sábado, 27 de abril de 2019

CRÔNICA

A(mar)

Nasci amando, nasci por amor, eu sou o amor. Por isso falo sempre sobre o amor. É repetitivo, eu sei. Mas não acha que tal sentimento deve ser comentado constantemente? 

Ame hoje, ame amanhã, ame depois de amanhã, ame muitas vezes todos os dias, ame infinitamente, mesmo que não seja para sempre.

Embarquei no seu mar, pois permitiu a minha entrada, me convenceu com palavras lindas que poderíamos viver momentos inesquecíveis. Apesar do medo de nadar e não ter coragem o suficiente para mergulhar, medo do perigo e da profundidade, a possibilidade de me enganar e não conseguir voltar ao raso, medo de não sentir de novo o gosto bom de poder respirar, eu embarquei no seu amor.

Eu mergulhei, não que eu queria, porém quisesse, e sim porque senti que você merecia, me proporcionou a liberdade de amar, então hoje estou disposta a conhecer esse amor, a encontrar novas sensações, me arriscar, descobrir e ser descoberta.

Quando em terra firme, queria muito poder voar, talvez eu até fosse um pássaro, mas não possuía asas. Observava o céu com o desejo de sentir a brisa fria do vento, e tudo que eu tinha era o chão gelado. As vezes era notório sua paixão por mim, a vontade de me ter totalmente ao seu lado, mas algo nos impedia, provavelmente ele me quisesse por lá, porém não pudesse me dar essa liberdade.

Quem sabe um dia eu possa voar e veja o mundo com você, tudo e muito além do que possamos imaginar.

Hoje eu amo, não o céu, mas sim o mar. E o medo? Onde está? Ele está aqui, vivo, não me incomoda muito, quem sabe aconteça de ele me sufocar aqui em baixo, e faça com que a saudade do ar prevaleça em mim, isso deve demorar, assim espero. O mar me conquistou, eu amo ele.

De alguma forma o medo me fez conhecer o amor, e o amor me deu coragem para suportar o medo. Tinha medo do mar. Meu medo era amar.

Se esse amor não for o meu infinito, vou voltar a respirar, estarei de volta em terra firme, e se o bonito céu estiver esperando o meu olhar, me deixe criar asas, me conceda a liberdade de te encontrar, para que eu possa amar infinitamente, de novo.

Camila  O.  Medeiros é aluna da 1ª série A, da Escola Estadual José Calazans Freire

Nenhum comentário:

TRINTA E CINCO

Pela medição de hoje pela manhã, a sangria da nossa barragem está a trinta e cinco centímetros para sangrar. Basta um empurrãozinho que vai.