente e  suportável aos nossos ouvidos. Já mais tarde, ninguém sabe: as zuadas sempre aparecem.

A quentura leva o mudo a falar, o tímido a reclamar e o reclamante de plantão aumentar o volume da reclamação.

Quanto às nuvens, elas já mudaram de lugar não sei quantas vezes e mudarão ainda mais, muito mais que os nossos políticos.


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