sábado, 4 de abril de 2009

POLÊMICA

CAMINHADA DA PAZ VIRA GUERRA

A propósito de um texto do blog “Ofício do Professor” - http://www.oficiodoprofessor.blogspot.com/, de hoje, farei alguns comentários.

Há muito tempo que ando resmungando pelos cantos, por causa de um assunto que me perturba bastante. É sobre essa coisa da aula que não é aula.

Vamos primeiro ao texto do blog. Um texto meio desabafatório, meio raivoso. A raiva volta-se contra o evento religioso de ontem pela tarde. Se me perguntarem se eu sou a favor, gritarei que não. Se o Estado é laico (não tem religião) então não tem porque a escola ser liberada para eventos religiosos. Mesmo assim, não vi ninguém reclamar da parada.

Agora vamos refrescar a memória. Não é preciso de tanto auê porque outros grupos religiosos já solicitaram uma parada num dia letivo por causa de um congresso aqui, ali. Sem contar com a ocupação do prédio nesses mesmos congressos. Se é laico, então fechem as portas dos colégios para as religiões. Todas.

Quanto aos símbolos religiosos nas repartições públicas, também sou contra pelo mesmo motivo. Um Jesus crucificado diante de um prédio público é uma atitude desrespeitosa aos budistas, aos muçulmanos e outros grupos que não professam a fé num homem que morreu na cruz. Uma imagem de escultura (Jesus Cristo, Maria etc) não combina com a ala protestante.

Quando eu era criança, as aulas de Ensino Religioso eram feitas com músicas e rezas católicas. Era perfeitamente normal porque na minha turma não tinha ninguém de outra religião. Hoje não é possível isso.

Mas tenho vez por outra me surpreendido com coisas piores. Não sei se ainda existe, mas houve gente que passava muitos minutos pregando a palavra de Deus numa aula que nem de Ensino Religioso era.

Se não tiver ocorrendo mais isso, viva o Estado laico!

Quanto ao abuso do professor de Ensino Religioso, também acho que é errado. O evento era católico, queiramos ou não. Se é da Campanha da Fraternidade, ficava difícil um não-católico participar, apesar de o tema ser pertinente a todos. Forçar a barra é errado.

Como vêem, o meu texto é muito sincero e nem parece tão agressivo como parecia ser. Até eu estou percebendo isso. No final das contas, concordei com quase tudo que está posto no blog. Só não posso concordar que seja feita uma defesa de algo que esteja no mesmo nível ou pior.

O mundo não é o mesmo. Nem o Protestantismo. Hoje ele está mais poderoso do que quando estive por lá há mais de vinte anos. Até mesmo suas relações com o poder, eles mudaram. Para pior. Se não custar para as mentes dos nobres leitores, recordem as eleições municipais do ano passado. Nem me interessa comentar aquilo. Foi demais!

Hoje lutamos por uma escola laica. Pelo visto, se ela ainda não é, depois dos nossos textos, Francisco, ela será.

DEZESSETE

A medição do que falta para a sangria da barragem de Umari continua. Agora faltam dezessete centímetros.  Parece pouco, mas falta muita água...