Quem é moderno atenta para o uso da refacção de textos.
Refazer um texto mais de uma vez é uma das propostas modernas para quem redige. Ela soa como heresia nos ouvidos de muitos dos nossos estudantes.
Eles teimam em não aceitar a refacção como técnica de bom redator. No meu tempo de criança e adolescente, essa prática era natural, forçada pela necessidade.
A coisa funcionava assim: o professor copiava muito no quadro, pois não tínhamos livros distribuídos pelo governo. Somente o professor é que possuía um livro surrado, gasto pelo tempo, uso e pega-pega das mãos.
Ele copiava até dá uma coisa ruim nele e em nós. Não pensem que ele copiava devagar, não. Ele copiava de com tudo e de de com força até esgotar o conteúdo. Se quiséssemos, acompanharíamos seu ritmo.
Ao copiar num ritmo acelerado, escrevíamos garranchos muitas vezes incompreensíveis. Que fazer, então?
Passar a limpo em casa. E devíamos escrever bem legível, pois os professores olhavam o caderno para dar um pedaço de nota.
Essa prática forçada de refacção de texto levávamos para as redações. Ninguém escrevia um texto definitivo, pois sabíamos que errávamos e precisávamos deixá-lo perto de bom.
Resultado: praticávamos a refacção e escrevíamos melhor. Sabíamos como escrever as palavras VOCÊ, YOU, NÓS E PORQUE nas suas variadas formas.
Hoje há objeção tácita ao propormos a refacção de textos.
Refacção, para quem quer se acha moderninho além da conta, é uma palavra moderna, mas no passado, bem passado, já era praticada com orgulho e eficiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário