Uma mais comum que as outras. Sem barulho nas ruas, sem fumaça, sem vento que balance uma árvore.
Sem nuvens carregadas. Calor grande.
Sem novidades.
Apenas terça e nada mais.
Divulga a cultura e a linguagem da cidade, além de produção textual como contos, crônicas, poesias. Comento os fatos, conto histórias. Vez por outra posto notícias.
A chuva de pedra ontem em São Fernando e Almino Afonso, cidades do Rio Grande do Norte, me fez lembrar da chuva que presenciei aqui.
Republico o texto que produzi em janeiro de 2009:
Não houve chuva de granizo só nos tempos dos Faraós de corações endurecidos, na época em que Moisés queria libertar o povo do jugo egípcio. Todo upanemense que tenha hoje quarenta anos acima se lembra de uma chuva de pedra. Tenho a viva lembrança que aparava pedrinhas de vários tamanhos.
Não tinha medo porque não havia motivo pra isso. Porém, alguns adultos achavam que era o fim dos dias.
Estive interrogando alguns moradores sobre o assunto. Um deles confirmou o fato e foi bem preciso até na data: 25 de dezembro de 1976.
Em 8 de janeiro de 2009 ocorrera uma chuva de pedra que durou em torno de 15 minutos, segundo o testemunho de uma moradora.
Carapicu
Peixe persiforme, gerreídeo (Aurélio).
Já em sentido figurado, uma metáfora, o leitor verá na pena de Machado de Assis em "Bons dias", crônica publicada na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro - parece que foi ontem: 29 de julho de 1888:
Ontem indo eu no meu bond das tantas horas da tarde para (não digo o lugar), ao entrarmos no Largo da Carioca, costeamos outro bond, que ia enfiar pela Rua de Gonçalves Dias. O condutor do meu bond falou ao do outro para dizer que na viagem que fizera da estação do Largo do Machado até a cidade, trouxe um só passageiro. Mas não contou assim, como aí fica; contou por estas palavras: "Que te dizia eu? Fiz uma viagem à toa; apenas pude apanhar um carapicu..."
Aí está o que é o leitor: um carapicu este seu criado; carapicus os nossos amigos inimigos. Aposto que não sabia desta? Carapicu... Como metáfora, é bonita; e podia ser pior.
Boas noites.
Políticos profissionais procuram um lugar à sombra.
Um ano como o que estamos é ano de acomodações. As sombras são muitas, mas não cabem todos os pretendentes. Por não caber, existe o pleito para a seleção.
Um diz: Eu caibo aqui.
Outro: Eu caibo ali.
Quem não couber, terá que contentar-se com um lugar ao sol.
Dia amanhece com nuvens enfarruscadas.
Dia termina com nuvens brancas, esparsas. Aquelas que deixam as estrelas aparecerem aqui e ali.
As nuvens enfarruscadas não são colírios para os olhos, tendo em vista darem um cenário carrancudo, sem prosas, sem formosura.
Foram nuvens que não deram nenhum spoiler se poderia chover ou não. Se venta também não chove. Se faz calor, sim, periga e muito.
A sobrevivência do comércio depende das boas qualidades.
E os que são daqueles que chamamos de "serviço", a coisa fica mais séria.
Acreditem que não ficará muito tempo de pé se não segui o tripé:
Bom produto
Bom atendimento
Novidades.
Certamente outros tripés existirão.
Mas é o que tenho pra hoje.
Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia, teria dito um dos famosos personagens de Shakespeare.
Há coisas demais que não sabemos nem saberemos, pelo menos neste mundo.
Para os que acreditam numa outra vida, as coisas de que não sabemos serão desvendadas.
O conhecimento científico não chegará à plenitude, pois não somos plenos de saberes. Nossa finitude não consegue alcançar o infinito.
Moscar é fugir da maneira que o gado foge perseguido pelas moscas, ou simplesmente como diz o Aurélio: desaparecer, sumir-se. Ou como define Antenor Nascentes: desaparecer sem ninguém ver, como sucede com a mosca.
Com a gente deve ser diferente: que elas mosquem por causa da nossa perseguição a elas. Elas que tanto mal nos faz, mosquem!
Casos - Casos e mais casos de desarranjos intestinais ocorrem nesses dias por aqui. É por causa delas, das moscas.
A partir do ano novo, muita gente inicia uma saga de desilusões ou ilusões perdidas.
Logo na virada do ano, já se desilude com a loteria. Não ganha, juntamente com outros milhões.
Em menos de dois meses, mais desilusão: a maior festa do país, segundo dizem por aí que ocorre em fevereiro. Nela, alegria explode, e a pecúnia vira fumaça. Extravasa-se o interior, o corpo remexe e é requisitado. Depois fica surrado e o interior vazio junto com os bolsos.
A terceira vem mais tarde, um ano e outro não. A promessa e retórica chegam e trazem novas ilusões. Promessas surradas e requentadas de outros carnavais.
Dicionário da Amazônia
Aborrido - Adj. Zangado. Aborrecido. "Seu coronel focou aborrido, por de causa do saldo." "Quando amanhece aborrido, ninguém não aguenta o homem." (Dicionário da língua popular da Amazônia, de Paulo Jacob).
SAÚDE
Propriedade das plantas
Abacateiro - É diurético, contra o artritismo, elimina cálculos renais e do fígado, contém muitas vitaminas. É preferível usar as folhas secas, porque as verdes causam aumento das palpitações cardíacas. O caroço ralado e posto em álcool serve para fricções contra reumatismo. (Cuide de sua saúde - Jaime Brüning)
A casca do fruto é vermífuga e anti-hemorrágica. O caroço ralado serve para tonificar o couro cabeludo em fricção. O chá das folhas serve para os males dos rins. (A medicina popular - Iaperi Araújo).
Que elas mosquem
Moscar é fugir da maneira que o gado foge perseguido pelas moscas.
Com a gente deve ser diferente: que elas mosquem por causa da nossa perseguição a elas. Elas que tanto mal nos faz.
ESCOLA
Nem todos os estudantes estão de férias, principalmente os das escolas estaduais que fizeram greve. Entretanto, o período de renovação de matrículas serão a partir do dia 29, de segunda próxima a oito dias.
ÁGUA
Faltou, mas já voltou, mais uma vez. O falta e chega, chega e falta vai render ainda muito tempo. Pelo menos é o que vislumbramos.
CHUVA
As chuvas ausentaram-se, como assim estava previsto pelos estudiosos do assunto.
Não chover nesse tempo não é novidade. Sabemos que nossas chuvas pegam mesmo lá para o meado de fevereiro ou já entrando março. Calor, não. O calor é diferente: nós temos todo santo dia.
RELIGIÃO
A religião é muito criticada pelos não religiosos por estes nem sempre serem melhores do que quem vive distante dela.
Há, entretanto um contraponto: a religião serve como um freio às nossas tendências a fazer coisas ruins. Quem pratica a religião bem direitinho tem mais dificuldade de praticar o ilícito do que os que não a praticam.
As exceções à regra não tem quem evite, obviamente.
GRAMÁTICA
Aférese - É um metaplasmo que consiste na supressão de uma letra ou sílaba do princípio de uma palavra. É o comimento de palavras ou sílaba.
Exemplos:
enamorar - namorar
abbatina - batina
psalmo - salmo
José - Zé (popular)
imagina - magina
você - cê
está - tá
A aférese é usada na oralidade. É perfeitamente legítimo o seu uso. Na escrita formal já não é aconselhável seu uso.
FUTEBOL
Dois pontos
Sou do tempo em que uma partida de futebol ganha rendia ao time apenas dois pontos. Agora, desde alguns anos, são três pontos.
TRÂNSITO
Mesmo nas pequenas cidades, no trânsito precisamos ter muitíssimo cuidado, principalmente nas vias asfaltadas. Há desrespeito da parte dos pedestres e dos condutores. Em qualquer erro de um dos dois, a coisa pode dá ruim para ambos ou para um dos entes individualmente.
E POR FALAR EM VIA
Via em italiano é rua.
Rua
Diz o Dicionário Etimológico Nova Fronteira que rua é uma via pública para circulação urbana, total ou parcialmente ladeada de casas extensiva numa cidade, vila etc., qualquer logradouro público ou outro lugar, que não seja casa, residência, local de trabalho etc.
Em assentamentos também há ruas - tão longas - que nem percebemos que pertencem à zona rural.
No contexto, o eu lírico, um nordestino, encarnado nos compositores de "Asa branca" Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, fala da falta d'água das chuvas, e por esse motivo, não há plantação, os animais morrem de sede e até mesmo a asa branca foge do sertão.
A nossa falta d'água frequente é nas torneiras e não depende de chuva, mas de ações concretas das autoridades.
É aquela coisa: uma falta d'água pela falta de alguém que faça a coisa certa.
A volta das moscas não é novidade, como não é novidade estar quente num sol ao meio-dia e frio numa chuva daquelas.
Elas têm aparecido em todos os lugares, especialmente onde há seres vivos e comidas.
As medidas paliativas são as de sempre. O enxotamento é a mais usada e custo zero.
As outras também são eficientes. Depois é esperar que elas peguem o beco.
Beba água
Paquete (pronuncia-se com o primeiro é fechado).
Grande navio a vapor para transporte de mercadorias, passageiros e correspondência. Aportuguesamento do francês paquet; inglês packet. (Dicionário Escolar Silveira Bueno).
Do inglês packet (board). Navio comercial; navio de viagens. (Silveira Bueno, com etimologia).
Navio de grande porte, a vapor, utilizado para transporte de mercadorias, passageiros e correspondência. (Soares Amora).
Navio grande, a vapor ou a óleo, empregado no transporte de passageiros, carga e correspondência. (Antenor Nascentes).
Navio veloz e luxuoso, comumente a vapor. (Aurélio).
Naquela quadra cada peça nova de Dumas Filho ou de Augier, para só falar de dois mestres, vinha logo impressa no primeiro paquete, os rapazes corriam a lê-la, a traduzi-la, a levá-la ao teatro, onde os atores a estudavam e a representavam ante um público atento e entusiasta, a ouvia dez, vinte, trinta vezes. (1º de dezembro de 1895, em A Semana, 3º volume, de Machado de Assis).
Acima, Machado de Assis, na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, fala do envio das obras do exterior. No caso aí, livros de Alexandre Dumas, célebre escritor francês da época. Dumas foi autor de "Os três mosqueteiros" e "O conde de Monte Cristo". Machado faz referência ao paquete, pois era um meio de transporte veloz daquela época.
Naquela época, a palavra paquete tinha acento gráfico no primeiro e: "primeiro paquête".
O numeral dois era dous: "dous mestres".
Atores tinha acento no o: "onde os atôres a estudavam".
Vezes tinha acento no primeiro e: "Vinte, trinta vêzes".
Era a ortografia da época.
BARRAGEM DE UMARI
Localizada em Upanema, a barragem Umari acumula 228,04 milhões de m³, equivalentes a 77,88% da sua capacidade total, que é de 292,81 milhões de metros cúbicos. O acumulado atual é 18,28% superior ao apresentado no mesmo período do ano passado, quando o manancial estava com 174,51 milhões de m³, correspondentes a 59,60% da sua capacidade total. (igarn.rn.gov.br, em 26 de dezembro de 2023)
Caqui x Cáqui – qual a diferença?
Tanto caqui quanto cáqui são palavras que existem na língua portuguesa. Elas, contudo, têm significados bem distintos.
Caqui – quando usar?
Caqui, sem o acento agudo na primeira sílaba, é um substantivo masculino que faz referência a uma fruta avermelhada de sabor doce, originada do caquizeiro.
Trata-se de uma palavra oxítona (a última sílaba é a tônica), que tem origem da palavra japonesa kaki.
Veja alguns exemplos com o uso dela:
O caqui é uma fruta bem doce, rica em ferro, proteína e cálcio.
Gosto muito de comer caqui durante o dia.
No Brasil, temos uma plantação enorme de caqui.
Meus filhos amam comer caqui.
Cáqui – quando usar?
A palavra cáqui, com acento agudo na primeira sílaba, refere-se à “cor de barro”, também conhecida como cor “marrom amarelada”. É uma palavra muito usada para definir o tom de tecidos de brim ou algodão, sobretudo aqueles usados por militares.
Aspas
Colocam-se entre aspas títulos de obras, citações, qualquer palavra à qual se queira dar certo relevo.
Ex: "Quincas Borba"
Floriano disse: "Receberei à bala." (Walmírio de Macedo , em Dicionário de Gramática).
Cícero Unidade de medida tipográfica equivalente a 12 pontos (4,512mm) (Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras) Tipo de imprens...