domingo, 7 de novembro de 2010

VELHA QUESTÃO DA HERMENÊUTICA

O professor Josiel se lamenta em seu blog das pessoas que não têm a capacidade para interpretar o que leem.

É um dilema secular. Quando está escrito 'bola", logo se apressam em ler 'bolo", porque talvez estejam com fome de alguma coisa e, consequentemente a bola não tenha nenhuma utilidade naquele instante.

Aliada a falta de tino para a hermenêutica, está a desatenção para com a simples leitura de um texto. Ler corretamente é mais do que decifrar códigos. É mais do tudo, ler com atenção e a inteligência em pleno funcionamento.

E mais. Ler corretamente é entender o contexto do texto. É também ter a capacidade de entender expressões figuradas e próprias, ou como num bom português: palavras denotativas e conotativas.

Ainda sobre a capacidade de se interpretar textos, acrescento que nem todos os textos foram escritos para todo mundo explicar, digamos oficialmente.

Vou resumir em três pontos o que falei no parágrafo anterior.

Cabe à Academia Brasileira de Letras(ABL), a palavra final sobre as questões referentes às regras da gramática da Língua Portuguesa. Como sabemos, há pontos muito difíceis de entender e extremamente polêmicos. Evanildo Bechara é o gramático eleito para bater o martelo sobre os pontos duvidosos.

O outro caso é sobre as questões referentes às leis do país. Todas as vezes que aparece um ponto em que não há consenso, recorre-se ao Supremo Tribunal Federal. Depois dele, ninguém mais poderá resolver na Terra. Ele disse, está dito: prego batido, ponta virada, sem poder ser desvirada.

O último, sem dúvida é o mais polêmico, pois, com certeza, vai estremecer do sono, o meu adversário, anônimo sábio, que sempre tem uma opinião brilhante, mas não aparece. Refiro-me aos textos bíblicos, que foram destinados à Igreja a tarefa de interpretá-los corretamente e não a qualquer um. Se assim o fosse, Deus estaria colocando em risco a desordem hermenêutica como vimos hoje. Com a mesma Bíblia, uma coisa é e não é pecado; uma coisa é e não é verdade ao mesmo tempo. Isso ocorre porque não deixaram essa tarefa somente para a Igreja. O resultado todo mundo já sabe: uma babilônia de interpretações: uns "acham" que o aborto é um crime somente em certos casos; outros acham que ele pode ser feito somente em casos de estupros da mãe ou perigo de vida desta; outros acham que se a pessoa não tem como criar o bebê é melhor abortá-lo.

E assim, meus amigos, a hermenêutica não é coisa pra todo mundo, não!

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