A AMIZADE DE DRUMMOND E CASCUDO
Carlos Drummond de Andrade foi amigo do pesquisador Luís da Câmara Cascudo. Além da troca de cartas, eles se encontraram pessoalmente, trocaram livros e, às vezes dialogavma por telefonemas. Drummond fez vários poemas e textos sobre Cascudo. Em 1971 ele escreveu até uma poesia para Daliana, primeira neta do folclorista potiguar.
“Eles se encontravam quando Cascudo ia para o Rio de Janeiro. Certa vez, nos anos 60, eles combinaram uma visita à Adolpho Bloch, na redação da revista Manchete. Na ocasião, o escritor Jorge Amado também estava presente”, recorda Ana Maria Cascudo, filha do pesquisador. Ele diz que nesta ocasião, Cascudo levou volumes seus para Drummond, que lia sua obra de Cascudo e o chamava de “mestre insigne de brasilidade”.
No Memorial Câmara Cascudo podem ser vistos os textos que Drummond fez para Cascudo. No livro do poeta mineiro, “Poesia até agora” (1948) existe um verso dedicado a Cascudo.
“Até agora? Até sempre/vive a poesia, pois tudo/demonstra que ela floresce/em palma eterna e irradiante/unida à sabedoria/a graça humana e fraterna/ao fascínio natural/de quem no mundo e em Natal/á para nossa alegria,/o sempre moço e estudante/mestre Cascudo”.
Ana Maria Cascudo que seu pai falava sobre Drummond com intimidade, de uma maneira afetuosa, cordial. “Nas ligações eles chegavam a brincar entre si”, declara Ana, lembrando um texto onde o poeta de Itabira diz: “já consultou Cascudo. Ele aprece e decide (...) O autor, não é só um diconário, é muito mais...” afirmou Drummond, fazendo referência ao Dicionário do Folclore Brasileiro, de autoria do pesquisador potiguar.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte, em 03/10/2002
Recorte cedido por Inez Tavares.
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