Toda greve constitui-se em ruptura. É uma parada de serviços prestados, mas tudo por um objetivo: a luta por direitos negados.
Quando há a parada, sempre a velha discussão aflora: só quem perde são os alunos. Nem tanto. Os alunos vivem perdendo quando, por qualquer coisinha, as aulas são suspensas. Certos pontos facultativos não deveriam ser. Se não acreditam, tentam lembrar de alguns pontos facultativos que tivemos, mas que não tinham lá sentido algum.
Querem um exemplo de perda mais concreto - e que aceitamos com a maior tranquilidade - que o dos tempos do momo?
- Mas é só uma vez no ano! Dirá uma voz discordante.
Em outros momentos também paramos por causa de não sei o quê. É o caso dos finais de semana prolongados por causa de um imprensado.
Se quiserem mais exemplos, podemos lembrar das vezes em que uma turma resolve ir embora bem mais cedo por causa de uma partida de futebol decisiva. Quem perde com isso?
Às vezes, um carro de som zoa próximo ao colégio. Quando ninguém aguenta mais, o único jeito é ir embora.
Há anos que falta professor numa disciplina o ano inteiro ou quase isso. Quem perde?
São casos isolados. Mas de casos em casos, torna-se um casão.
Quando chega uma greve, parte da sociedade que não conhece a realidade, volta-se contra os grevistas por alegar que os prejudicados serão os alunos. Eles pelo menos não sabem de tudo aquilo que mencionei nos parágrafos anteriores.
Já os que estão de segunda a sexta na escola, deveriam pensar duas vezes para posicionar-se contra a greve.
Não negamos que a greve quebra o ritmo de estudos, mas, é inegável que ela produzirá frutos a longo prazo. As conquistas de hoje terão efeitos num futuro, que poderão beneficiar aos próprios alunos.
Enfim, todos ganharão por não terem entregado os pontos nos momentos de luta.
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