Paciente, permanecia paciente. Paciência era o que não podia faltar. Paciente tem a obrigação de ser paciente. Se não o for, não terá êxito. A ciência da paz é a paciência em todos os momentos. Sem paciência não haverá paz.
Depois de se mexer e depois remexer, resolveu deixar a paciência de lado e não mais poder ter esse nome de paciente. Resolveu agir como o apressado, o inconformado, o avexado, sem querer admitir o óbvio de que quem é paciente tem que ter paciência. Tem que esperar pelo tempo. Tem que entender que este senhor não aceita mimimis de quem quer que seja. Não olha diferente para ninguém. Não quer nem saber com quem está lidando. É um senhor bem senhor. Ensina mais que educa. Em tempos de pouco ou nenhum ensino e muita educação, ele prefere ensinar, nem que seja de modo inexorável. Quem quiser é que espere por ele.
O paciente não teve paciência e resolveu ir embora. Largou tudo que o incomodava. Largou seu acessórios que, segundo ele, incomodava, e foi embora, de mansinho, escondido. Era uma traquinagem de menino ruim. Fugiu de ponta dos pés, enquanto os que cuidavam dele deram um cochilo ou tratavam de outros pacientes. Pegou o corredor e foi-se, rua afora. Pegou a esquina, virou mais outra e mais outra. encontrou um amigo que perambulava pelas ruas, mas nem perguntou de onde vinha. Esgueirou-se por uma rua estreita e tomou o caminho de casa. Próximo, só deserto. Ninguém mais estava acordado. Tomou a chave e abriu a porta. entrou, fechou os olhos e dormiu. Não sonhou nada. Acordou impaciente. Não conseguiu ali ficar um instante, pois as dores voltaram. Tinha que voltar a ser paciente.
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